O Stone Temple Pilots está de
volta e acredite se quiser, com mais de trinta anos de carreira, os caras ainda
têm muita lenha pra queimar e lançaram algumas de suas melhores composições
nesse sétimo trabalho, que é também a estreia do novo frontman Jeff Gutt.
Confira com a gente o novo álbum autointitulado do Stone Temple Pilots!
Mantendo a mesma linha
estabelecida em “No. 4” de 1999, o STP não renovou muita coisa na parte
instrumental, mas não vá pensando que isso é um ponto negativo, muito pelo contrário,
é uma das qualidades desse novo disco, que por incrível que pareça, não soa nem
um pouco datado. Outro ponto que surpreende é a capacidade deles de seguir em
frente depois de tantos baques e ainda se manterem relevantes.
Jeff Gutt caiu como uma luva na
banda, encaixando perfeitamente na sonoridade característica deles e executando
com maestria os clássicos deixados por Scott Weiland. No disco novo, Jeff
mostra certa semelhança em relação a Weiland, mas não deixa de mostrar sua
identidade, e com certeza será bem aceito pelos fãs do antigo frontman.
Os irmãos Dean e Robert DeLeo
continuam provando serem dois dos músicos mais talentosos de sua geração e
novamente fizeram milagres na parte melódica do álbum, além de terem produzido
o álbum, dando a ele uma sonoridade única. O baterista Eric Kretz também
manteve sua pegada mais limpa e sem muitos enfeites, nada novo sob o sol, mas
também nada mal.
Como já era de se esperar, Stone Temple Pilots não deixa pontas
soltas inicia com o rock and roll certeiro de “Middle of Nowhere”, que te joga
num trem em movimento logo de cara. A ótima faixa, que ainda traz um solo
absolutamente nervoso de Dean, apresenta o ritmo a ser seguido pela maior parte
do álbum, incluindo a faixa seguinte “Guilty”, que vem um pouco mais tímida,
mas ainda segura a onda e mantém as coisas bem quentes.
É impossível não perceber porque “Meadow”
foi escolhida como primeiro single, a canção é um enorme showcase dos vocais de Jeff Gutt, que faz uma performance incrível
na faixa, mas ainda dá espaço para outro ótimo solo de Dean. “Just A Little Lie”
começa a esfriar um pouco as coisas com seu ritmo arrastado e lembra, assim
meio de longe, a sonoridade do disco Purple
de 1994.
“Six Eight” parece ser mais uma daquelas
faixas que apenas preenchem o disco, mas logo se mostra um dos destaques do
mesmo, por conta do ar de exaustão da canção e do solo carregado de blues que a
acompanha. Como não poderia demorar muito, a primeira balada do álbum se
apresenta em “Thought She’d Be Mine”, uma das canções mais bonitas e bem construídas
da carreira da banda. O teclado e o violão insistente dão à faixa um certo ar
de rock clássico, que fica ainda mais evidente no final, com o belo
encerramento da canção.
Os primeiros segundos da ótima “Roll
Me Under” já trazem à mente o clássico de 2001 Shangri-La Dee Da. A técnica de guitarras mais graves em contraste
com vocais agudos é algo característico dos irmãos DeLeo e foi mais uma vez
muito bem executada nessa canção. O blues novamente dá as caras em “Never
Enough”, que apesar de ter sido o quarto single do disco, não traz nada de
especial e deixa uma leve sensação de vazio.
A segunda balada “The Art Of
Letting Go”, traz semelhanças entre as vozes de Jeff e Scott e talvez emocione os
fãs antigos um pouco mais do que o esperado. A faixa também mostra que a banda não
perdeu o jeito em fazer canções mais simples. Não se deixe enganar pela levada
morna de “Finest Hour”, a faixa é um dos maiores destaques do álbum, mas
infelizmente tem muita cara de fan favorite
injustiçada que ficará fora de 99% dos setlists.
“Good Shoes” encarna o STP de Tiny Music e traz o bom e velho rock and
roll competente, nada mais e nada menos que isso. O encerramento ficou por
conta da maravilhosa “Reds & Blues”, que incorpora lampejos de country e um
belo solo de guitarra em meio a toda a leveza dos violões. A canção com certeza
fica entre as melhores da discografia da banda e fecha esse novo trabalho com
maestria.
Se alguém tinha dúvidas de que a
nova formação iria funcionar, elas foram sanadas com esse disco. Jeff Gutt se
mostrou um vocalista excepcional e não deixou o nível da banda cair, pelo
contrário, desempenhou um papel ainda melhor que o próprio Scott Weiland em seu
último álbum com a banda. Fato é que o Stone Temple Pilots não esteve tão bem
em muito tempo e é de se admirar o quanto eles se esforçaram pra conseguir
chegar até aqui.
A gente espera que os próximos
trabalhos sejam ainda mais espetaculares que esse, mas por favor, queridos, não demorem mais oito anos!
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