Tendo acabado de lançar o seu segundo álbum, Casulo, o mais novo artista em ascensão da cena folk brasileira, Jonavo, conversou com a gente sobre sua carreira, incluindo esse trabalho mais recente e suas outras experiências de longa data que passou com o projeto Folk na Kombi.
Natural de Campo
Grande e há seis anos morando em São Paulo, o cantor é um dos idealizadores do
festival “Folk+Brasil”, o primeiro evento a juntar gerações de artistas que se
reconhecem como parte desse estilo no país. Ele também foi um dos criadores do “Sunday
Folk”, trabalhando ao lado de outros artistas e promovendo encontros musicais
em uma espécie de sarau entre amigos, dividindo o palco com artistas como Almir
Sater, Zeca Baleiro, Renato Teixeira, Zé Geraldo, Suricato, O Teatro Mágico,
entre outros. Em 2011, lançou
seu primeiro álbum, Jonavo & Barulho Zen.
O cantor também
faz parte do projeto Folk na Kombi, e ao lado dos parceiros Bezão e Felipe
Camara leva suas canções para os quatro cantos do país a bordo de uma linda
Kombi vermelha. Pois é, imagina o tanto de histórias que esses caras devem ter
pra contar dessas viagens.
O ápice de sua
carreira, portanto foi quando Jonavo conquistou um alcance enorme com o reality
show “Sky Na Rota do Rock”, que o levou a bordo de um motorhome para
apresentar-se no Rock In Rio 2017. Legal, né? Com tantas inspirações na sua
bagagem, agora o músico vem com um trabalho autoral impecável. Casulo,
seu segundo álbum de estúdio, deixa em evidência o processo de amadurecimento e
evolução que Jonavo vivenciou ao se mudar para São Paulo.
De um jeito
evolvente e cativante muito único, ele consegue nos trazer um pouco do campo e
da cidade em um só disco, mostrando suas nuances mais calmas e aventureiras no
disco. Realmente, algo interessante de se ouvir?
Imaginávamos, portanto,
que o músico tinha muito o que falar sobre esse novo material e toda o caminho
que foi traçando para chegar até ele, né? Então, não perdemos tempo e
conversamos com Jonavo sobre tudo. Confira a entrevista na íntegra:
KT: Qual é o seu olhar sobre a cena alternativa brasileira,
principalmente voltada ao folk? Como você vê sua música impactando
esse cenário?
J: Acredito que o Brasil está efervescendo musicalmente e que o folk
vem transitando muito bem nos últimos anos. Existe um movimento forte das
mulheres na música, o hip hop e o rap também se destacaram
bastante e o meu trabalho é contemporâneo a toda essa cena, de gente nova
experimentando coisas. Tem que buscar o espaço, né?
KT: E, querendo ou não, você é bem experiente no meio, afinal você já
tem um bom tempo de estrada com o Folk na Kombi. Quais seriam as principais diferenças entre a
sua linha artística e sonora na banda e na carreira solo?
J: O Folk na Kombi é um trabalho talvez mais conceitual no que se diz
respeito a estética do folk. Lá eu toco bandolim em 90% do show, por exemplo.
Meu álbum solo tem uma série de fusões de rock, pop, country
e até hip hop e eletrônico.
KT: Levando em conta alguém que nunca ouviu o seu som autoral antes,
qual música você indicaria para essa pessoa?
J: Pra alguém que nunca ouviu antes, eu sugeriria ouvir "Beijo
Beijo" ou "Caipira do Mato".
KT: Agora, você já
está com o segundo álbum de estúdio. Você pode contar um pouquinho pra gente
de como foi o processo de composição e produção de Casulo e quais
valores você quis colocar nele em comparativo com seu disco de estreia?
J: Meu primeiro disco, Jonavo & Barulho Zen, foi um grande
aprendizado de como fazer um disco muito bem feito. Ele foi produzido pelo
Arthur Maia e tem um belo requinte de execução e produção. No entanto, é o
disco de um menino sonhador. O Casulo é um álbum de um cara que ralou
muito, viveu, sorriu e sofreu. É nítida essa diferença, e eu gosto muito do
resultado e do peso que ele tem por conta disso.
KT: Qual música do álbum tem um lugar especial para você? Por que?
J: "Slackline In Love". É uma música feita a pincel,
harmonicamente e poeticamente. Ela é uma canção muito inspirada e tem a
participação da minha irmã Magê, o que a torna imbatível.
KT: Imagino que
Casulo deve ter tomado um tempo maior de produção, justamente para você
absorver ainda mais inspirações, certo? Quais foram suas maiores influências
para esse disco?
J: A inspiração maior nesse disco, quando comecei a concebê-lo, foi em
caras como Cat Stevens e o Neil Young que fazem tanto um puta som com banda,
quanto apenas de voz e violão. Nessa época que cheguei em São Paulo, há seis
anos, eu precisei passar muito tempo sozinho com o violão na mão. Naquele
momento, o John Mayer lançou o Born and Raised, que me impactou demais e
também influenciou esse disco.
KT: Falando agora de sua carreira, podemos dizer que você gosta de
aventuras, né? Ela é repleta de viagens e eventos inusitados. Qual seria a
experiência mais incrível que você tenha tido?
J: São tantos momentos importantes e inusitados que é difícil eleger só um...
tocar no metrô e nas ruas de Nova York foi muito bacana, ver as pessoas tendo
um primeiro contato com você e parando, passando, olhando, colocando grana no
chapéu. Foi bem diferente isso, ainda mais cantando em português.
Outra
coisa que não posso deixar de dizer: estar em turnê com o Folk na Kombi sempre
foi muito divertido, com a Kombi na estrada que já quebrou, já viajou um monte
de gente dentro junto com equipamentos, já ficamos um dia inteiro numa oficina
esperando ela ser consertada, tocando violão, fora as centenas de shows lindos.
KT: Quanto ao futuro, tem algum plano ou alguma
novidade que você pode adiantar pra gente?
J: Eu vou trabalhar muito esse disco. Ainda tem um longo caminho pra
percorrer com ele. Mas posso adiantar que vem um DVD (se é que podemos chamar
assim), um especial que vou gravar pra dar continuidade no Casulo.
Adianto que ninguém fez nada igual. Rs
KT: Só pra terminar, qual mensagem você gostaria de enviar aos seus fãs
que te acompanham desde o início e também para os mais novatos?
J: A mensagem seria na verdade uma pergunta... vocês estão buscando seus
sonhos?
Jonavo
realmente tem tudo para conquistar o público brasileiro, ainda mais com seu
estilo autêntico e sua alma simples de artista. Suas músicas de fato constróem
uma proximidade sem igual. Ficou curioso para ouvir esse novo álbum? Então, vem
curtir com a gente:
Nenhum comentário:
Postar um comentário