Sia dá um show de interpretação artística em seu novo álbum, "This is Acting"


Com sua voz de arrepiar e letras emocionantes, a misteriosa cantora Sia lançou, nesta sexta (29/01), seu sétimo álbum de estúdio, This is Acting. Depois de oferecer diversas músicas para várias cantoras – como Rihanna, Beyoncé, Adele e Demi Lovato –, a cantora decidiu pegar as que foram recusadas para colocar neste novo disco, e o resultado foi surpreendente.

Apesar de soar meio genérico ás vezes, Sia consegue manter a qualidade principalmente por conta de seu alcance vocal. As músicas, de fato, não tem tanta originalidade, porém a voz e flexibilidade da cantora é o que faz das músicas tão únicas. As faixas poderiam ser de diversas cantoras do mundo pop, porém nenhuma delas conseguiria colocar a mesma emoção que Sia coloca ao cantar, ou interpretá-las tão bem.

Mesmo não sendo o álbum mais coeso do mundo, o contraste sonora do mesmo não pode ser julgado, uma vez que tem tudo para ter sido proposital. O This is Acting (em português, Isto é Atuar) não tem este nome à toa. Já que as faixas tinham sido destinadas para outras cantoras, Sia teve que vestir uma camisa diferente a cada música, tendo que, de certa forma, incorporar uma personagem diferente a cada momento. E apesar do álbum ser um pouco cansativo no seu desenrolar, a cantora mostra versatilidade artística, o que é já é um baita desafio para muitos.


“Bird Set Free”: A música já abre o álbum em um clima vulnerável, criado pela melodia do piano, pela letra dramática e pela comovente voz de Sia. A faixa evolui em seu ritmo inacreditavelmente, principalmente por conta da bateria, indo de um clima obscuro para um cenário de batalha, que chega a arrepiar.

“Alive”: Não poderia haver escolha melhor para primeiro single. A música é muito bem produzida, contendo cada instrumento na posição certa. Sia fez um ótimo trabalho, na mesma formula de “Chandelier”, mostrando seus grandes alcances vocais com uma energia sensacional.

“One Million Bullets”: Em um clima mais fantasioso, a cantora agora domina com seus vocais e um instrumental muito adorável, dando a impressão de que “One Million Bullets” veio direto de um filme de romance.

“Move Your Body”: A faixa foi rejeitada por Shakira, então já dá pra imaginar as batidas animadas e latinas da música, que poderiam até ser de alguma música de Jennifer Lopez. E é aqui que Sia sai da sua zona de conforto para começar a “atuar”.

“Unstoppable”: A faixa já passou pelas mãos de Katy Perry, e depois para Demi Lovato. Mas realmente, fico muito feliz pela decisão da cantora de manter a música no álbum, pois corresponde exatamente ao estilo de Sia. Em uma sonoridade quase tribal, “Unstoppable” é um estouro no álbum, desde a produção até o caráter confiante lírico.

“Cheap Thrills”: Por essa ninguém esperava! Nesta faixa rejeitada por Rihanna, Sia toma mais um desafio para si: o eletrônico. Diferente de muitas músicas EDM atuais, a cantora não é ofuscada por toda a batida. Então, mesmo com um estilo totalmente diferente, não há tanto estranhamento, pois Sia levou sua identidade musical para o eletrônico, e não ao contrário.

“Reaper”: Dá pra imaginar o estilo que Sia segue aqui quando notamos que “Reaper” é co-escrita e co-produzida por Kanye West. Contém uma melodia animadinha, e tem uma sonoridade meio indie, meio urban. É bem diferente, porém eu gostei da combinação dos elementos.

“House on Fire”: Não acho que a melodia é o forte, muito menos a batida. Porém a letra dessa música é incrível, principalmente pela genialidade que Sia narra a situação de alguém sendo consumido pelo sentimento do amor, e isso tudo através de analogias ótimas e elementos poéticos notáveis.

“Footprints”: Nesta faixa rejeitada por Beyoncé, Sia novamente mostra seu lado mais romântico. Porém, admito que está longe de ser a mais potente do álbum, pois nada nessa música faz dela ser única, nem mesmo os próprios vocais da cantora. Acho que se houvesse uma explosão instrumental, acompanhada de high notes – que Sia tem de sobra –, a faixa poderia ser salva, porém não foi dessa vez.
“Sweet Design”: A cantora nos surpreende de novo aqui, com batidas bem agitas e um refrão bem comercial que realmente funcionou na voz de Sia. Se trata de uma música R&B bem energética cheia de potencial. Acredito que “Sweet Design” poderia virar single, sem muitas preocupações.

“Broken Glass”: Nesta música, dá pra sentir a paixão inegável na voz de Sia. Eu gostei do crescimento da música, principalmente quando os violinos aparecem, dando um caráter glorioso à faixa, fazendo com que “Broken Glass” pareça uma intensa luz em forma de música.

“Space Between”: De volta às suas origens, Sia encerra o álbum com suas marcas: sua renomada voz e sua habilidade de colocar emoção em suas músicas. Além da personalidade sentimental da música, “Space Between” soa bem teatral, o que faz dela a faixa perfeita para encerrar um álbum que se chama This is Acting, não é mesmo?


Sia se mostra uma artista por completo neste novo álbum, porque, além de seu talento, ela provou que podem dar para ela qualquer música, que ela vai fazer dela um completo masterpiece. Além de todo o contraste sonoro, a cantora se destaca pela sua coragem, espontaneidade e criatividade, fazendo desse álbum, uma variada e única coleção conceitual de sentimentos.

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