O ex-frontman do glorioso Oasis acaba de finalmente lançar seu primeiro trabalho solo e o álbum é surpreendente, pois a criatividade de Liam Gallagher foi mais longe que podíamos imaginar. Confira nosso review de As You Were.
Depois do fim do Oasis e o pseudo
fracasso do Beady Eye, o menino Liam precisava se redimir com os fãs e
apresentar algo bem consistente e convincente o suficiente para reafirmá-lo na
indústria fonográfica. Quem olha por fora da lente de aumento, é capaz de jurar
que Liam dessa vez pegou no pesado e nos entregou um álbum animador e até mesmo
promissor. Infelizmente a realidade é um pouco mais complicada que isso.
As You Were é cheio de altos e baixos, com alguns momentos mais
baixos que o esperado. Ao mesmo tempo que Liam parece ter recuperado seu poder
vocal, a sonoridade adotada por ele soa exatamente como uma modernização do que
seu irmão Noel criou ainda nos tempos áureos do Oasis, relembrando os fantasmas
que assombram Liam há algum tempo, já que o disco nos faz imaginar como Definitely Maybe soaria se tivesse sido
feito em 2017.
Já mostrando como o álbum se
desdobra facilmente, iniciamos com “Wall of Glass”, uma faixa absolutamente contagiante,
com direito a gaita e vocais de apoio que provavelmente foram ideia do gênio
maluco Greg Kurstin, que assina a ótima produção do álbum. Seguindo a mesma
linha cadenciada, mas com um clima um pouco mais sério e intimista, temos “Bold”,
que tem um dos melhores refrãos do álbum e apresenta exatamente o tipo de
canção que gostamos de ouvir Liam cantar.
“Greedy Soul” não acompanha as
duas primeiras, mas também não faz feio, apesar da letra bem previsível e do
instrumental pouco impressionante, a forte energia da faixa compensa e não
deixa o nível do disco cair. O mesmo não podemos dizer da sequência de faixas
mornas que começa com “Paper Crown”, que esbanja influência de Beatles, o que
não necessariamente é bom e aponta que Liam parece ter criatividade um pouco
limitada quando se trata de músicas mais lentas e profundas, algo que fica
ainda mais perceptível na faixa seguinte, “For What Is Worth”, que também falha
em impressionar e não traz qualquer destaque a não ser pelo arranjo de cordas. “When
I’m In Need”, completa um dos trios mais mornos da história do rock britânico,
mas se sai um pouco melhor que as duas anteriores, apresentando uma atmosfera
um pouco menos dramática e mais ao estilo de trilha sonora de filme fantasioso.
Saindo da melancolia e voltando à
animação, “You Better Run” retorna ao clima maravilhoso das primeiras três
faixas e junto com “I Get By” recoloca o ritmo do disco lá em cima. As duas
faixas são semelhantes em sonoridade e em qualidade também, mas infelizmente
são seguidas de uma das canções mais fracas do álbum, “Chinatown”, que traz uma
atmosfera estranha e se desenvolve de forma ainda mais esquisita, sem a
menor razão de ser, deixando um ponto de interrogação no meio das faixas.
Felizmente, a faixa seguinte, “Come Back to Me”, vem compensando a anterior e
posiciona-se entre as melhores do disco logo de cara, desde a ótima letra ao
instrumental muito bem construído, a canção traz uma das performances vocais
mais bonitas de Liam no álbum, além de um ótimo solo de guitarra.
“Universal Gleam” apresenta algo
muito semelhante à sonoridade extremamente cinza do último álbum do Oasis Dig Out Your Soul (que foi inclusive
lançado no mesmo dia de As You Were,
em 2008), com acordes sutis e uma calmaria incrivelmente harmoniosa, além da
ótima ambientação feita pelos teclados. Para fechar a edição padrão, temos “I’ve
All I Need”, um pouco mais baseada nas guitarras e além de emocionante, ainda
anima brevemente as coisas antes de terminar.
A edição deluxe mostra que vale a pena e ainda traz mais três ótimas faixas, a primeira delas é “Doesn’t Have to Be That Way”, que vem animadíssima e até meio viajada, quase no mesmo estilo de “Greedy Soul”, mas com vocais mais bem trabalhados e um instrumental que está facilmente entre os melhores do álbum. Depois temos “All My People / All Mankind”, um pouco mais morna e numa linha ao melhor estilo música de estádio, com vocais, guitarras e teclados em perfeita sinergia, se completando a todo momento. Encerrando de vez, “I Never Wanna Be Like You” vem com um ar de grandiosidade e mesmo sem bateria, ainda traz uma das melhores progressões do disco, com ótimos vocais de apoio, uma ambientação extremamente emocionante e provavelmente uma das melhores letras de Liam.
A edição deluxe mostra que vale a pena e ainda traz mais três ótimas faixas, a primeira delas é “Doesn’t Have to Be That Way”, que vem animadíssima e até meio viajada, quase no mesmo estilo de “Greedy Soul”, mas com vocais mais bem trabalhados e um instrumental que está facilmente entre os melhores do álbum. Depois temos “All My People / All Mankind”, um pouco mais morna e numa linha ao melhor estilo música de estádio, com vocais, guitarras e teclados em perfeita sinergia, se completando a todo momento. Encerrando de vez, “I Never Wanna Be Like You” vem com um ar de grandiosidade e mesmo sem bateria, ainda traz uma das melhores progressões do disco, com ótimos vocais de apoio, uma ambientação extremamente emocionante e provavelmente uma das melhores letras de Liam.
A forma como Liam parece inseguro
em relação à sua própria capacidade de criação é o que mais nos surpreende em As You Were. Enquanto seu irmão Noel
parece estar cada vez mais distante da sonoridade do velho Oasis, Liam não
parece querer se desprender do passado e continua apostando nas mesmas
progressões, acordes e estruturas musicais de sua ex-banda. Enquanto álbum, As You Were é extremamente competente e
muito promissor, mas enquanto um álbum de Liam Gallagher, deixa bastante a
desejar.
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