Os melhores álbuns de 2017 segundo o Keeping Track


Entre grandes lançamentos de pequenos artistas e pequenos lançamentos de grandes artistas, entre surpresas deliciosas e decepções amargas, entre “que hinooooo” e “é pra fingir?”; podemos dizer que 2017 foi mais um grande ano para a música. Esperamos até o último minutinho do ano para entregar esse post – afinal Beyoncé pode lançar um álbum a qualquer momento, ainda dá tempo né? –, mas aqui está o nosso compilado do que mais ouvimos, amamos, dançamos e choramos com, de Lorde a Queens of the Stone Age.

U2 - Songs of experience (escrito por Jhonatan Oliveira)
Os nossos gênios poetas mostraram um álbum maduro que nos remete a alguns dos antigos sons da banda de um jeito ainda melhor e mais inovador. Eles definitivamente souberam incrementar o verdadeiro U2 à contemporaneidade. Aquele clássico rock que a gente quer ouvir e cantar em estádios, com aquelas letras bem românticas, irônicas e humanitárias que só eles sabem fazer. Songs of experience soube marcar a nova era da banda que saiu da inocência para provar todos os seus anos de estrada em forma de música.


Taylor Swift – Reputation (escrito por Beatriz Russo)
No mais novo álbum de Taylor Swift, ela inova no conceito e estilo. Utiliza na maioria o pop, como já explorado no 1989 e até rap alternativo, nada convencional para a cantora. Além de assumir toda a reputação dada a ela pela mídia em parte das músicas, em outras deixa a verdadeira Taylor em evidência. O Reputation também se enquadra como albúm mais profundo da artista, tanto em letra quanto em ritmos. Ele dá a sensação da cantora ter ido até o fundo de seus sentimentos e angustias para a composição das faixas.


Ed Sheeran - Divide (escrito por Jhonatan Oliveira)
Depois de somas e multiplicações, Ed Sheeran decidiu dividir com a gente mais um pouco da sua experiência em um álbum conquistador e talentoso. Intenso, inovador, surpreendente - Divide é o tipo de álbum que nos faz arrepiar e sabe agradar muita gente de diversas formas. A flexibilidade do cantor estabelece o seu diferencial que é provado em misturas de estilos como pop, R&B, rap e ainda um pouco do eletrônico que aparece neste álbum. Certamente a escolha certa para o jovem ruivo ser bastante enaltecido.



Lorde – Melodrama (escrito por Peterson Augusto)
Se perfeição tem nome, ela atende por “Melodrama”. Lorde conseguiu, mais uma vez, nos entregar um material de qualidade impressionante, que evidencia o quanto Ella se entrega completamente àquilo que ama fazer. É muito bonito ver o resultado final do álbum: a forma como ele é composto conversa com o eu pessoal de quem o está ouvindo e tenta destrinchar seus sentimentos ao expor exatamente o que a compositora sente, desde seu conceito ideal até a ordem em que as músicas são dispostas, de modo a ser facilmente comparado a uma obra renascentista. O “Melodrama” é único, real e sincero, feito de coração e alma, facilmente um dos melhores da década.



Demi Lovato – Tell Me You Love Me (escrito por Gabriel Bonani)
Tell Me You Love Me definitivamente marcou a fase mais madura de Demi Lovato musicalmente. Finalmente a cantora achou a confiança que tanto buscava na era Confident e também conseguiu unir o que sempre buscou durante toda sua carreira: unir sua potência vocal ao ritmo e melodias que transformam o material “radio friendly”. O soul-pop apresentado no disco viaja por atmosferas sensuais, dançantes e até mais intimistas. Demi finalmente assumiu suas habilidades em um disco poderoso e honesto!



SZA – Ctrl (escrito por Peterson Augusto)
“Consideration” é uma das melhores músicas do ANTI e hoje fica muito claro que boa parte disso vem pelo fato da participação de SZA na música. Se antes era um nome pouco conhecido na indústria, em 2017 a cantora marcou território com o lançamento de seu primeiro álbum “Ctrl”, que já lhe rendeu 5 indicações ao Grammy. E não é para menos, o disco todo é uma delícia de ouvir e já dá para ver o quanto ela é uma grande compositora em ascensão. SZA trouxe ao R&B um novo ar, mais refrescante, limpo e minimalista, definindo um clima de paz e tranquilidade no ar como aquela chuva de verão após um dia bem quente. E que vocais, hein?! Se ainda não a conhecem, sugiro fortemente que corram e coloquem para tocar “Love Galore”. E depois “The Weekend”. E depois o álbum todo. Sério.


DAMN – Kendrick Lamar (escrito por Gabriel Bonani)
Kendrick Lamar dominou 2017! Desde o hit “Humble”, nós sabíamos que isso iria acontecer. Ninguém consegue colocar a alma na música como o rapper fez nesse álbum, que é uma obra de arte pela mensagem, letras de aplaudir de pé e uma linha nata de um hitmaker. Viajando pela história e sociedade no passado e presente, Kendrick prova ser merecedor do posto que detém agora como um dos rappers mais influentes da história. Sem dúvidas, ele é um gênio!



Imagine Dragons – Evolve (escrito por Gabriel Bonani)
Depois do sucesso estrondoso de Night Visions seguido do Smoke + Mirrors que não teve um desempenho tão bom assim, esse terceiro álbum seria definitivo para a carreira da banda. E realmente, Evolve foi tudo isso e muito mais. Como o próprio nome disse, o álbum mostra a evolução da banda e a maturação da mesma para encarar experimentalismos bem interessantes, como temos no hit “Thunder”. A energia positiva reina do começo ao fim em uma esfera luminosa de pop rock que realmente reergueu o Imagine Dragons quase no mesmo nível do grande debute!



Khalid – American Teen (escrito por Beatriz Russo)
O primeiro álbum do cantor foi uma grande revelação para 2017. Com seu ritmo alternativo e R&B ele já atinge um nível grande de complexidade em sua estreia no mundo da música, conseguindo ser indicado até mesmo ao grammy como Melhor Álbum Urbano Contemporâneo. Todo o sucesso de “Location” foi merecido, uma vez que ele inova no estilo e consegue prender facilmente até um ouvinte que não é muito familiarizado com o gênero. Também consegue mesclar os dois estilos e com isso, tem músicas que lembram até da banda bastille como “Hopeless”.


Halsey – hopeless fountain kingdom (escrito por Beatriz Russo)
Depois do sucesso de Badlands em um estilo mais alternativo, Halsey traz mais do R&B em torno do conceito de Romeu e Julieta. Desde o clipe de “Now or never”, ela nos apresenta dois personagens, Solis e Luna, representando os opostos Sol e Lua e assim, é possível imaginar toda uma narrativa ao decorrer das faixas. Ela ousa também ao fazer um tipo de ligação entre algumas músicas como em “Good Morning” e “Lie”, o que faz com que o álbum precise ser escutado em sua ordem correta. Ele também é ainda mais profundo que o primeiro em seu conceito e a cantora consegue inovar no estilo sem exageros.

Kelly Clarkson – Meaning Of Life (escrito por Rodrigo Izetti)
Mesmo sendo diferente do “álbum puro soul” prometido anteriormente, Kelly não nos decepcionou. O produto final é o excelente “Meaning Of Life”, que mistura vocais soul com batidas pop resultantes em excelentes canções que, ao mesmo tempo que são radio-friendly, invocam vocais invejáveis. Seja na chiclete “Didn’t I”, na excelente “Love So Soft” ou até na balada que se consagrou como uma das melhores da carreira, “I Don’t Think About You”, ela mostra que está fazendo o que gosta e que seu álbum tem muito da sua alma sim.


Harry Styles – Harry Styles (escrito por Gabriel Bonani)
O álbum de estreia de Harry Styles foi definitivamente a grande surpresa do ano pro mundo da música. O jovem, vindo da boyband mais famosa do momento conhecida por seus hits pop chicletes, impressionou agora com seu ritmo inspirado no rock oitentista. O álbum abriu portas para uma nova reputação de respeito ao cantor, tornando-o uma das grandes revelações do ano. Sem dúvidas, Harry Styles é um grande expoente e uma das maiores apostas para reviver o rock nos dias de hoje como um produto pop. O disco prova que ele é capaz de fazer isso e unir gerações em um som bem consistente.



Lana Del Rey – Lust For Life (escrito por Peterson Augusto)
Quebrando seu padrão de lançar um álbum por ano, “Lust for Life” veio com um ano de folga entre seu antecessor, tempo em que Lana tirou para pensar em novos rumos como pessoa e como artista inserida na realidade social e política contemporânea, e muito disso se reflete no álbum. Diferente de seus trabalhos passados, encontramos uma Lana mais viva, confortável e sóbria em suas posições – e por que não, mais feliz? –, experimentando uma nova mistura de pop, country e hip-hop. Pela primeira vez convidando artistas a suas músicas, The Weeknd, Stevie Nicks, A$ap Rocky e a cantora divagam sobre temas que vão do cenário político atual à fama e, é claro, ao amor. Apesar de não ser meu álbum favorito, a qualidade de seu trabalho continua num nível extremamente elevado, e ainda há muito fôlego em Lana como artista, vide “Love” e “Summer Bummer”.



Dua Lipa – Dua Lipa (escrito por Peterson Augusto)
Nem só de “New Rules” vive a capacidade artística de Dua Lipa. Como um dos grandes nomes revelados em 2017, a inglesa conquistou uma fanbase sólida, teve ótima performance comercial, criou tendências, inspirou memes e teve suas regras espalhadas pelo mundo todo, mas também mostrou a que veio com seu self-titled “Dua Lipa”. O álbum traz 17 faixas muito bem produzidas e com a cara do pop britânico, com destaque aos vocais fortes tanto nas baladas quanto nas dançantes. É um pontapé inicial muito bacana na sua carreira e um produto final coeso, digno de uma artista pop de grande porte já com alguns anos de carreira.



Kesha – Rainbow (escrito por Rodrigo Izetti)
Muitos sequer lembravam de Kesha musicalmente após tantos anos distante, e um novo álbum frente à confusão com Dr. Luke parecia impossível de ver o sol. Não só viu o sol, como trouxe o arco-íris de uma mulher renascida das cinzas. Com algumas músicas filler, isso é facilmente compensado pela excelência de faixas como Praying, Learn to Let Go ou Spaceship. Sua identidade nunca esteve tão forte e as indicações ao Grammy mostram que ela está viva, sim, e mais artística e real do que nunca.


Kehlani – SweetSexySavage (escrito por Rodrigo Izetti)
É uma pena que este álbum não tenha tido o reconhecimento merecido; Kehlani se mostra como uma das melhores artistas do ano no impecável SweetSexySavage. O R&B é forte e não foge em momento algum do centro do disco, mas ela ainda flerta com pontes pop em “Distraction” ou “Do U Dirty”, duas faixas que seriam facilmente hits na voz de artistas como Rihanna ou Halsey. Aliás, não é difícil imaginar Rihanna cantando qualquer faixa do álbum. É incrível o nível que ela conseguiu atingir em sua estreia, que só nos deixou mais ansiosos para ver o que vem pela frente. Parabéns, Kehlani, estamos escrevendo este texto com os pés porque com as mãos estamos aplaudindo.


Paramore - After Laughter (escrito por Eduardo Assunção)
Distanciando-se de uma vez por todas do pop punk, o Paramore trouxe um disco sentimental e ao mesmo tempo muito irônico e inovador. Com uma base oitentista muito forte, a banda juntou letras melancólicas com instrumentais predominantemente animados e transformou isso num dos discos mais icônicos dos últimos tempos. “Cry hard, dance harder” é o tema da turnê de divulgação do álbum e condiz muito bem com a atmosfera do mesmo. A líder Hayley Williams se inspirou em suas tragédias pessoais e canalizou isso num trabalho maravilhoso que inclusive merecia muito uma indicação ao Grammy.



Charli XCX – Number 1 Angel e Pop 2 (escrito por Peterson Augusto)
A cada novo álbum, single, EP ou mixtape lançado, Charli XCX mostra mais inteligência e domínio não somente sobre a música pop, mas também sobre quem a consome e toda a geração em que estão inseridos. Ambos “Number 1 Angel” e “Pop 2”, lançados neste ano, são frutos do avant-pop, uma onda experimental que mistura gêneros, estilos e instrumentos diferentes no pop, abrindo assim espaço no mercado para aquilo que é completamente novo e incomum. Destaca-se também a união de diversos artistas em suas produções, entregando ao público exatamente aquilo que ele quer e tornando a experiência muito prazerosa (como superar Charli feat. Carly Rae Jepsen?). Para alguns, seus álbuns podem parecer até esquizofrênicos, mas vejo como formas de sair fora da caixinha e enxergar ao além da receita musical, abrangendo mais imersão do público e entretenimento garantido.



Father John Misty – Pure Comedy (escrito por Gabriel Bonani)
Provavelmente um dos melhores álbuns do campo alternativo deste ano! Fazendo crítica à tecnologia, problemas e indústria de entretenimento de hoje em dia, Father John Misty desenhou um álbum com referências e conceito fortíssimos. Tudo é ainda construído com um tom poético de outro mundo. Definitivamente é um dos álbuns que mais fez a gente pensar em 2017!


Queens of the Stone Age - Villains (escrito por Eduardo Assunção)
As loucuras de Josh Homme novamente deram vida a um trabalho absolutamente incrível, indo na contramão e mostrando que um produtor de pop pode sim unir forças com uma banda de rock. Recheado de clássicos instantâneos como “The Way You Used To Do”, “Feet Don’t Fail Me” e “Head Like A Haunted House”, Villains mistura instrumentais dançantes com letras complexas, garantindo seu lugar como um dos álbuns mais inspirados do ano, além de mostrar uma enorme evolução criativa de cada um dos integrantes da banda.


Royal Blood - How Did We Get So Dark? (escrito por Eduardo Assunção)
Não satisfeitos com o sucesso do primeiro álbum, o Royal Blood resolveu trazer mais complexidade e uma produção muito mais polida em How Did We Get So Dark?, o que deu super certo e levou a sonoridade simples do duo a um outro patamar, projetando-os diretamente ao mainstream. O duo reviveu a parte mais crua do rock e levou o gênero novamente para a grande massa, mostrando que duas pessoas fazem muito barulho e que quando se trata de Mike Kerr e Ben Thatcher, o barulho é incrivelmente agradável, especialmente se você gosta do bom e velho rock and roll.


Tove Lo - Blue Lips (Lady Wood phase II) (escrito por Jhonatan Oliveira)
Desde o antecessor, Lady Wood, Tove Lo mostra uma era totalmente mais madura, robusta, honesta, feminina e admiradora. Blue Lips traz a continuação dessa fase de uma maneira ainda melhor. A nossa garota do electro-pop mostra que o talento vocal se tornou ainda mais elaborado e agora encontramos a segunda fase do lindamente obscuro, brutalmente honesto primeiro álbum, que é a fase profundamente sensual, talentosamente envolvente. Mais do que nunca ela soube provar que consegue conquistar muito a gente.

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