Nessa sexta-feira (09/03)
The Neighbourhood lançou o seu mais novo álbum. Ele leva o nome da banda e seu
single de estreia é “Scary Love”, o primeiro trabalho colorido
dela. O material é bem diferente do convencional e até mesmo dos sucessos
passados do conjunto. Você vai se surpreender!
A atmosfera de The
Neighbourhood é toda trabalhada nos anos 80. Tudo que envolve o disco lembra a época: suas melodias, vídeos, as letras lembram e até as apresentações que fizeram.
A banda encara essa nova
era inovando em todos os quesitos. Começando pelo estilo, até a capa de um dos
EP’s colorido e até um videoclipe. Algo estranho para uma banda que costumava lançar absolutamente tudo em tons de cinza.
A capa do novo álbum também pode ser interpretada
como algo fora do padrão. Pela primeira vez, ela é uma foto da própria banda, talvez pelo fato de também receber o nome dela.
Até algumas das faixas são
autobiográficas. Em “You Get Me So High” o vocalista retrata todo o sucesso
repentino de seu primeiro hit “Sweater Weather”, toda a surpresa e a rapidez em que aconteceu, fazendo com que eles não
conseguissem administrar. O que explica ser uma das músicas mais sentimentais e
na letra ser mostrada toda essa necessidade de escapar da realidade. O “high” simbolizaria a fama, ao mesmo tempo que
faria referencia as drogas.
O conjunto parece não ter medo de mudanças. As faixas estão
mais alternativas e animadas do que nunca, mesmo que ainda não tenha perdido o
clima dark. Porém, em meio a todas
essas inovações, uma coisa que permaneceu intacta foram as críticas. Desde o
começo da carreira, eles são famosos por clipes e letras que denunciam algum
problema social, como em “Female Robbery” e “Let It Go”.
Seguindo esta realidade, logo em “Flowers”, a primeira música do novo disco, o cantor já questiona todo o controle que o mundo do show business têm em cima
dos artistas, que não podem manifestar sua arte livremente sem intervenções.
Algumas linhas até sugerem que eles são bonecos criados pela indústria. O que, inclusive,
se encaixa perfeitamente no contexto autobiográfico, por ser algo ligado à própria banda, visto que o álbum tem como narrativa os próprios autores.
Outro método diferenciado é a
ligação entre duas faixas. Em “Reflections” e “Too Serious” é possível perceber
toda a história de um relacionamento. Na primeira música ele está em seu auge,
tão emocionante que ao mesmo tempo se torna frágil. Enquanto na segunda ele
parece ter terminado a relação e sentir falta da companheira.
Ainda sobre a narrativa do disco,
a última faixa, “Stuck With Me”, volta o foco para o conjunto e simboliza a
situação atual deles, com uma batida bem carregada no rock dos anos 80. Sentem
que estão perdendo tempo de fama, por não terem conseguido lançar um novo “hit”,
mas chegam a conclusão que toda essa pressão para fazer sucesso não é boa para
a banda.
Por fim, The Neighbourhood nada mais é do que um álbum biográfico. Eles
expressam claramente situações em que viveram, coisas que se arrependem e o
fato da liberdade artística dentro da mídia nos dias de hoje. Trata-se do álbum mais pessoal do grupo. Sem contar o clima
mais leve que esse trabalho carrega, fazendo o oposto do último. Em Wiped out! é tudo muito obscuro e
pesado. Essa era, inspirada nos anos 80, conseguiu dar cor e mais leveza a banda.
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