Depois do sucesso do seu
álbum de estreia, Leon Bridges volta com Good Thing, seu segundo
disco lançado pela Columbia Records. O músico traz um Soul e R&B
modernizado e composições incrivelmente sinceras e pessoais, responsáveis por
provar a singularidade do cantor no cenário atual.
Não há dúvidas de que o texano Leon Bridges é o mestre contemporâneo do Soul, ainda mais depois de Coming Home, seu álbum de estreia que chamou muita atenção dos especialistas de música. O disco, além de receber o certificado de ouro nos Estados Unidos, chamou a atenção da Academia de Gravação com seu estilo retrô muito particular, levando o material a ser indicado ao Grammy Awards 2016 na categoria de “Melhor Álbum R&B”.
Leon Bridges agora volta para mais um grande acerto: Good Thing, seu novo álbum. Nesse material,
o cantor e compositor de 28 anos trouxe texturas modernas ao seu Soul
encantador, assim como um trabalho mais pessoal e honesto. Isso fica nítido,
por exemplo, na letra honesta e cheia de aura da autobiográfica “Georgia to Texas”, faixa onde Leon
relembra sua longa jornada que teve, ao lado de seus familiares, até chegar ao
estrelato.
A leveza da composição e do saxofone, comandado por Jeff Dazey, fazem a
gente sentir o peso do coração de um jovem que passou anos lavando pratos e
sendo garçom em restaurantes para conseguir sobreviver enquanto fazia música.
Nessa faixa, suas origens são justiçadas em forma de música, assim como na
excelente composição de “Lions”,
onde o cantor transmite a força e resistência que corre no seu sangue em versos
como “Would you kill for your own? That’s how I feel in my bones” (“Você mataria para sobreviver? É assim
que sinto nos meus ossos”).
Outra característica forte desse novo lançamento é a linha mais moderna
que ele segue. Seu último álbum era inteiramente baseado no Soul da década de
50 e 60 à la Sam Cooke, mas agora seu som ganha uma atualização para os dias de
hoje. Para isso, Leon Bridge e Niles City Sound, responsável pela produção do
debute, se juntaram ao produtor Ricky Reed, que trouxe um R&B mais
contemporâneo, explorando até um Jazz e Funk que dão um tom mais refrescante ao
álbum, principalmente na pegada Disco dançante cheia de groove de “If It Feels Good
(Then It Must Be)” e a descolada “You
Don’t Know”.
O tom amoroso e delicado de Leon Bridges é também muito expressivo em Good Things. “Beyond” é possivelmente uma das baladas românticas mais
apaixonantes lançadas nessa década. A espontaneidade da canção expressa a forma
mais pura do amor de maneira leve, mas ao mesmo tempo muito tocante. “Forgive You” e “Mrs” traz a temática de um relacionamento que dura, apesar de suas
divergências. Proveniente do Blues, as faixas são uma mistura sincera e doce ao
mesmo tempo.
Acompanhado de um conjunto de faixas tão bem amarradas, como as
deliciosas “Bet Ain’t Worth The Hand” e
“Shy”, Leon Bridges revela um
talento surreal refletido nas texturas encantadoras e suaves de R&B/Soul.
Depois de uma longa luta para chegar onde está, o cantor traz o clima positivo,
confiante e iluminado de “Bad Bad News”
que traduz a essência do álbum em versos como “They
say that I was born to lose, but I made a good, good thing out of bad, bad news”
("Eles dizem que nasci para perder, mas fiz uma coisa boa com notícias
ruins"). De fato, é nítido que após sua
trajetória, o cantor que já se apresentou na Casa Branca e foi indicado ao
Grammy chegou muito longe e esse é só o começo de seu legado. Ao ouvir Good Thing, é isso que ouvimos: o
coração forte de Leon Bridges que exclama sua vitória.
Muito bom, né? E para quem não sabe,
Leon Bridges abrirá os shows de Harry
Styles no Brasil neste mês. Suas apresentações misturam muito movimento e musicalidade.
Não dá pra perder!
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