Atualmente, Christina Aguilera atingiu o patamar de lenda. Apesar da chacota online, que a persegue desde o icônico flop de Bionic, a cantora segue ganhando cada vez mais respeito da crítica especializada e grande mídia. Vamos explicar!
No início de sua carreira,
Xtina já mostrava ser promissora. Ainda que tivesse quatro hits (três dos quais
atingiram o #1 da Billboard) apenas no primeiro álbum, Britney Spears seguia
como o grande destaque de estreia do ano de 1999. Provando a qualidade de seu
talento, Christina ganha o Grammy de “Melhor Novo Artista”, concorrendo não só
com a princesa do pop, mas também com Macy Gray, que tinha tido o hit “I Try” e
seguia como queridinha da crítica pelas raízes soul.
Com seu debute passando as vendas de
15 milhões, em 2000 mesmo ela decidiu não ser mais um fantoche dos grandes
empresários. Só nesse ano, ela lançou um álbum de standards em espanhol, assim
como versões de seu álbum de estreia. O sucesso foi bem além do esperado: além
do respeito pela crítica por não dar um passo óbvio, ela ainda recebeu um
Grammy Latino de “Melhor Álbum Pop Vocal”, sendo a primeira norte-americana a
receber o prêmio. Por fim, o álbum permanece com o recorde da Billboard de
álbum pop latino mais vendido de 2000 e álbum de uma artista norte-americana
com mais semanas no chart de álbuns latinos.
Apesar de Britney sempre ter sido um
nome maior mundialmente falando de fenômenos de vendas – e ela merece, que
fique claro -, Xtina sempre foi um fenômeno de crítica e respeito. Mesmo que
digam ao contrário, uma prova disso é seu tributo à Whitney Houston em 2001 no
BET Awards, premiação destinada aos artistas afro-americanos. Mesmo sendo uma
branca numa premiação para negros, ela foi convidada por Miss Houston para a
performance; ao final, Whitney disse ter sido a melhor versão de “Run To You”
após ela mesma. Aliás, a família Houston sempre foi uma grande admiradora de
Aguilera, tendo convidado ela mais duas vezes para tributos – em 2016, no The
Voice, e 2017 no American Music Awards. Vale lembrar do hit “Lady Marmalade”,
abençoado por Patti LaBelle (dona da música) como uma pérola regravada. A
música chegou a ofuscar até P!nk, que na época entrou numa rixa com ela.
Em 2002, com apenas 3 anos de
carreira, ela já carregava um respeito de uma artista com muito mais tempo na
estrada. Ainda assim, ela enfrentou todos seus demônios lançando o genial Stripped, confessando que não ligava se venderia 2 cópias ou 2.000. Ela foi
bem além: não só vendeu 12 milhões de cópias, como foi pioneira da nova geração
ao incluir um beijo gay no clipe de seu hit “Beautiful” e falar abertamente
sobre o feminismo em “Can’t Hold Us Down” – antes desses tópicos virarem pauta
no mundo pop.
Entre 2004 e 2006, ela saiu em turnê
com as ainda novatas Pussycat Dolls, colocando o nome da banda no mapa. Voltou
aos cabelos loiros, assumiu uma sonoridade mais antiga e então lançou o também
genial Back to Basics, uma nova
ousadia com um álbum pop duplo. Por dois anos, ela segurou o recorde de álbum
duplo feminino mais vendido do mundo, sendo superada pela soundtrack de Hannah
Montana 2. Conquistou ainda 3 indicações ao Grammy e uma vitória com “Ain’t No
Other Man”. Em 2007, ela já era reconhecida pelos maiores nomes da música,
tendo colaborado com lendas como Tony Bennett, Herbie Hancock e Andrea Bocelli
– tudo isso com menos de 10 anos de carreira.
Que Christina era um fenômeno, isso é
indiscutível. Seu segmento já estava bem afastado da colega Britney – que
sempre é comparada erroneamente. É importante reconhecermos que cada uma tem
seus méritos invejáveis, e que nenhuma é superior à outra.
O fenômeno deu vida à coletânea de
sucessos Keeps Gettin’ Better, que foi pifiamente divulgada uma vez que ela
havia sido mãe recentemente. Apesar de estar disponível para venda física
apenas na Target, uma espécie de Lojas Americanas dos Estados Unidos, ela
conseguiu emplacar mais um Top 10, estreando em #9. O álbum, no entanto, só
atingiu seu pico quando foi disponibilizado em todas as lojas, tendo atingido o
#2. A sonoridade eletrônica era refrescante para a imagem dela, e tudo parecia
implacável.
Já em 2008, outro grande nome pop
havia surgido. Lady Gaga estava no topo do mundo, e em 2009 era o maior nome da
indústria. Numa época que Perez Hilton era extremamente influente nas mídias
sociais, é fácil vermos o quanto ele contribuiu para uma “destruição” da imagem
de Aguilera. O resultado disso foi “Bionic”, o álbum que segura apenas o
recorde de maior flop da história. Com expectativas nas alturas, tanto dela
quanto do público, o recebimento frio nas vendas do álbum surpreendeu a todos,
causando o abandono do álbum no segundo single.
Ainda em 2010, ela foi nomeada
“Embaixadora Contra A Fome do PMA” da ONU, sendo reconhecida também como maior
contribuinte da UNICEF e tendo viajado ao Haiti inúmeras vezes para ajudar os
projetos de distribuição de alimentos no país após a catástrofe daquele ano. Só
então a mídia descobriu seu trabalho humanitário árduo desde 2005, quando
iniciou suas contribuições. Em uma entrevista alguns anos depois, perguntada
porque nunca divulgou isso para o mundo, ela respondeu que “boas ações devem
ser feitas, não faladas”.
Seu nome, no entanto, não demorou a se
recuperar com a crítica: Burlesque,
sua estreia nos cinemas ao lado de Cher, conseguiu arrecadar mais de 91 milhões
de dólares em bilheteria e 130 milhões de dólares com vendas em dvd. Esses
números são surpreendentes levando em conta que tratava-se de um musical com
sonoridade e temática de quase 100 anos atrás. Cher e Christina Aguilera
bateram de frente no Globo de Ouro, arrancando duas indicações com suas maiores
músicas do filme; o prêmio foi para Cher com “You Haven’t Seen The Last Of Me”.
Após Burlesque, tudo pareceu desandar. Sua imagem frente à indústria era
péssima, ela era motivo de piadas por qualquer coisa que fizesse, além de ter
sido presa ilegalmente e ganhado muitos quilos “não saudáveis”, como ela mesma
diz. Em 2011, ela entrou no The Voice com o que era, até então, o maior cachê
pago a uma cantora na história dos realities. Abocanhou ainda o maior hit do
Maroon 5, “Moves Like Jagger” e recuperando um pouco do seu prestígio. A prova
disso é que, mesmo com sua imagem totalmente arruinada, ela conseguiu um debute
em #34 com a subestimada “Your Body” e ainda ficar no Top 10 do iTunes por 7
semanas com a premiada “Just A Fool”, colaboração com Blake Shelton que nunca
sentiu o cheiro de um clipe. Mesmo assim, ela virou piada na internet pela Lotus Tour, que sequer foi anunciada e
demonstrou que todo o ódio contra ela era apenas gratuito.
Em 2013, a cantora se encontrou
novamente. Chocou todos ao aparecer renovada num red carpet do The Voice,
conseguindo ainda dois novos hits: “Feel This Moment”, que se tornou o maior
hit de Pitbull, e “Say Something”, que se tornou o único hit da já esquecida
banda A Great Big World. Ela não só trouxe visibilidade a eles, como foi
responsável pelo Grammy de “Colaboração do Ano”, recebido em 2015.
Atualmente, há um nervosismo e
expectativa de seu próximo passo. Anunciado desde 2013, o sexto álbum da
cantora é o mais misterioso de sua carreira. Mas não é nenhuma surpresa:
Aguilera já demonstrou várias vezes odiar rumores sobre seus trabalhos e é
conhecida por adiá-los sempre que informações são vazadas.
O que podemos concluir é que talvez não
estejamos dando o devido valor ao nome que é Christina Aguilera. Na era da
internet, a informação está mais acessível do que nunca, e é triste que muitas
pessoas sequer conheçam seu trabalho – seja musical, seja pessoal, seja
humanitário.
Escrito por: Rodrigo Izetti
Bionic o maior flop da história? AKA da JLo, Britney Jean e Glory da Britney, Me I Am Mariah da Mariah e vários outros floparam muito mais. A diferença é que ao contrário de todos eles, Bionic é criativo e original. Christina nunca teve a carreira arruinada. Mesmo quando o apelo comercial diminuiu, ela continuou como uma das maiores artistas da história, porque tem TALENDO acima de 50 milhões de vendas com apenas 5 álbuns de estúdio. Hoje a Billboard é uma vergonha, na época que ela começou não.
ResponderExcluirOlá! Então, Bionic segue sendo o maior flop colocando expectativa/tamanho do nome/sucesso anterior. JLo nunca vendeu álbuns bem, Britney Jean era algo esperado pela qualidade do álbum e Glory vendeu suficientemente bem para as proporções atuais. Até 2010, Christina nunca havia fracassado com seus trabalhos, a expectativa estava nas alturas e o álbum vendeu pouco mais de 800 mil cópias, o mesmo total do Glory, por exemplo. Pra época, continua sendo o maior flop da história sim. Mas não colocamos isso como algo negativo no texto. :)
Excluirmaravilhosa, Rainha dona do meu ser <3
ResponderExcluirOk, eu concordo. Mas se for comparar de fato expectativa/tamanho do nome/sucesso anterior o fracasso award vai para Britney, que sempre vendeu horrores e de uns tempos pra cá não está atingindo nem 1 milhão, ao contrário do BIONIC, que em 2013 atingiu essa marca. A Britney em 2007 com o Blackout que era o ''retorno'' não atingiu 5 milhões em uma época onde os cds ainda vendiam muito e depois disso com o Circus que é um cd comercial, divulgado e com um #1 não conseguiu passar nomes digamos... com vendas inferiores se olharmos o fim da década de 90 e começo da década de 2000 como por exemplo, Beyoncé o estrondoso I'am...Sasha Fierce e Rihanna com o Good Girl gone Bad.
Excluir