Um pouco de areia nos sapatos, geradores,
amplificadores, instrumentos e muito espaço aberto no meio do deserto da
Califórnia, assim nasceu uma das bandas de rock mais influentes da década de
noventa. Conheça a história da curta carreira de Kyuss, a banda que levou o
termo desert rock ao extremo e moldou
a sonoridade que até hoje influencia milhares de artistas.
Originalmente de Palm Desert, Califórnia, o Kyuss surgiu literalmente do meio do nada e surpreendeu a todos com sua sonoridade pesada e inovadora, criando o estilo que hoje conhecemos como Stoner Rock. Com o passar dos anos, a baixa afinação e o som abafado da guitarra de Josh Homme, aliada ao vocal estridente de John Garcia, dariam vida à sonoridade única e característica da banda.
O início - Katzenjammer/Sons of Kyuss (1987-1990)
A formação inicial do então
chamado Katzenjammer, contava com Nick Oliveri na guitarra base, mas com a
saída dele, a banda seguiu como um quarteto, com Josh Homme na guitarra, John
Garcia nos vocais, Brant Bjork na bateria e Chris Cockell no baixo.
Eventualmente o nome foi mudado para Sons of Kyuss e assim, em 1990 eles lançaram um EP de oito faixas autointitulado. A última faixa do EP ainda levava o nome de "Katzenjammer". Logo após o lançamento do EP, Chris
Cockrell sai da banda e volta Nick Oliveri, agora como baixista. Nesse meio
tempo, a banda também encurtou o nome para Kyuss.
Wretch (1990-1991)
Com a nova formação, a banda
ganhou certa notoriedade na cena local de Palm Desert e nas cidades vizinhas,
conquistando uma pequena quantidade de fãs e eventualmente conseguindo um
contrato com a gravadora independente Dali Records, pela qual eles lançariam
seu primeiro álbum Wretch, em 1991.
Das onze faixas, cinco estavam no EP Sons of Kyuss, sendo que três foram regravadas e duas reaproveitadas. Apesar do álbum não ter
conseguido capturar a essência do Kyuss, que era absurdamente enérgico no
palco, ainda carregava alguns resquícios disso em faixas como Son of a Bitch, The Law, I’m Not e
especialmente Stage III, um
instrumental icônico que nos dava uma pequena amostra de como seriam os trabalhos
seguintes da banda. Durante um show, na época do lançamento de Wretch, a banda conheceu o produtor Chris
Goss, que viria a ser uma figura crucial nos álbuns subsequentes.
Blues for the Red Sun (1992)
Já em 1992, a banda entra em
estúdio novamente para a gravação de Blues
for the Red Sun, que seria lançado mais tarde no mesmo ano. Agora com Chris
Goss, a banda conseguiu atingir a sonoridade almejada, finalmente capturando
toda a energia que a banda tinha ao vivo, fórmula que eles seguiriam até o fim.
O disco chamou muita atenção na época e hoje é considerado um dos álbuns mais
pesados da história. Como de praxe, o sucesso teve efeitos positivos e
negativos sobre a banda, fazendo-os serem convidados para abrir shows do
Metallica e em contrapartida também criando conflitos internos que culminaram na saída do baixista Nick Oliveri. Por conta de faixas como Thumb, Molten Universe e Freedom Run, as comparações com Black
Sabbath tornaram-se inevitáveis.
Welcome to Sky Valley (1993-1994)
Já com Scott Reeder substituindo Nick no baixo,
a banda entra em estúdio no início de 1993 e rapidamente grava o aclamado Welcome to Sky Valley, de longe o
trabalho mais criativo deles. Por conta de problemas burocráticos com gravadoras, o
lançamento do álbum, que originalmente sairia em janeiro de 1994, foi atrasado
para o final de junho. O álbum traz algumas das melhores composições da banda
como Gardenia, Asteroid, Demon Cleaner, Odyssey e Whitewater, sendo esta última uma faixa viajante de oito minutos
extremamente bem construída. A ótima performance de Brant Bjork no álbum também
seria sua última com o Kyuss, pois o baterista deixou a banda ainda em 1993 e
foi substituído por Alfredo Hernández.
...And the Circus Leaves Town (1995-1996)
Já um tanto desgastada e com
planos de acabar, a banda lança seu último álbum de estúdio ...And the Circus Leaves Town, um ótimo
disco que apesar de demonstrar certa fadiga, ainda trazia ótimas composições como Hurricane, One Inch Man, Phototropic
e Spaceship Landing, além de um cover
sensacional de Catamaran do
Yawning Man, banda da qual fazia parte o baterista Alfredo Hernández. Alguns meses
após o lançamento do álbum, já em 1996, a banda decidiu encerrar as atividades. No mesmo ano, a banda lançou seu último material "inédito", entre aspas pois se tratava de um cover de "Into the Void" do Black Sabbath.
Depois do fim (1997-atualmente)
Como forma de transição, o Kyuss lançou em 1997 um EP meio-a-meio com a então nova banda de Josh Homme, Queens of the Stone Age, da qual mais tarde Nick Oliveri e Alfredo Hernández também fariam parte. Um lado do EP consistia nas três faixas contidas no single de "Into the Void" e o outro trazia as três primeiras faixas gravadas pelo Queens of the Stone Age, uma delas contando inclusive com John Garcia nos vocais de apoio. No mesmo ano Nick Oliveri também criou sua própria banda, o Mondo Generator, nomeado a partir de uma faixa do álbum Blues for the Red Sun, em que apenas ele é creditado por música e letra.
O último lançamento oficial do Kyuss foi a compilação Muchas Gracias: The Best of Kyuss lançada em 2000, que apesar do nome, na verdade se tratava de um apanhado de b-sides e versões ao vivo. Desde então, nada novo sob o sol.
O último lançamento oficial do Kyuss foi a compilação Muchas Gracias: The Best of Kyuss lançada em 2000, que apesar do nome, na verdade se tratava de um apanhado de b-sides e versões ao vivo. Desde então, nada novo sob o sol.
Reuniões parciais e coisas do gênero aconteceram diversas vezes, como Nick cantando faixas do Kyuss quando ainda era integrante do Queens of the Stone Age, John Garcia participando de um show da banda em 2005 e cantando três faixas do Kyuss com eles, além do projeto mais recente Kyuss Lives!, que causou certa controvérsia e até problemas na justiça, já que John, Brant e Nick se reuniram sem Josh e queriam usar o nome da antiga banda, algo que não o agradou muito, pois segundo ele, ofenderia o legado
deixado por eles. Compreensível, mas ao mesmo tempo desanimador.
Agora o que nos resta é ouvir o ótimo material deixado pela banda e por isso fizemos uma playlist com as melhores faixas da carreira deles para você conhecer e curtir:
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