Songs of experience traz o antigo U2 de volta?


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A infância ressuscitada pelos integrantes no álbum anterior mostrou que Songs of innocence era um álbum mais interno e pessoal da banda. A genialidade não se perdeu naquele e, agora que a maturidade ressurgiu, U2 parece ter trazido um novo-antigo lado com Songs of experience.

O U2 que a gente mais conhece é aquela banda reunida para cantar questões de humanidade, amor e o futuro de nosso planeta. Pois bem, em 2014, com Songs of innocence, parece que esse lado tirou umas férias para que eles também pudessem mostrar um pouco do lado pessoal deles, a saudade da infância que esses gênios poetas transformaram em música. Era um álbum diferente, porém bem elaborado e, provavelmente, um novo injustiçado.

Dos anos 80 para agora muita coisa mudou no mundo da música. Nós sabemos bastante disso, mas eles como músicos entendem melhor ainda. Aí está a inovação, a banda oitentista apostou em elementos da música atual para montar o novo álbum. É claro, eles ainda conseguiram refazer o clássico rock de grandes turnês e, posso dizer, ainda melhor. Se a meta era carregar os antigos fãs e modernizar para conseguir conquistar os mais novos, parabéns, me conquistou!

Songs of experience abre com "Love Is All We Have Left", que já nos faz perceber o antigo U2 que traz a letra humanitária mais uma vez de um jeito inusitado com um auto-tune à la rappers americanos. Em seguida o álbum segue para "Lights Of Home", a faixa que ressuscita aquele rock de estádios da banda num som muito harmônico, com uma letra um tanto quanto contagiante ("free yourself to be yourself!"). Os gênios não perdem a chance de nos fazer arrepiar, não é mesmo?


Então chega o primeiro single, "You're The Best Thing About Me", a romântica que carrega o rock alternativo mais moderno, do jeito que a banda veio nessa nova era. A essência de banda se mantém em "Get Out Of Your Own Way", com um coral bem bonito e a guitarra em destaque. Uma surpresa são os versos de Kendrick Lamar no final da canção que se estende até a seguinte, "American Soul", uma canção forte e conquistadora, fala dos refugiados e outras referências políticas.

"Summer Of Love" pega a sequência e começa com uma guitarra muito sedutora, que puxa a voz do Bono de uma forma agradável e harmônica, mas a ironia se estabelece aí, quando a canção não se trata de um verão de amor da Califórnia, mas sim do verão de terror dos refugiados sírios. "Red Flag Day" é a faixa que procura levantar os fãs raiz com o baixo e guitarra clássico de antigas músicas.


"The Showman (Little More Better)" eu colocaria no top 3 do álbum, por ser uma marcante para a voz do Bono e irônica como só eles conseguem fazer. É o sarcasmo conquistante do velho U2. "The Little Things That Give You Away" traz um título romântico e um ritmo mais eletrônico baladeiro, entretanto parece ser uma música bastante afrontosa, e termina de um jeito bem melancólico. "Landlady' agora sim uma realmente romântica e bem bonita canção, foge um pouco de toda discussão afrontosa e irônica do álbum para mostrar algo mais tocante e pessoal.

E voltamos aos jogos irônicos com "The Blackout", o início já prova que é uma música marcante e a letra enfatiza as indiretas para as autoridades políticas e queda da democracia (foram mexer logo com o U2, né?!). "Love Is Bigger Than Anything In Its Way" traz o título romântico de vez também, não é mais uma pegadinha irônica. Tem um show de voz e elementos eletrônicos bem elaborados que não fogem muito ao estilo da banda. 


Por fim, o álbum nos entrega "13 (There is A Light)", a faixa que renasce o período "Joshua Tree" da banda e conta com uma referência ao álbum anterior, Song of innocence, uma vez que o refrão de "Song For Someone" (uma das mais bonitas daquele álbum) cantado de uma forma mais gospel e serena.

O nosso U2 não morreu e nem morrerá! Os gênios que mostram que se preocupam pelo nosso mundo também lutam para torná-lo melhor e, com certeza, a música é a melhor forma que eles encontraram para essa união. Quer entender da maturidade, Songs of experience traz um novo U2 que resgata as raízes e modifica para algo ainda melhor. Eles embarcaram na viagem atual, e você já se deixou conquistar pela banda?







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