"Charles", álbum de estreia da banda Daparte, traz muita diversidade e experimentalismo!


Quando você junta cinco músicos, você forma uma banda. Quando você junta cinco músicos E compositores, surge algo ainda mais interessante, como o Daparte, conjunto dos mais inventivos de Belo Horizonte que lança agora seu primeiro trabalho, Charles.
O próprio nome da banda entrega grande parte da origem da formação – “da parte” era termo utilizado pelo Clube da Esquina, o mítico movimento musical mineiro (formou um MMMM) que unia sem preconceito música folclórica do Estado a jazz, Bossa Nova, MPB e Beatles. Como eram cinco com essa referência em comum e como os cinco contribuem em arranjos e composições, juntaram as duas palavras – Daparte.

“Minas Gerais é uma caixa de areia musical”, resume João Ferreira, que faz muitos dos vocais além de guitarra. Nessa caixa o quinteto se juntou em 2015 na pressa por conta de apresentação que o outro guitarrista (e vocalista), Juliano Alvarenga, marcara mas esquecera um detalhe: a banda que acompanharia ele e o baixista Tulio. João pediu para tocar e completaram o time com o tecladista Bernardo Cipriano e o baterista Daniel Crase. Deu liga, tanta que a prova concreta é Charles.

São 10 músicas que passeiam pelas referências do grupo – além de Clube da Esquina e Beatles, Oasis, Skank e soul e R’n’B e bem mais – com inventividade e experimentalismo pouco comum (e deliciosamente bem-vindo) no cenário atual brasileiro.

“A Chuva”, música que abre o disco e é o carro-chefe que representa bem a narrativa acima. Você pode classificá-la como pop rock (assim como pode classificar para melhor compreensão todo o trabalho no gênero), mas isso seria diminuir o potencial da canção grooveada, com naipe de metais, fortes elementos soul e vocal de João. Trata-se de um som autentico muito único do Daparte.


Utilizando o mesmo vocalista em outras faixas para sinalizar a diversidade musical do Daparte, em “Acidental” o grupo parte para um pop rock mais tradicional, “Homem Invisível” é uma balada roqueira na linha de Oasis, que flerta com psicodelia, e “O Inimigo” é outra mistura de gêneros em groove hipnótico com sintetizador e percussão.

“A Vista”, a segunda na ordem do disco, é cantada pelo baixista Túlio Lima e traz um funk à Chili Peppers, enquanto a seguinte, “Aldeia”, tem o vocal de Juliano e revela-se uma canção solar, aberta, com força em piano e violão.

Lá para frente do disco, Juliano volta ao vocal num rock setentista de guitarra distorcida e teclado nervoso, “O Mendigo”. Túlio também volta a cantar na sequência “A Cidade”, uma balada pop rock sensacional.

“Fênix” provavelmente é a síntese de todo o experimentalismo do conjunto, na psicodelia meets at Clube da Esquina. E tem vocal do pianista e tecladista Bernardo, filho de Renato Cipriano, um dos principais engenheiros de som do mundo e que é vencedor de um Grammy, além de assinar a produção do trabalho.

O disco fecha com mais experimentalismo, uma canção quase vinheta que retoma a música do miolo e não por acaso se chama “Retorno Para O Homem Invisível”.

Agora junte toda a diversidade de elementos colocados acima em um caldeirão e extraia canções (sabe aquela tradição de se compor canções? Pois é, essa mesma). Isso é “Charles”, e isso é o Daparte.

Para nossa alegria, a banda já está começando a divulgar o disco com show marcado em Belo Horizonte, no Teatro Bradesco, já agora no próximo dia 24 de Abril. Será a primeira vez que o Daparte irá cantar todas as músicas do Charles. E como se isso não fosse já convincente o bastante, o grupo vai receber convidados ilustres, Samuel Rosa (Skank), Fernanda Takai (Pato Fu) e Luis Couto (Devise), além de também fazer alguns covers de suas maiores influências, como Skank e Beatles. Não dá pra perder! Então garanta já seu ingresso online.

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