James Bay está bem diferente do seu debute em seu single de retorno, "Wild Love"


Após o sublime e tão bem estruturado Chaos and The Calm, James Bay lança o seu single de retorno, “Wild Love”, onde experimenta um novo estilo que o distancia um pouco do blues rock acústico pelo qual nos apaixonamos a primeira ouvida. Qual será que foi o resultado disso e onde isso vai dar?

O músico teve seu grande auge em 2015, com seu grandioso debute de sucesso, Chaos And The Calm, que veio como um ar fresco no mercado musical daquela época, saturado por produções exuberantes, porém rasas. James Bay, por sua vez, ia fundo com seu flerte entre o blues rock e o folk pop que encantava muitos mundialmente. Não deu outra: o álbum teve uma recepção extremamente calorosa. O jovem do cabelo longo, com chapéu na cabeça e guitarra na mão, que ninguém conhecia anos atrás, já era motivo para movimentar uma boa quantia de fãs por onde passava. Não é à toa que essa era inteira rendeu três indicações ao Grammy, por exemplo.

Os tempos passaram e James Bay acabou ficando fora dos holofotes por um bom tempo, até o começo desse ano, quando ele finalmente anunciou seu romântico single de retorno, “Wild Love”, que automaticamente já levantou as expectativas dos fãs lá em cima, ainda mais depois da obra de arte que foi o debute do cantor. Bom, então, se você está esperando algo do mesmo nível do primeiro álbum, o nosso conselho é que você mergulhe nessa nova música com a cabeça bem aberta, para enxergar tanto os lados positivos, quanto os negativos.


Ouvindo pela primeira vez, a música é recebida com um certo choque por qualquer um. É diferente e ousado. Um novo posicionamento. Talvez, no meio de tantos ctrl+c, ctrl+v da indústria, ainda temos dificuldades de aceitar quando um artista muda sua direção por completo, podendo até doer em alguns – como doeu em mim no começo, não nego. De fato, James Bay tinha construído uma persona muito forte, que trazia todo um resgate do blues rock traduzido pela suavidade do folk que tantos são fãs hoje em dia. Ele era o que a nossa geração precisava para a música, portanto ainda fica uma ferida com a deixa do seu som cru e orgânico para um eletrônico agridoce com a sonoridade, executado de uma forma não tão pura quanto a do primeiro disco.

Não é nenhum tipo de perseguição, afinal o single ainda assim está bem melhor do que 99% das músicas que tocam nas rádios hoje em dia, então ele continuaria sendo um frescor no mercado, mas não tão forte quanto o fenômeno do disco de estreia. Afinal, foi nesse primeiro trabalho que vimos James Bay comandando suas músicas com grandes explosões, com uma autenticidade que não presenciamos na indústria há tempos. Com “Wild Love”, no entando, o uso exacerbado de sintetizadores e da produção em geral acaba ofuscando um pouco dos instrumentais mais orgânicos, como a guitarra, e do próprio soul da voz do cantor, que foi muito pouco explorado na canção, aliás.

Ainda assim, com o apoio de um coral e instrumentos que vão ganhando mais vida ao final, “Wild Love” nos surpreende com seu crescente, que leva o material para uma atmosfera mais emocionante e triunfal. Enquanto tivemos a dolorosa deixa do rock, pelo menos agora vemos que, talvez em uma versão ao vivo da música, o cantor pode mostrar o seu lado monstruoso voltado ao R&B e Soul como nunca havíamos visto antes.

Foi uma mudança quase que da água pro vinho e nos pegou de surpresa, porém a expectativa para o segundo disco não para por aqui. O nosso coração ainda é todinho da fluidez deliciosa do Chaos And The Calm, mas vamos ficar atentos nas novidades, pois não perdemos as esperanças de encontrar evolução nas futuras faixas que estão por vir no segundo álbum. Vamos só ver o que vem por aí!

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