Com direção de Luke Gilford, Christina Aguilera e Demi Lovato trouxeram
um conceito fenomenal para o clipe de “Fall In Line”, apresentando
cenas cheias de analogias e críticas à Indústria do Entretenimento.
No último domingo (20/05), elas já fizeram uma interpretação realmente
marcante ao se apresentarem com “Fall In Line” no Billboard
Music Awards de 2018. Não foi à toa que o dueto foi um dos grandes destaques da
noite. De forma explosiva, o palco foi dominado por duas mulheres, mostrando
sua garra, união e força através de uma composição lírica e visual que critica
o mercado cultural atual e o modo como ele molda as pessoas como produtos.
O mesmo conceito se expandiu para o excelente clipe lançado recentemente,
onde várias teorias surgiram, até por conta da essência conceitual que é muito
bem executada durante todo o vídeo.
Tudo começa com duas crianças, supostamente Christina e Demi, felizes em
um belo jardim em um momento lúdico que remete à inocência e a pureza da
essência humana, com direito até a sopros no dente-de-leão. Tudo isso é
interrompido quando dois sujeitos, vestindo um capacete e roupas pretas,
capturam as meninas de forma violenta.
Em seguida, Christina e Demi já estão, como adultas, no calabouço, onde
são forçadas a passar por uma série de experimentos, todos em frente às
câmeras. É aí que começam a cantar, cada uma com sua personalidade, mas sempre
com supervisão dos homens com capacete, que claramente representam os
profissionais desse meio que constroem uma figura não real para vender cada
artista. Aliás, a objetificação de Aguilera e Lovato é facilmente percebida no
vídeo, com movimentos artificiais e alguns elementos ainda mais explícitos,
como a ação de dar cordas em Christina.
A dupla traz um conceito autêntico e destemido para criticar o abuso e
sexismo pelo qual passaram todos esses anos sob às lentes de Hollywood. Agora,
tudo fica ainda mais interessante quando pensamos que as duas já fizeram parte
da Disney quando menores. Pensando dessa forma, ela é a grande corporação que
as controla. Tudo que as cantoras fazem é mensurado através de relatórios
controlados para agradar especialmente as pessoas por trás da tela.
Os movimentos que Demi faz ao longo do vídeo são extremamente parecidos
com os que fazia em Camp Rock, uma época de sua vida em que era
idealizada para ser um ícone teen mundial, o que a levou até para a Rehab. E as
referências não param por aí: os próprios controladores do vídeo são
caricaturas ideais dos programas que Demi e Christina fizeram parte: Matthew
Diamond, o diretor de Camp Rock, e Kelly Ward, o diretor de Mickey
Mouse Clubhouse. Mindblown!
Além de toda essa revelação, o vídeo também aborda o sexismo e cultura
de estupro na Indústria, retratando o abuso físico e mental das mulheres nesse
meio. Porém, é aí que a mensagem é passada com sucesso de forma positiva: o
empoderamento é a grande salvação, afinal assim que elas se unem e se tornam
mais fortes a ponto de conseguirem encontrar sua essência novamente, naquele
jardim do começo do clipe. É realmente inspirador. Nossas meninas estão de
parabéns!
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