Louisa Johnson surgiu lá em 2015, sendo a garota prodígio do
X Factor daquele ano. Seu talento falou mais alto e ela venceu os lastimáveis
Reggie ‘n’ Bollie, ganhando também o título de participante mais jovem a vencer
uma edição na história do programa - com apenas 17 anos. Agora a cantora está
bombando e está entre as grandes apostas da música pop, ainda mais com seu mais recente single, "Yes".
Sua trajetória no X Factor é admirável, trazendo uma
refrescância ao formato do programa e devolvendo o foco aos artistas solo.
Visualmente irresistível, vocalmente incomparável, Louisa se provou semana após
semana produzindo até arranjos, como foi o caso da performance épica de “Billie
Jean”, que deu muito o que falar na época.
Com todo esse buzz,
a expectativa por seu trabalho autoral era enorme. Sua vitória trouxe muita
visibilidade, e nem sempre isso é algo bom. A procura por algo perfeito levou
tempo, e apenas 1 ano após sua vitória, ela nos trouxe “So Good”, seu single de
estreia autoral. A canção é um pop divertido, com inspirações dubstep, mas
infelizmente sequer chegou ao Top10 - lembrando que, no Reino Unido, qualquer
posição fora das 10 melhores é considerada um sucesso “moderado”. A produção da
canção ficou por conta de Steve Mac, um gênio que trabalhou com nomes como Demi
Lovato, Selena Gomez, Shakira, P!nk e Rita Ora.
O que acontece quando seu single de
estreia tem uma recepção fria no seu país natal, mesmo você tendo sido o maior
nome em votos da história do reality show?
Isso mesmo: volta pro estúdio. Adia tudo, refaz
tudo, muda a perspectiva. A garota mais pop e sem uma personalidade tão
presente dava lugar a uma Louisa mais sexy, segura e experimental. “Best
Behaviour” foi o resultado disso, em 2017, quase depois de 2 anos de sua
entrada no X Factor. A canção foi produzida pelo trio TMS, responsáveis por
nomes aclamados pela crítica no Reino Unido, tais como Years & Years, Jess
Glynne e Emeli Sandé. Apesar de soar extremamente nova e refrescante, a canção
foi um fracasso sem precedentes e sequer pegou um Top40. Se fora do Top10 é um
flop para eles, imagine fora do Top40. Vale lembrar, no entanto, que o timing
não poderia ser pior: a canção estreou na mesma semana que o álbum de Ed
Sheeran, “Divide”, que quem não lembra, emplacou todas as canções entre as 20
maiores da semana. Ainda em tempo, a Official Charts - que é o veículo de
charts mais importante do Reino Unido - nomeou o single como o mais injustiçado
da primeira metade de 2017. Convenhamos que realmente foi um hino injustiçado,
né?
Com o aniversário de 1 ano do último single da
carreira solo, ela retorna com “Yes” - e é muito importante entendermos as
referências que ela trouxe para essa canção. Em 2015, ainda no X Factor, ela
escolheu fazer a versão de Christina Aguilera da canção “It’s A Man’s World”,
provando ter muita coragem e, principalmente, ser fã da cantora. A mesma
inspiração volta agora, com vocais ardentes de se impressionar, acompanhados de
uma fórmula pop invencível.
De volta à 2018, Louisa deu uma entrevista na
semana passada dizendo que “queria ser uma Christina Aguilera e não uma Britney
Spears”. Infelizmente, como a Indústria gosta de espetáculos desnecessários, a
afirmação teve uma repercussão polêmica entre os fãs de Britney. Ignorâncias a
parte, tudo isso nos traz a “Yes”.
O single, que conta com a participação do rapper 2
Chainz, soa como uma versão atualizada de “Dirrty” (Xtina) com toques de
“Migrate” (Mariah) e um tempo acelerado. A pergunta final é: tem como dar
errado uma canção com inspirações tão geniais?
Escrito por: Rodrigo Izetti
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