Sempre
inovando para um público que continua quebrando recordes de presença ano após
ano, o Lollapalooza Brasil de 2018 marca-se como uma edição onde os acertos
foram tão grandes que fica difícil não vê-lo como um dos eventos culturais de
maior importância para o país.
Em uma edição mais que especial do Lollapalooza Brasil, nossa equipe se dividiu em três para tentar assistir a todos os shows, e nossas análises sobre os que mais se destacaram, um a um, você encontra aqui abaixo:
Oh Wonder
Conheci Oh Wonder alguns dias antes do festival, através de uma amiga que recomendou ávidamente que eu ouvisse uma de suas músicas. A partir do momento em que a ouvi, já tomei consciência de como seria assisti-los ao vivo, e acertei. A dupla trouxe ao Lollapalooza um momento de relaxar e apreciar a beleza das pequenas coisas. A cumplicidade da dupla no palco é extremamente perceptível e contagiante, além de ficar claro que ambos amam o que fazem. Era uma chuva de sorrisos, reações genuinamente felizes e interações diretas com o público, embaladas por canções que muito traduzem esse espírito de positividade, das mais calmas às mais animadas. Destaque para “Landslide”, que se tornou uma das minhas favoritas, vocalmente e liricamente. Anthony e Josephine, vocês são muito fofos demais, casem-se logo!
Com uma base de fãs até que bem
consolidada, o Oh Wonder entregou um show surpreendente e incrivelmente
empolgante, acompanhado de músicas doces, apaixonantes que se conectaram
diretamente com o coração do público que assistia o duo naquela tarde de sexta-feira
no Palco AXE.
A química entre os dois encantava a
plateia de uma forma extremamente envolvente, sem perder a energia em nenhum
momento. Foi um show cativante do começo ao fim, principalmente por conta de
seu visual, que dava vida ao show com luzes bem marcantes no telão, e a simpatia de
Josephine Vander Gucht, que não poupou amor e elogios para os fãs brasileiros.
Com um set de aquecer o coração de qualquer um, não há dúvidas de que a banda
foi uma das maiores revelações do festival!
Zara
Larsson
Se já não era claro o potencial de Zara
Larsson como uma nova estrela do pop em ascensão, depois de sua performance no
Lollapalooza, realmente não tem como negar. Nem só de hits radiofônicos é feita
uma grande artista, e a cantora sueca prova, a todo instante, que tem tudo o
que é necessário para bombar no mundo. Extremamente simpática e relacionável,
tudo o que fazia parecia vir de uma naturalidade que não exigia grandes
esforços, seja na dança, no porte ou nos vocais. Zara, que sempre se posicionou
como uma figura feminista, que performa para dar voz às mulheres, ainda mostrou
consciência política e social ao direcionar os olhos do público a alguns
problemas do Brasil que merecem atenção, como o triste caso da morte de
Marielle Franco. A energia era alta o tempo todo e não lhe faltava carisma,
vontade de estar ali, e competência para estar num festival de grande porte. Um
dos pontos altos do dia.
Red Hot Chili Peppers
A banda era, com certeza, a mais aguardada do primeiro dia de Lollapalooza. Logo no começo da sexta-feira, já se via uma multidão usando camisetas estampadas com o logo do Red Hot. Na hora do show não foi diferente: a banda teve um dos maiores públicos, senão o maior, enchendo os arredores do Palco Budweiser para uma noite inesquecível.
Assim que a banda irlandesa subiu ao Palco Ônix no Domingo, o grupo chamou muita atenção da plateia, cuja maioria estava pelo Imagine Dragons ou só de passagem. O quarteto, no entanto, fez questão de fidelizar bem aquele público e transformá-los em grandes fãs em potenciais. Foi um dos sets mais surpreendentes do festival.
David Byrne
O famoso frontman do Talking Heads teve o set mais exótico e criativo do festival. Antes de entrar, seu palco já estava pronto com correntes a sua volta e uma mesa ao centro com um cérebro em cima. Agora você entendeu porque dissemos “exótico”? David logo entrou no palco, de um jeito discreto, descalço e de terno, cantando a autoral “Here”, já chamando bastante atenção da galera que estava por lá.
Imagine Dragons
Imagine Dragons teve o show mais paparicado do festival, e com razão. Guiado por uma animação e energia de outro mundo, o espetáculo foi uma grande celebração de união, acompanhada dos grandes hits da banda. Com confetes, interludes, fumaça, iluminação e uma presença de palco de outro mundo - principalmente de Dan Reynolds, que até foi pra galera -, o grupo foi dono do set mais libertador do Lolla 2018.
A banda era, com certeza, a mais aguardada do primeiro dia de Lollapalooza. Logo no começo da sexta-feira, já se via uma multidão usando camisetas estampadas com o logo do Red Hot. Na hora do show não foi diferente: a banda teve um dos maiores públicos, senão o maior, enchendo os arredores do Palco Budweiser para uma noite inesquecível.
O
set começou recheado de seus grandes hits, como “Can’t Stop”, “Otherside” e
“Snow (Hey Oh)”, e seguiu com uma linha nostálgica, sem deixar de lado o mais
recente disco, The Getaway, que também foi ovacionado pela plateia,
principalmente em canções como “Dark Necessities” e “Goodbye Angels”. Grandes
destaques da noite, portanto, foram a presença icônica e carisma do baixista
Flea, que não deixou sua personalidade tão caricata fora do espetáculo, a
maravilhosa versão de “Menina Mulher de Pele Preta (Jorge Ben Jor), apresentada
pelo português impecável de Josh Klinghoffer, e claro a surpresa da setlist que
deixou vários fãs de queixo caído: “Aeroplane”. Por essa e por outras, a banda teve
um favoritismo merecido pelo público do Lolla 2018. Podem voltar sempre, viu
RCHP?
Assim que a banda irlandesa subiu ao Palco Ônix no Domingo, o grupo chamou muita atenção da plateia, cuja maioria estava pelo Imagine Dragons ou só de passagem. O quarteto, no entanto, fez questão de fidelizar bem aquele público e transformá-los em grandes fãs em potenciais. Foi um dos sets mais surpreendentes do festival.
De um jeito simples, porém muito impressionante,
Kaleo proporcionou um momento intimista de pura dança e curtição debaixo do sol
escaldante daquela tarde de Sábado. O som rasgado da banda penetrou no público
de um jeito extremamente cativante e intimista. Se você ainda não conhece a
banda, dica de amigo: dê uma ouvidinha agora, porque os caras vão longe. Não
podemos deixar de também apontar que o vocalista JJ Julius Son, com seu jeito
despojado e a voz de outro planeta, chamou muito a atenção da galera. Aliás,
ele, sem sombra de dúvidas, pode ser classificado como o melhor vocalista que passou
nessa edição do Lolla.
David Byrne
O famoso frontman do Talking Heads teve o set mais exótico e criativo do festival. Antes de entrar, seu palco já estava pronto com correntes a sua volta e uma mesa ao centro com um cérebro em cima. Agora você entendeu porque dissemos “exótico”? David logo entrou no palco, de um jeito discreto, descalço e de terno, cantando a autoral “Here”, já chamando bastante atenção da galera que estava por lá.
Logo, sua performance virou uma grande festa, da
qual não conseguimos tirar os olhos. Com uma banda móvel muito bem entrosada, o
cara fez com que aquilo parecesse até uma peça de teatro. Acompanhado de seu
estilo mais conceitual, o cantor soube brincar muito bem com uma apresentação
artística, moderna e inusitada, o que cativou bem o pessoal, impactando e
transcendendo o sucesso do new wave genial do Talking Heads para as novas
gerações.
Imagine Dragons
Imagine Dragons teve o show mais paparicado do festival, e com razão. Guiado por uma animação e energia de outro mundo, o espetáculo foi uma grande celebração de união, acompanhada dos grandes hits da banda. Com confetes, interludes, fumaça, iluminação e uma presença de palco de outro mundo - principalmente de Dan Reynolds, que até foi pra galera -, o grupo foi dono do set mais libertador do Lolla 2018.
Simplesmente foi uma noite inesquecível, fazendo
com que a gente quisesse que o tempo parasse ali, com a banda em clima festivo,
emocionante e, acima de tudo, extremamente próximo aos fãs. Cada palavra
parecia ir direto para a alma de cada um que assistia, fazendo vários olhos
brilharem e corações palpitarem. Os integrantes se entregaram completamente e
os fãs brasileiros responderam aquilo igualitariamente. Com certeza, foi o show
mais libertador da história do Lollapalooza. Aliás, vou até mais longe: essa
foi a melhor passagem do grupo pelas terras brasileiras.
Kygo x DJ Snake x Hardwell
Esse ano decidi me aventurar
pelos artistas indie-rock que ainda não conhecia tanto, e é por esse motivo que
não me sobrou muito tempo para curtir a cena eletrônica do Lolla, como eu vinha
fazendo sempre. Entretanto, consegui ouvir pelo menos metade do set desses três
DJs e tirar boas conclusões sobre o caminho que a música eletrônica vem
tomando. Já faz algumas edições que o festival aposta suas fichas no segmento,
e esse ano isso ficou claro ao mudar o palco Perry para um local bem maior e de
mais destaque, além de, todo ano, fortalecer o lineup com nomes aclamados
Brasil afora. O problema é que me parece que quanto mais populares, mais
acomodados eles se tornam no que diz respeito à performance no palco.
Kygo, por exemplo, foi um
desânimo do começo ao fim na sexta-feira: sua presença passava despercebida, mal
se comunicava com o público, se limitava a dar play e pause nas músicas – todas,
inclusive, feitas para as rádios, não para festivais. Nem as projeções em tela
estimulavam, e ficava claro para quem desse uma olhada no pessoal que estava a
cinco metros para trás da grade. A coisa voltou a animar no sábado, com DJ
Snake, que fez jus ao que deve conter um set eletrônico de verdade, um
verdadeiro combo de ritmos pulsantes remixados na hora e luzes frenéticas que
os complementavam, além da notável vontade de animar seu público a todo
instante. E fechando no domingo com Hardwell, as expectativas eram altas, e de
todo não foi decepcionante, mas saí com a sensação de que poderia ter sido
melhor caso o DJ tivesse atualizado seu repertório. Acho muito bacana quando
pegam músicas bem conhecidas para remixar, mas a maioria delas fez sucesso há
bons anos atrás, deixando sobrar muito espaço para novidades. Até mesmo quando
tocou “Baile de Favela”, a set se mostrou datada. No fim, mais uma vez, fica
difícil alguém superar o Jack U do Lolla 2016.
Pearl Jam
Com certeza um dos shows mais animados, superlotados e aguardados do festival. Eddie Vedder mostrou grande consideração com o público do país ao tentar pronunciar textos e mais textos em português. Sempre reforçando o quanto era grato por toda a admiração e animação da plateia. A performance teve direito até a distribuição de copos com vinho para o público próximo a grade: após chamar o dono do Lollapalooza, Perry Farrell, integrante da banda Jane's Addiction para lhe desejar os parabéns por seu aniversário, que seria nos próximos dias, e cantar uma de suas músicas, pegou a garrafa de vinho trazida por ele e começou a distribuir um pouco junto a sua equipe. Com um show de mais de 2h, performances de diversos sucessos e covers de outras bandas, pareceu ser a apresentação mais interativa do evento.
Com certeza um dos shows mais animados, superlotados e aguardados do festival. Eddie Vedder mostrou grande consideração com o público do país ao tentar pronunciar textos e mais textos em português. Sempre reforçando o quanto era grato por toda a admiração e animação da plateia. A performance teve direito até a distribuição de copos com vinho para o público próximo a grade: após chamar o dono do Lollapalooza, Perry Farrell, integrante da banda Jane's Addiction para lhe desejar os parabéns por seu aniversário, que seria nos próximos dias, e cantar uma de suas músicas, pegou a garrafa de vinho trazida por ele e começou a distribuir um pouco junto a sua equipe. Com um show de mais de 2h, performances de diversos sucessos e covers de outras bandas, pareceu ser a apresentação mais interativa do evento.
Milky Chance
Logo no começo do evento, às 14h10 da tarde, Milky Chance entrava no palco ao som de “Ego”. A banda alemã se apresentou no palco principal do Lollapalooza Brasil para sua estreia no país, recheada de ritmos indies dançantes unidos ao country/folk clássico por qual é conhecida. Mostrou que tem diversos fãs brasileiros e tirou a plateia do chão ao cantar sucessos como “Cocoon” e “Stolen Dance”. Era notável, inclusive, que os integrantes não deixavam de lado a conexão com a plateia: um deles até cumprimentou o público enquanto tocava gaita. Todos mostraram excepcional talento com os instrumentos, não deixando espaço para falha alguma na repercussão.
The Neighbourhood
No segundo show em território brasileiro, os integrantes da The Neighbourhood pareceram se impressionar com a quantidade de pessoas que os esperavam. Foi uma das maiores plateias no palco principal do Lollapalooza 2018: uma ótima surpresa a todos. Em meio a muitos gritos de animação, o vocalista entrou ao som de “Prey” e então seguiu com a mesma setlist recém-apresentada em seu show solo em São Paulo. Porém, desta vez, eram mais milhões de pessoas gritando e cantando ao som do hino “Sweater Weather”, o maior sucesso desde 2013. A energia era tão boa, que depois da apresentação os meninos ainda foram fazer tatuagens com o símbolo da turnê no próprio evento, por ter sido também a última apresentação deles. O show com certeza marcou os brasileiros presentes, assim como a banda.
Khalid
Tranquilo e temático são boas palavras para definir esse show. Khalid, mesmo sendo um cantor novo, conseguiu levantar um grande coro e fazer todo mundo se agitar no palco Ônix, devido ao fato de estar sempre animado e dançante. O cantor trouxe até mesmo uma coreografia com líderes de torcida, tudo para criar a atmosfera que é tema do álbum: a adolescência de um norte-americano durante a época de high school, o que seria o ensino médio no Brasil. Cantou sucessos como “Young & Dumb”, “Location” e pareceu não ter lugar mais apropriado para a performance das músicas. Em meio a um mar de jovens, as letras das faixas pareceram fazer ainda mais sentido.
Aurora
Apesar de muitos estarem lá no Ônix esperando a
Lana, até que um bom público fez questão de ver a norueguesa no Palco AXE. Foi
um show extremamente emocionante, até para cantora, que ficou sem palavras
várias vezes para descrever a gratidão que sentia. Aurora ficou ainda mais
feliz quando viu os fãs cantando suas músicas, principalmente em “Warrior” e
“Running With The Wolves”.
Sua voz angelical tomou conta do espaço de forma
incrivelmente penetrante. A cantora não falhou em nos encantar com sua doçura,
seu set mágico, seu jeitinho tímido tão genuíno e sua presença de palco tão
artística. Foi nesse show que percebemos que a cantora realmente tem um bom
futuro pela frente! #TeamAurora
Antes mesmo do evento, todos já se perguntavam se Liam estaria em condições de fazer uma boa apresentação, após o cantor ter cancelado um show em São Paulo por conta de uma infecção respiratória. Contudo, para a alegria dos fãs, ele conseguiu se recuperar a tempo de realizar um show impecável. Além disso, mais uma vez, o público brasileiro não decepcionou e cantou, em coro, sucessos como “Live Forever” no começo dessa noite tão agitada do Lollapalooza. Além das canções de seu disco solo, o ex-integrante do Oasis também aproveitou para performar as faixas clássicas da finada banda, provocando muita nostalgia na multidão.
Talvez eu ainda esteja sem conseguir alcançar as palavras para descrever o que esse show significou para mim. Quem me conhece, sabe que Lana Del Rey é minha artista favorita de todos os tempos. A cantora é tão a cara do Lolla, que é estranho pensar que ela só deu as caras agora no festival. No entanto, a espera foi, definitivamente, recompensada. Se em seu show de 2013, Lana fora muito mais contida - mas igualmente angelical -, neste ela elevou sua autoconfiança e presença de palco a outros níveis, inclusive brincando com a sensualidade e deixando seu real ser transparecer. Naquele momento, conhecemos quem ela realmente é, seja ao deitar no chão do palco, dar um beijo em um fã, perguntar a plateia quais músicas queríamos ouvir, ou ao parar o show para fumar um cigarro.
A setlist mesclou bem seus maiores sucessos de outras eras com canções de seu último álbum - e sobrou tempo até para uma que nunca tinha sido oficialmente lançada. Foi impossível segurar as lágrimas durante suas músicas mais antigas. Pude ver ali, o final de um ciclo que teve início há sete anos atrás, no auge dos meus 15 anos de idade, no pico de emoções em "Born To Die"; e o começo de um novo ciclo, em que me sinto mais completo, sóbrio, seguro de meus sentimentos, tal como em "Lust for Life". Poucos shows me marcaram tanto quanto este, e será muito difícil esquecer de qualquer pedacinho dessa experiência.
The Killers
Além de Brandon Flowers ser um dos
maiores showmen da atualidade, ele também demonstrou conectividade com a
plateia ao convidar uma fã para tocar bateria no palco durante “For Reasons
Unknown”. As surpresas não param por aí! O show contou até com a presença de
outro querido nosso: nada mais, nada menos que Liam Gallagher. O músico subiu
de surpresa no palco para a performance de “All These Things That I’ve Done” e
arrancou ainda mais gritos da plateia. Tendo em consideração as atrações do
mesmo dia de festival, essa com certeza foi marcada por ser a de maior agitação,
perfeita para encerrar esses três dias incríveis da maior edição do
Lollapalooza Brasil!
Agradecimentos: T4F e toda equipe do Lollapalooza 2018
Fotos: I Hate Flash, Metro Jornal, G1, Globosat, Uol, 89 FM, Capital 95, Capricho.
The Killers
The Killers foi responsável por fechar
o Lollapalooza 2018, e fez isso com chave de ouro! A apresentação, muito
aguardada pela galera, levantou o público com hits como “Somebody Told Me” e “Read
My Mind” na noite de domingo. Há até quem diga que foi uma das mais animadas e
também superlotadas dessa edição do festival. Foi uma apresentação tão cheia de
energia que, realmente, a banda seria tola de não colocar o Brasil nas próximas
turnês.
Agradecimentos: T4F e toda equipe do Lollapalooza 2018
Fotos: I Hate Flash, Metro Jornal, G1, Globosat, Uol, 89 FM, Capital 95, Capricho.
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