Diferentes
palavras poderiam descrever pelo menos um pouco do que é a sensação de estar em
um show sold out do Neck Deep no Brasil, mas a única que parece cabível para
descrever a noite desse sábado (07/04) é “intensa”.
Incansáveis
pedidos nas redes sociais com o famoso bordão “COME TO BRAZIL!” finalmente
deram resultado, graças à Tree Productions e Hopeless Records Brasil. A banda galesa desembarcou no país de coração totalmente
aberto, ansiosos para se apresentar diante do público brasileiro. Antes de
entrarem no palco, batemos um papo com o Ben Barlow e ele parecia estar
realmente encantado com toda a recepção dos fãs no país, descrevendo o país
como um dos lugares que eles realmente queriam vir conhecer por um bom tempo. E
realmente, toda essa empolgação ficou nítida assim que os caras entraram no
palco.
Depois
de um primeiro show igualmente acalorado no Rio de Janeiro, o show de São Paulo
começou com Ben Barlow (vocalista) e Matt West (guitarrista) vestindo a
camiseta da seleção brasileira customizada com seus nomes, presente dado pelo
Neck Deep Brasil. Um leve sentimento de deslumbramento era notado nos rostos de
cada um deles, que sorriam constantemente, maravilhados. Afinal, não era pra
menos: o público de mais de 800 pessoas cantava em coro todas as músicas.
A banda
entrou no palco com “Happy Judgment Day”,
seguido por duas queridas dos fãs, “Lime
St” e “Gold Steps”. A setlist
foi composta principalmente pelos seus dois trabalhos mais recentes, Life’s Not Out to Get You, de 2015 e The Peace and The Panic, de 2017, mas os
fãs mais antigos foram agradados também com tesouros dos primeiros lançamentos,
como “What Did You Expect?” e “A Part of Me”. Infelizmente, músicas
do primeiro álbum, Wishful Thinking,
de 2014, fizeram falta, especialmente por ser a primeira vez dos ingleses no
país.
O
público estava pegando fogo, cantava alto, faziam grandes rodas de mosh e subiam no palco o tempo todo para
o famoso stage dive, algo
característico dos shows do Neck Deep, mas depois de algumas músicas, pareciam
que os fãs que subiam ali estavam mais interessados em roubar palhetas, abraçar
os integrantes e tirar selfies do que de fato aproveitar a experiência do stage
dive. Talvez fosse toda a euforia de estar frente a frente à sua banda
favorita, mas Ben não perdeu tempo e deu até um leve puxão de orelha nos
brasileiros. De qualquer maneira, essas pessoas eram minoria e não prejudicaram
o andamento do show.
Dani
Abasi tocava brilhantemente, provando porque é considerado um dos melhores
bateristas do pop punk atual e Fil-Thorpe Evans conduziu o baixo sublimemente
durante todo o show. Matt West e Sam Bowden tem suas guitarras em perfeita
harmonia enquanto Ben consegue cantar da maneira única, dando vida a todas as
músicas. O público não falhou em mostrar a voz e tornou músicas já emocionantes
como “Parachute” e “In Bloom” dignas de arrepiar ainda
mais todos os fãs que estavam lá presentes. Era fácil encontrar pessoas
cantando com toda a força e amor, sem dispensar os sorrisos largos, que
deixavam o ambiente ainda mais caloroso.
Após
voltarem para o encore, um canto ecoava pelo Fabrique Club pedindo por “Serpents” e o público foi prontamente
atendido após “Can’t Kick Up the Roots”.
Antes de começar, Ben pediu para formarem um pit, que envolveu praticamente a
pista toda. A banda encerrou com “Where
Do We Go When We Go” tornando esse final um dos mais intensos do ano. A
troca de energia entre banda e público foi totalmente recíproca. Era difícil
dizer quem ali estava gostando mais: a banda com seus constantes
agradecimentos, ora em inglês, ora em português, ou o público sempre presente,
cantando junto e participando bastante do show. Ao fim, a banda deixou o palco
como quem não queria sair, e já adiantaram que voltariam antes do que estamos
imaginando.
Neck
Deep é uma das bandas mais consistentes do pop punk atual. Cumprem exatamente
com o que se propõem a fazer: proporcionar o melhor momento para aqueles que
estão presentes ali. E realmente, a noite resumiu um show de pertencimento e
acolhimento de todos aqueles que levavam a música como forma de identificação
comum. Que o restante da turnê seja tão forte quanto esses dois primeiros
shows. Já estamos ansiosos para a volta!
Agradecimentos: Tree Productions e Hopeless Records Brasil
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