Depois de ter lançado o sexto
álbum, American Beauty/American Psycho,
no começo de 2015 e ter feito uma série de shows desde então, o Fall Out Boy está
de volta com material novo e promete impactar os fãs com sua nova era, toda
baseada no roxo. A banda inaugurou essa nova fase com o single, “Young and
Menace”, porém talvez não seja nem um pouco do que você está esperando.
Assim como muitos fãs, eu estava
com minhas expectativas num nível bem alto, porque a decepção com a banda não é
algo que seja comum já que os caras sempre criam um som interessante e envolvente,
desde os seus anos de punk pop e emocore até a época mais atual das melodias
mais pop. Independente das mudanças, a banda sempre se saiu bem em colocar a
sua essência na música, porém isso não ocorre em “Young and Menace”, trazendo
um incômodo gigantesco.
A música começa com vocais
convictos e uma percussão bem marcante construindo um clímax curioso que seria
perfeito para um refrão estrondoso com riffs grandiosos e um momento poderoso de
rock, mesmo com melodias pop – que só o Fall Out Boy sabe fazer igual –, porém
todo o ritmo perdeu a linha com um refrão bem fraco, seguido de um fragmento de
batidas dubstep que simplesmente não se encaixam com o resto da música. O clima
de mistério da música não se perdeu, porém tudo poderia ter sido construído de
um jeito mais forte se a banda não entregasse todo o tesouro para o EDM.
A questão aqui não é que a banda
decidiu experimentar com o dubstep, pois a batida é realmente muito boa
separadamente da música, do tipo que faria um baita sucesso nas mãos de um DJ.
O grande problema é que o EDM foi usado de forma exacerbada, tirando todo o
foco da banda, que não conseguiu produzir nenhum verso tão forte quanto ao
breakdown, fazendo da música completamente desigual, fragmentada, confusa,
caótica e poluída pelo exagero.
Quem está lendo essa review provavelmente deve achar que eu sou só mais um dos fãs da banda que não aceita
mudanças e que está parado em 2007 – quando a banda ainda tinha a linha punk
pop da forma mais pura –, porém não é bem assim. Os dois últimos álbuns da
banda, mesmo seguindo uma linha mais pop, tinha riffs notáveis e melodias bem
dançantes e animadas, sem perder a essência rock de sempre. Em “Young And Menace”, a linearidade se extingue
com muita fragmentação e melodias mal formuladas e jogadas ao longo da música.
Além disso, o fundamento da banda é jogado completamente fora, uma vez que a
sonoridade menos orgânica rompe com a conexão que os ouvintes tem com a banda,
deixando de lado aquela proximidade e vontade de cantar junto com os refrões tão
marcantes e divertidos tão comuns do Fall Out Boy, que dessa vez estão
escassos.
Todavia, seria injusto da minha
parte não considerar que pelo menos a música fica um pouco melhor com mais
ouvidas, ainda mais com um conceito tão bem trabalhado no clipe que dá um “up”
no single. O clipe é muito bem planejado, com um visual bem bacana, todo focado
no roxo, que propaga mistério ao longo do vídeo. O enredo se passa em volta de
um menino que não sente um pertencimento no mundo sufocante em que vive. A
sensação de incompreensão do menino é exaltada pelo roxo, pelas distorções e
pelos seus pais que nem retratados como humanos são, e sim como lhamas. Todos
estes elementos intensificaram muito bem o conceito que a música passa de não
se encaixar em nenhum lugar. E é incrível como a banda conversa disso de forma
nada obvia, se apropriando de cores, figuras exóticas e efeitos especiais para
retratar um sentimento. Isso sim é inovador e interessante!
Muitas bandas, como Simple Plan, Paramore
e Panic! At The Disco, tiveram uma transição do punk rock e emocore para um som
mais radiofônico e pop, porém ainda seguem uma linha coerente, se apropriando
de novas melodias com muita sabedoria. O Fall Out Boy também se encaixa neste
padrão, pois até então tem feito um trabalho esplêndido, mesmo com mudanças.
Todavia “Young and Menace” vai para um lado contrário e preocupante para a
banda, deixando um pouquinho a desejar. O jeito é ficar atento pelo o que está
por vir e não perder as esperanças para o álbum completo, afinal toda banda tem
seus pequenos tombos. O novo disco, intitulado M A N I A, será lançado pela Island Records e DCD2 no dia 15 de
Setembro. Além disso, a banda está escalada pra agitar o Palco Mundo do Rock In
Rio no dia 21 de Setembro, junto com grandes nome do rock, como Aerosmith e Def
Leppard.
Ótima review! Concordo plenamente com tudo o que foi dito. Vamos ficar no aguardo do álbum e que seja realmente bom.
ResponderExcluirhttps://heyimwiththeband.blogspot.com.br/
Muito obrigado! Vamos só esperar pelo melhor, quem sabe a gente acaba se surpreendendo, não é mesmo?
Excluir