Depois de um pouco mais de dois
anos do seu tão bem aclamado último disco, St. Vincent está pronta para um som
pop mais experimental, que já é refletido no carro chefe “New York”. Muitos
podem achar que St. Vincent, por ter se distanciado um pouco do seu som de sempre,
não tem mais aquela pegada artística, mas é aí que você se engana: o vídeo para
“New York” é pura arte do começo ao fim.
"New
York" foi lançada no início do verão e é a primeira música de St. Vincent
em dois anos. Dirigido pelo célebre artista visual Alex Da Corte, o trabalho é
seu primeiro no formato de vídeo musical, e o cara já chegou com tudo. Alex fez
um trabalho magnífico, fazendo com que o visual estético se contrastasse com a
proposta da música, de um jeito bem exuberante. O resultado disso tudo, por
incrível que pareça, foi um dos clipes mais bonitos de se ver deste ano. Do
começo ao fim, ele grita “AESTHESTIC!”.
A
música em si possui um tom fúnebre, enquanto St. Vincent narra uma perda
dolorosa que teve em Nova York. E para performar isso no clipe, a cantora não
seguiu o caminho esperado de um visual frio, como muitos fariam. Indo na
contramão, ela está ainda mórbida, quase que sem emoção, porém se encontra cantando
ao redor de vários elementos estranhos banhados ao exagero de cores vibrantes e
de texturas que se contrastam entre si. É um clipe muito bonito de se ver, em
que a nossa atenção fica fixa ao olhar cativante de St. Vincent a todo momento.
Tem algo muito penetrante sobre ela!
Só que
toda a genialidade do vídeo não para por aí. Através de formas diferentes e
cores abundantes, fica claro que o cenário representa Nova York, pelo design,
pela estranheza, pelo glamour e até por conta de algumas referências que são
expostas ao longo do caminho, como o “Alamo” (cubo de Astor Place). É como se o
clipe todo tivesse mergulhado em Pop Art e nos modelos de fotografias
industriais para publicidade, muito comuns em Manhattan. É muito chamativo!
E agora
você deve estar se perguntando: “Nossa, mas o que isso tem a ver com o ritmo
lento da música?”, e eu te digo que tem tudo a ver. No meio da cidade do
exagero, St. Vincent brinca com o sentimento bipolar gerado pela urbe. Visualmente
está tudo bem vivo, porém seu olhar blasé diz outra coisa. Ela procura sempre
mostrar charme, só que isso não muda o fato de que ela se encontra perdida por
dentro. São tantos elementos na tela, e mesmo assim ela não acha nada para
preencher o vazio deixado pela pessoa que a abandonou em Nova York, a cidade
dos males capitalista.
"New York" marca o começo de uma nova fase de St. Vincent, correspondendo ao sexto álbum de sua carreira. É uma grande mudança, mas claramente, independente do seu som, a cantora nunca falha em trazer uma sensibilidade artística única pra música, e é por isso que ela se destaca no mercado. Vamos estar aguardando ansiosamente por mais notícias deste novo trabalho!
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