Depois de tanta espera, os caras
do Simple Plan estão de volta com Taking
One for the Team, mantendo fidelidade às raízes pop punk em grande maioria
do álbum, porém adicionando melodias bem catchy. Já dá pra imaginar que essa
combinação teve como resultado mais um disco excelente para a carreira da banda.
No cenário atual, vemos muitas bandas pop punk arriscando mais para o lado radiofônico da força, assim com Fall Out Boy. Porém, eu diria que Simple Plan tem feito isso de forma bem coerente, visto que sempre é adicionada a marca da banda mesmo nas músicas mais pop do álbum. Portanto, é de se imaginar que em Taking One for the Team seja encontradas músicas bem diferentes do primeiro álbum da banda, fazendo com que faixas como “I Don’t Wanna Go to Bed” pareça bastante com algo que Maroon 5 faria.
Por outro lado, no meio de tantos
“oh”, “boom”, “hey”, “nanana” e melodias chicletes, o punk permanece em boa
parte das músicas, te levando para os velhos e bons tempos da modinha emo –
afinal, quem nunca, né? –, onde
muitos conheceram Simple Plan. E adicionar Jordan Pundick, o vocalista do New
Found Glory, em uma das músicas foi essencial para a banda relevar “Ei, eu sei
que mudamos um pouco de estilo desde 2002, mas, acima de tudo, ainda somos uma
banda de pop punk”.
No geral, é um álbum tão cheio de energia positiva, trazendo
uma certa nostalgia, que fica até difícil de achar algum defeito. Com certeza,
os dois anos de trabalho valeram a pena e a banda soube resumir todos os
materiais anteriores em uma só fórmula, fazendo do Taking One for the Team um disco que deve ser conferido, baixado e
deixado no repeat por horas.
“Opinion Overload”: Logo na música de abertura, já dá pra ter uma
ideia de que a banda não mudou muito desde No
Pads, No Helmets...Just Balls. Nesta faixa, Simple Plan já começa arrasando
com a guitarra e com a letra cheia de atitude.
“Boom”: Estou viciado em “Boom” desde quando eu ouvi esta música
pela primeira vez, logo quando foi lançada como primeiro single promocional. As
melodias que ficam na cabeça são bem presentes, sem nenhum pecado no baixo,
guitarra ou bateria. Esta faixa up tempo é tão forte que fica quase impossível
para não cantar junto.
“Kiss Me Like Nobody’s Watching”: Agora mais para o lado do pop
rock do que do punk, a banda mantém a fórmula de refrão que fica na cabeça,
porém para um lado mais romântico, mantendo o caráter energético da banda, que quando
você menos perceber, estará mexendo sua cabeça loucamente como uma formiguinha
agitada por causa de açúcar.
“Farewell”: Aqui Jordan Pundick, do New Found Glory, faz uma
participação e como era de se esperar de um featuring da banda com ele, se
trata de uma faixa de pop punk puro, que parece muito com a sonoridade da banda
nos velhos tempos. E já imagino que deve ser a favorita de muitos do fandom –
pelo menos é minha favorita. E finalizo esse comentário dizendo que o jeito que
o Pierre canta “Down”, no final do refrão, soa como magia.
“Singing In The Rain”: Depois da dose maravilhosa de pop punk da
faixa anterior, temos aqui uma parceria com R. City – sim, estranho, eu sei –
que tem uma sonoridade de reggae. É algo que nunca imaginei para o Simple Plan,
e ainda não estou tão certo se sou tão apaixonado por esta música, porém admito
que é bem divertida e amigável.
“Everything Sucks”: Bom, aqui você será transportado imediatamente
para seus dias de adolescência rebelde – pelo menos é essa sonoridade que a
música tem. E uma coisa muito importante dessa faixa é o solo de guitarra do
Jeff Stinco, que acelera o coração de qualquer um.
“I Refuse”: Novamente, a banda permanece fiel à sua essência pop
punk, até com derivados do hardcore, eu diria. Comento isso, pois agora a banda
entrega um pouco de rebeldia em suas melodias em letras, o que acho ideal nunca
desaparecer dos álbuns do Simple Plan.
“I Don’t Wanna Go to Bed”: O single conta com Nelly, e como pode-se
imaginar, é sim pop rock, e não tem nada de punk. Porém, é uma música bem
divertida que se intensifica com o baixo dançante de David Desrosiers e com o
saxofone – instrumento que nunca imaginei encontrar numa música da banda.
“Nostalgic”: A banda se esbalda em euforia nessa música que conta
sobre um romance passado que não deu certo. Os fãs mais antigos da banda devem
adorar esta, já que o pop punk old school grita em todos os sentidos.
“Perfectly Perfect”: Achou que Simple Plan ia deixar de fora as
baladas do álbum só porque tem muitas animadinhas? Bom, você se enganou porque aqui você confere a mais
romântica do álbum. E aqui dá pra sentir o famoso aperto no coração, causado
pela ótima interpretação de Pierre e o violino emocionante que acompanha a
faixa.
“I Don’t Wanna Be Sad”: Depois de tanta melancolia e o clima triste
deixado em “Nostalgic” e “Perfectly Perfect”, a banda entrega uma música pra
cima, cheia de vida. E aqui vai um conselho: se você for criar uma playlist de
músicas para dançar e cantar no banho, “I Don’t Wanna Be Sad” não pode ficar de
fora.
“P.S. I Hate You”: A música é um show de riffs, trazendo a atitude
de volta para o álbum. E aqui pensei em algo interessante, que não sei se foi
planejado pela própria banda. As três músicas anteriores até “P.S. I Hate You”
é uma genialidade tremenda pela subordinação. Simple Plan consegue expressar
muitas emoções nessas últimas, uma seguida da outra, numa espécie de evolução.
Em “Nostalgic”, ainda em clima animado, bate aquela saudades dos velhos tempos,
e em “Perfectly Perfect”, a vulnerabilidade contagia, decorrente da anterior
provavelmente, e logo em seguida, em “I Don’t Wanna Be Sad”, a esperança
aparece para que em “P.S. I Hate You” ela se concretize em uma postura confiante
e de superação.
“Problem Child”: Em mais uma balada, a banda entrega um refrão
lento, porém que fica muito na cabeça. A fórmula usada foi a mesma de “Perfect”,
grande sucesso de Simple Plan. Se trata de um rock sinfônico bem calmo que te
conquista facilmente.
“I Dream About You”: Para fechar o álbum, a banda faz um dueto com
Juliet Simms, participante da segunda temporada do The Voice US. Se trata de
uma faixa romântica, cheia de emoção e harmonia. E quando tudo acaba, depois do
silêncio, vem o clima de comemoração com palmas e tudo mais anunciando, numa
espécie de interlude: “Meu Deus, você acredita? Simples assim, Simple Plan
ganhou o jogo...eles são os novos campeões!”. E realmente, eles voltaram e
merecem um troféu.
Taking One for the Team é um álbum tão poderoso que levará você
reviver cada momento da banda. Afinal, muitos cresceram com Simple Plan e para
os fãs que acompanham a banda por anos, não poderia ter presente melhor do que
esse. Mesmo mantendo um pouco do pop do último álbum de estúdio, o pop punk
prevaleceu durante a grande maioria do álbum, e é disso que todo mundo gosta.
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