Phil Collins junta nostalgia e muita emoção em sua segunda noite na capital paulista

reprodução: Lucas Lima/UOL 

Em clima festivo e nostálgico, Phil Collins embalou o público paulista com muita simpatia, dança e sucessos atemporais. Com aquele show maravilhoso no Allianz Parque, não há dúvidas de que a noite do último domingo (25/02) ficará para sempre em nossas memórias.
A gente sabe que o cara é fera quando ele leva seus fãs para quase encher o Allianz Parque em duas noites seguidas, né? Vamos combinar também que a saudade já estava ficando muito forte. Já são mais de 40 anos desde a passagem de Phil Collins pelo Brasil, que aconteceu com a turnê de sua banda Genesis pelo país em Maio de 1977. Faz tempo, não é mesmo? Talvez seja este um dos motivos pela expectativa tão grande que se aquecia naquela tarde.

Com um ambiente amistoso e familiar que uniu gerações, se encontrava muitos fãs que acompanham nosso lendário Phil Collins há anos. Vestindo camisetas que estampavam o rosto do músico, eles conversavam sobre a carreira do artista e a expectativa para o repertório da tão aguardada noite. O pessoal viajava no tempo pela década de 80 com brilhos nos olhos. Alguns até contavam sobre o ídolo para seus filhos mais novos, repassando o amor.

A viagem no tempo ganhou ainda mais vida com a entrada sútil e cheia de classe da banda The Pretenders, encarregada pelo show de abertura. O grupo liderado por nada mais, nada menos que a grandiosa Chrissie Hynde, animou a plateia perfeitamente, trazendo hits de uma carreira de aproximadamente 40 anos. Músicas como “Back On The Chain Gang” e “I’ll Stand By You” abriram portas ao banho nostálgico que foi o set da banda, muito apropriado com a brisa de fim de tarde que passava pelo Allianz Parque. Com um show vibrante e completamente enérgico, a banda surpreendeu com a presença de palco e a química excelente entre os membros e com a plateia. The Pretenders trouxe o aquecimento ideal para o grande Phil Collins.

Das 19:30h até 20h, a ansiedade só aumentava com fotos de Phil desde o começo de sua carreira até os dias de hoje. Até que, às 20hrs, o grande momento chegou. O público foi ao delírio com a banda entrando no palco e abrindo alas para o músico, que chegava com sua bengala até o centro do palco, onde estava a sua cadeira em que permaneceu sentado durante todo o show. Para quem não sabe, a locomoção precária do cantor é a mesma desde ter lesionado uma vértebra do pescoço em 2007, durante uma turnê que realizava com Genesis. Infelizmente, dessa forma, ele ficou incapaz de tocar o piano e a bateria, seu instrumento primário. Mas no show, isso não foi grande problema. Com muita simpatia, Phil deu início a mais um espetáculo de de sua turnê Not Dead Yet, dessa vez com um “Oi, São Paulo”, o que já levou todos a gritarem com euforia em um coro que carregava emoção e muita adrenalina. Logo, o músico prosseguiu com um “Obrigado” e um “Are You Ready?”, começando a se apresentar com a romântica “Against All Odds (Take A Look At Me Now)”, fazendo o público a cantar junto ao sucesso da década de 80 com muita força e perceber que o acidente ou a idade de Phil não atrapalhou em nada a sua voz tão única.

A presença do músico, por incrível que pareça, é de arrepiar. Ele é uma figura icônica de respeito e, mesmo sentado, conseguiu entregar um dos melhores shows da vida de muitos que o assistia, sem dúvidas. Isso se confirma ainda mais em toda a produção, que trazia confetes, jogos de luzes, gravações antigas e uma banda fenomenal que o acompanhava, que tem até o próprio filho de 16 anos de Phil Collins na bateria. Parece que está no sangue da família, porque o menino arrebentou. Foi assim, sentado em uma cadeira, “debilitado”, que nosso ídolo mostrou mais um show mais digno do que muitos artistas jovens conseguiriam fazer hoje em dia, por exemplo.

Com uma premissa renovadora, o show continuou com grandes sucessos como “Another Day In Paradise”“I Missed Again”“Face Value”. Nessa hora, o Allianz Parque já se encontrava em uma grande noite festiva e retrô, onde cada um mostrava a felicidade do seu jeito: seja batendo palmas junto, cantando junto, dançando ou até mesmo derramando umas lágrimas.

Com um repertório impecável, as músicas do Genesis não podiam faltar. Foi aí que a galera entrou em êxtase. Com imagens da banda do fundo, era impossível não se emocionar. Foi aí que o pessoal se entregou por completo e realmente fizeram também parte do show, ao cantar os grandes hits, como “Throwing It All Away” “Follow You Follow Me”. Dava até pra ouvir um pessoal comentando coisas como “essa é das nossa” e “essa é antiga, hein” com um sorriso no rosto.

Continuando, tivemos momentos dançantes como “Who Said I Would” e alguns outros mais intimistas em que se arrepiar era quase impossível, como “Separate Lives”, que trouxe lágrimas aos olhos de muitos. Ao longo da noite, tivemos só grandes momentos superando uns aos outros. Não tem como esquecer o clímax de “In The Air Tonight”, os toques extravagantes de “Dance Into The Light” “Easy Lover” ou até mesmo a festa de “Sussudio”, com direito a confetes e tudo mais.


O britânico encerrou o show com “Take Me Home”, que trouxe um final cheio de estilo, já em clima de despedida. Ficaremos com aqueles fogos tomando conta do espaço eternamente nas nossas memórias. Foi sem dúvidas umas das noites que irão ficar para sempre em nossos corações. Uma oportunidade única. Phil Collins segue com sua turnê no Beira Rio, em Porto Alegre, nessa terça-feira (27/02). O show será o último da rota brasileira. Já estamos sentindo sua falta, Phil!

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