Detentora do hit "Pesadão", uma das novas e grandes vozes do Brasil, a cantora Iza, lançou recentemente seu álbum de estreia Dona de Mim. Com isso e muito mais, aproveitamos para conversar com a artista sobre sua carreira atual, shows e mais!
Um pouco difícil
perguntarmos a você se não conhece a Iza, afinal, o grande estouro que ela tem
feito nas rádios e outras paradas de todo o país é muito perceptível!
Certamente nem precisamos explicar a voz e poder que ela tem, mas vamos deixar
você por dentro de como as coisas começaram na carreira dela.
Primeiramente, ela se chama Isabela Lima e é carioca. Ela foi criada até os 6 anos em uma família humilde no bairro de Olaria, no Rio de Janeiro. Após ela foi morar em Natal, no Rio Grande do Norte, e foi onde teve seu contato com a música. Começou cantando em corais da igreja, retiros... Se formou em Publicidade e Propaganda no RJ, e aí começou a trabalhar em editoras de vídeo, enfim. Muitos falavam para ela que era perda de tempo não investir na voz que ela tem (e eles estavam certíssimos). Foi quando ela criou o canal do YouTube e começou a lançar covers e mais covers. Aí chegaram as originais e tudo mudou. Aquele era o momento de abertura para o sucesso que estava por vir.
Com muitas boas reações com suas músicas originais, Iza estava alcançando mesmo o sucesso com "Quem Sabe Foi Eu" e "Te Pegar", mas foi "Pesadão" que agitou o país inteiro e agora todo mundo se vê cantando a canção. Com todas essas coisas, nós conseguimos bater um papo com a cantora. Confira nossa entrevista na íntegra:
KT: Tudo começou com os covers famosos no YouTube e não demorou muito e você começou a fazer muito sucesso com suas músicas autorais, como “Quem Sabe Foi Eu” e “Te Pegar”. Logo, você tinha um megahit estourando nas rádios: “Pesadão”. Qual foi o primeiro momento que você percebeu que estava realmente famosa? Você em algum momento esperava por essa recepção tão positiva do público brasileiro?
IZA: Eu lembro que, depois de lançar as primeiras músicas autorais, eu estava andando na rua veio uma pessoa em minha direção, falando comigo. Por alguns segundos fiquei tentando lembrar de onde eu a conhecia. Sabe quando fica buscando pela memória? Quando ela chegou perto, falou que admirava meu trabalho, que me acompanhava no canal no Youtube, e aí me dei conta que estava conhecida. Percebi que minha música estava chegando de fato nas pessoas.
Trabalhei muito para chegar até aqui e sei de todo o meu potencial. Sempre fui muito otimista e acreditava que eu podia chegar onde estou, mas é claro que não esperava toda essa repercussão. Estou muito feliz em ver como as pessoas estão recebendo o disco, faz passar um filme pela cabeça.
KT: A representatividade e o apoio a diversas causas sociais sempre fizeram parte do seu discurso. Seja empoderamento feminino, luta contra o racismo e outras causas, de que forma você se posiciona a favor dessa resistência?
IZA: Essas causas, esses temas fazem parte do meu discurso porque são coisas que acontecem na minha vida. São minhas vivências e meu ponto de vista. Eu lembro a menina que fui quando era mais nova e sei como é importante me ver nos lugares, me sentir representada, ter uma mulher forte me dizendo todos os dias que eu posso e que “quem sabe sou eu”. Então, sempre que eu puder, vou passar essas mensagens através do meu trabalho.
A gente só tem noção do papel que exerce na vida das pessoas quando elas nos retornam as vivências delas com a nossa música, as experiências que elas tiveram lendo nossas entrevistas, o que elas sentiram quando nos viram na TV. Enfim, é muito gratificante e especial saber que tantas meninas e mulheres me têm como representante.
KT: Você já passou por muita coisa e já viu de tudo nessa indústria do entretenimento, eu imagino. Quais foram as maiores dificuldades que você encontrou para crescer nesse meio e quais foram as principais qualidades positivas ao longo do caminho?
IZA: Sempre procurei viver experiências que me ajudassem a crescer como artista, mesmo que fossem dificuldades. Já passei, e ainda passo, por muitos problemas e muito preconceito por ser negra e por ser mulher, mas isso é algo que eu tento deixar de lado pra focar no meu trabalho e continuar fazendo o que amo.
Por outro lado, tive sempre mulheres fortes me inspirando. Minhas tias e, principalmente, minha mãe, que sempre me ensinou que o meu lugar é onde eu quiser estar. Isso ajudou demais a acreditar em mim e seguir o meu caminho.
KT: E depois dessa jornada, tivemos recentemente o lançamento do seu tão aguardado álbum de estreia, Dona de Mim, que explora vários ambientes, desde os mais animados e festivos até os mais românticos e sensuais. De que maneira você acredita que esse álbum te representa como artista?
IZA: Trabalhamos muito nesse álbum, quase um ano e meio. Ele é o retrato de muita dedicação, muita pesquisa e entrega. Quando criamos esse álbum, eu quis colocar tudo o que eu mais gosto de cantar. Eu queria muito falar sobre black music nesse disco. E apesar de muito diverso, ele ainda é black music. Tem hip hop, capoeira, pop, R&B, jazz, blues, rap, um pouco de samba.
Existem muitas vozes, várias emoções e vários ritmos, mas todos eles conversam entre si e me definem muito bem. Acredito que, com esse álbum, as pessoas vão poder conhecer mais de mim.
KT: Das 14 músicas qual foi a mais difícil de compor ou interpretar e qual é a que tem um lugarzinho especial no seu coração atualmente? Por quê?
IZA: Impossível escolher uma só. Todas são muito especiais e tem um lugar no meu coração.
KT: Algo que chama bastante atenção no disco é como você conseguiu trazer um pouco das suas raízes afro-brasileiras para a sonoridade das faixas, principalmente em “Ginga”. Como você acredita que essa brasilidade está impressa no álbum?
IZA: A minha inspiração para esse disco foi em vibes, em sensações. A brasilidade e as minhas raízes estão em todas as faixas, sim, em todas as composições, na escolha das participações, na sonoridade que buscamos para compor o álbum.
KT: E para esse lançamento, você contou com parcerias inacreditáveis, como Rincon Sapiência, Ivete Sangalo, Ruxell, Thiaguinho, Gloria Groove, Carlinhos Brown e Marcelo Falcão. Como foi trabalhar com cada um deles? Como surgiram essas parcerias?
IZA: Todos são artistas que eu admiro demais e por isso foi uma honra ter cada um deles trabalhando comigo. As músicas foram feitas pensando em cada um deles. Eu sabia que "Corda Bamba", por exemplo, não seria a mesma coisa sem a Ivete, assim como "Rebola" ou "É Nóis". Por isso fiquei muito feliz quando cada um deles aceitou o convite e mais ainda de ver o resultado de cada faixa.
Poder trocar energia e ideias com eles foi o maior presente desse trabalho.
KT: Como comentamos, o seu álbum de estreia grita brasilidade. Mas estamos curiosos: quais artistas você tem como influências fora do Brasil? E há algum plano para gravar em outras línguas ou até um plano de carreira internacional?
IZA: Nina Simone, Donna Summer, Rihanna, Beyoncé, são mulheres que me inspiram pela força e pelo papel que exercem na música.
Ainda não tenho planos para carreira internacional, não pensei nisso. Estou começando, acabei de lançar o disco e quero viajar o Brasil inteiro com o novo show, mostrando meu trabalho.
KT: E atualmente, das músicas atuais da gringa, quais você não consegue parar de ouvir e gostaria de recomendar pra gente?
IZA: Ouço muito o álbum do Ty Dolla $ign, artista que admiro muito. Adoro o EP da Drica Barbosa, do rap de Sampa, e toda a trilha do rapper americano Kendrick Lamar do “Pantera Negra".
Há uns meses atrás estava viciada em Get You Alone, do Maejor e em What Lovers Do, do Maroon 5. Minha playlist de lançamentos muda muito, se você fizer essa pergunta na semana que vem, com certeza terá outra resposta.
KT: Para encerrar, o que você gostaria de falar para seus fãs? O que eles podem esperar de novidade para os próximos meses?
IZA: Eu gostaria só de agradecer pelo carinho, pela receptividade, pela maneira como me recebem e como receberam meu disco. A experiência tem sido muito gratificante. Os próximos meses serão de muito trabalho. Já estamos criando um novo show em cima do disco novo e viajar o Brasil inteiro agora.
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