Depois de ter seu relacionamento
com Olivia Culpo acabado, Nick Jonas lança álbum em dedicatória ao namoro. No
entanto, não espere tanta choradeira, porque todo o clima pesado foi
recompensado com batidas eletrônicas. Porém, se isso foi uma escolha boa de
fato já é outra história.
O Last Year Was Complicated é o segundo álbum de estúdio do Nick pós
Jonas Brothers e parece que a cada material que o cantor lança, ele se afasta
ainda mais do som que tinha com seus irmãos, nos deixando um pouco com saudades
da banda. Dessa vez, o cantor apresenta menos pop genérico, expondo ainda mais
sua tão bem treinada técnica vocal somada às batidas EDM, que em alguns
momentos atrapalham e em outros, complementam a música perfeitamente. Basicamente,
a onda do cantor dessa vez foi o electro-R&B, um tanto quanto semelhante às
melodias de Zayn e The Weeknd.
O álbum em si é bom, porém
acredito que poderia até ser melhor, devido o potencial do cantor. O grande
problema é que o Nick não se encaixa nesse gênero, em minha opinião, então por
mais que ele se entregue ao máximo na música, ela acabaria ficando melhor nos
moldes Nick Jonas & The Administration. Dá para notar bem isso ao
mergulharmos no significado de cada música do Last Year Was Complicated, que sempre tem um caráter mais denso do
que parece. Mas até se permitir sentir a emoção lírica do álbum fica difícil
com o excesso de batidas, que poderiam ser substituídas muitas vezes por um
instrumental mais comovente, como um acompanhamento de violino e piano. Não
acho que devia ser algo completamente melancólico como Sam Smith ou Adele, mas
Nick se destaca bem mais quando explora um ritmo lento, e isso só acontece umas
duas ou três vezes no disco. Todavia, seria um erro falar que o álbum é ruim,
porém eu acredito muito na capacidade artística do Nick Jonas, fazendo que toda
vez que um material novo dele esteja saindo, minhas expectativas elevam-se a um
nível indescritível.
“Voodoo”: Com essa faixa abrindo o álbum, a energia foi colocada lá
pra cima, devido ao refrão contagiante. A música tem um crescente incrível
tanto do lado instrumental, quanto do lado vocal do Nick, que nos presenteia
com várias explosões de seus falsetes. Seria ótimo se o álbum fosse
inteiramente coberto pelas chamas que essa música deixa.
“Champagne Problems”: A faixa é uma das minhas favoritas do álbum e
realmente sua batida arrebenta. Porém, como falei acima, essa é uma das músicas
que possui um significado um tanto quanto triste, que é quase impossível de ser
percebido devido ao ritmo escolhido. Eu sei que muitos vão achar loucura, mas
se “Champagne Problems” fosse uma balada guiada só por um piano, com uma
produção minimalista, seria realmente um masterpiece e ainda seria valorizada a
profundidade da música.
“Close”: Desde que a música foi lançada, eu amei do começo ao fim.
É radiofônica, mas ao mesmo tempo, é muito emocionante, principalmente pela
adição dos vocais de Tove Lo. Escolha perfeita para primeiro single!
“Chainsaw”: Definitivamente a melhor do álbum! A música reproduz
perfeitamente o sentimento passado pela letra. Tudo se encaixa perfeitamente,
principalmente com a passagem de um lado mais vulnerável para um crescente que
fica cada vez mais agressivo, mas ao mesmo tempo fragilizado. Pode-se dizer que
a própria linearidade de “Chainsaw” é uma analogia do sentimento pós um término
de namoro.
“Touch”: Bom, muitos gostaram da música. Realmente, eu até que
gostei da produção em si, porque é, sem dúvidas, uma música ótima R&B, mas
ela não se encaixa em muitos sentidos. O estilo não é a praia do Nick, assim
como a letra, que na minha opinião, não se encaixa nem no tema do álbum.
“Bacon”: Apesar do nome exótico, até que é uma faixa legal de
cantar junto. A música em si não é tão forte, mas comparando com as outras, é
um dos grandes destaques do álbum. Ah, e já estou avisando antes: quando você
menos esperar, você estará com “Bacon” na cabeça, de alguma forma. É a maldição
do Bacon Jonas, no melhor sentido da expressão!
“Good Girls”: Com uma influência do hip hop e um tom romântico,
Nick trouxe um ritmo totalmente relaxante de se ouvir. O problema dessa música
está só na letra. É irônico como Nick critica as garotas que mostram um pouco
de pele, rotulando como “bad girls” e as criticando negativamente, enquanto ele
mesmo fez isso com a sua imagem. Achei a letra bem hipócrita, fazendo com que a
minha negação pra continuar ouvindo só aumentasse. Cuidado aí com o que você
fala, hein Nick!?
“The Difference”: Primeira faixa do álbum que realmente é
entediante e descartável. Dói falar isso de uma música do Nick Jonas, mas
infelizmente nem o refrão salva.
“Don’t Make Me Choose”: Nick se aprofundou demais nas águas do
R&B, mas de alguma forma se afogou. A faixa, na minha opinião, precisaria
de algum refrão explosivo ou simplesmente um final mais marcante. É claramente
uma das mais monótonas do Last Year Was
Complicated.
“Under You”: Essa é a fusão perfeita do R&B e do eletrônico que Nick tanto almejava para este álbum. Nick melhora depois das duas trágicas músicas anteriores, nos dando um leve toque de esperança. Indo mais além, acredito até no potencial da música de fazer sucesso, se bem trabalhada nas ações de marketing. Não é nenhuma “Jealous” – hit do cantor que conseguiu uma ótima mídia espontânea –, mas dá pro gasto.
“Unhinged”: Quando percebi que a música era uma down tempo, eu
agradeci sem parar, porque era tudo o que eu mais queria para este álbum.
“Unhinged” expõe o lado mais puro, espontâneo e talentoso de Nick Jonas – algo
que não tinha acontecido ainda no disco. Deviam ter mais como essa no Last Year Was Complicated. A
simplicidade do Nick Jonas é capaz de me levar para outra dimensão. É emoção
pura!
“Comfortable”: Eu achei essa música algo do tipo Drake meets 90’s
pop. Até que dá para considerar uma boa.
“Testify”: O refrão é muito bom e poderoso. É aquele tipo de música
que não pode faltar na setlist da Future Now Tour – turnê conjunta que o cantor
fará com Demi Lovato.
“When We Get Home”: É uma faixa interessante porque permanece
bacana, mesmo com o ritmo mais calmo possível. Tinha tudo para ser entediante,
mas dessa vez as batidas, ao invés de estragar a música, salvaram a pele de
Nick Jonas.
“That’s What They All Say”: Para mim, os moldes dessa aqui deviam
ser levados para outras músicas. Tem muita harmonia e técnica envolvida,
fazendo com que a faixa fique facilmente apaixonante, principalmente pela vibe
sing along, acompanhada de uma melodia bem deliciosa proveniente do blues. Sem
dúvidas, é a mais amigável do álbum. E como se não bastasse, me trouxe um
sentimento de Nick Jonas And The Administration, fazendo meu coração bater
ainda mais forte por “That’s What They All Say”.
Last Year Was Complicated não é aquele tipo de álbum pelo qual imagino muitas pessoas perdidamente apaixonadas, justamente porque é um material que precisa de paciência e muita compreensão – algo que não tenho muito, admito – para que você possa ouvir mais do que uma vez, pois só aí é possível se permitir perceber as qualidades. Basicamente, não é aquele amor à primeira vista.
Nick precisa muito reorganizar melhor suas ideias antes de
lançar um álbum, principalmente ao arriscar aderir ao R&B. Na maioria das
faixas, dá pra perceber que o cantor tem muito talento, devido aos seus vocais
maravilhosos, que muitas vezes podem até causar orgasmos musicais. Porém por
outro lado, ele precisa repensar seriamente se quer continuar passando a imagem
de um mini Justin Timberlake, e principalmente se tal imagem corresponde à sua
natureza, porque só assim poderíamos ter a chance de apreciar Nick Jonas em sua
forma mais pura novamente, que neste álbum não foi quase nada perceptível.
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