Pray For The Wicked é o mais novo álbum da banda, que já acumula 14 anos na estrada. Já sabemos que não veremos mais uma banda como em Vices & Virtues, por vários aspectos. Entretanto, há muito do que se ver na nova era do grupo. Entenda conosco as mudanças deste novo álbum.
Anteriormente, fizemos um especial em comemoração pelos 14 anos de banda e ansiando por Pray For The Wicked como em todos os álbuns anteriores. Enfim, a espera acabou e o álbum está aí para nós apreciarmos. Contudo, talvez criar grandes expectativas não causem tantas surpresas. Ou talvez eles apenas souberam escolher muito bem os singles para atingirem a força que precisaram.
O álbum se inicia diretamente com "(Fuck A) Silver Lining" e "Say Amen (Saturday Night)", os dois primeiros singles da nova era. Duas músicas muito fortes, algo tão bem preparado quanto Death Of A Bachelor, e ainda maior. Um show vocal de Brendon que representa as letras que percebemos que é algo realmente a cara dele! Instrumentais muito harmônicos e crescentes, tão impactantes quanto os vocais que se reúnem - ora Brendon e sua potência, ora todos os integrantes em um perfeito e arrepiante coral. Definitivamente ótimos botões para dar o início ao que pode ser inesquecível.
A saga de músicas boas permanece com "Hey Look Ma, I Made It". Uma música que parece mostrar exatamente onde Brendon quis chegar com os novos caminhos da banda - e olha só, ele conseguiu. A guitarra agora se mostra bem presente e bem produzida. Dá para notar uns caminhos mais largos quando pensamos em instrumentais clássicos e, ao mesmo tempo, algo bem moderno e urbano.
"High Hopes" (a favorita deste álbum) vem na sequência com um começo que já nos arrepia. Algo tão feito por Panic! At The Disco que não podemos deixar de gostar. A mistura emo, pop punk, urban... todas elas presentes em uma única canção. Uma letra que a gente só encontra com essa banda, um coral de arrepiar quando se junta a voz muito presente e marcante de Brendon Urie. Efeitos de voz que parecem ter vindo desde Too Weird To Live, Too Rare To Die - um álbum que a gente nem tem tanto orgulho assim, mas tudo bem - só que ainda melhores.
As coisas passam a um lado um pouco mais estranhos com "Roaring 20s". Uma música ótima para o Brendon ganhar destaque com sua voz, mas não boa o suficiente para nos conquistar como as anteriores. Forte no instrumental e no vocal, mas talvez algo que precisemos de costume para gostar mais, assim como a da sequência, "Dancing's Not A Crime". A questão é que esta parece mais algo como trilha sonora de alguma animação, não é de instrumentais tão fortes como a anterior e recheada de um pop não muito casual.
"One Of The Drunks" é um carnaval. Efeitos de voz, diferentes ritmos, corais, percussão e sopro nas altas com algo meio urban. Talvez não a melhor combinação e muito longe de ser uma das melhores do álbum - possivelmente aquela que a gente pula. "The Overpass", pelo menos, toma o lugar parecendo ser uma das melhores músicas que poderemos ouvir ao vivo (assim espero). A harmonia da banda é muito bem passada nessa música. Pode não ser a melhor do álbum também, mas é um bom exemplo um tanto quanto inusitado de uma mistura de pop punk e pop rock que não nos deixa parados.
A próxima é "King Of The Clouds". Não sei se Brendon queria compartilhar o reinado dos céus com a Tove Lo (vide Queen Of The Clouds), mas fez muito bem! Outra que foi lançada antes do álbum e tem uma força excelente como os outros singles. Nada comparado aos vocais e instrumentais tão bons quanto. Eu não sei a todos, mas a mim, o trono nas nuvens pode permanecer com o Brendon.
"Old Fashioned" é a penúltima do álbum, mas não tem nada demais. É simples e até um pouco decepcionante por ser tão contrária a toda a força anterior do álbum. Algo que a gente não se orgulha tanto - à la TWTLTRTD. Contudo, é o piano de "Dying In LA" que salva o final do álbum. Tudo bem tocante de um piano se junta a linda voz do Brendon para cantar uma música bonita e até triste. Claramente um ótimo destaque solo para o cantor e uma grande melodia para nossos ouvidos.
Arriscar tanto dentro do pop talvez não seja realmente o forte de Panic! At The Disco, mas até que eles conseguem se encaixar bem de alguma forma. Afinal, de imaginar as músicas de Pray For The Wicked ao vivo, dá para entender que faz sentido ir aos shows e gostar muito da banda. Não considero um dos melhores álbuns, mas também está longe de ser um álbum ruim. É bem autêntico do jeitinho que só eles fazem e, como sabemos, é basicamente a carreira toda do Brendon em jogo, já que ele é o único integrante (desde a primeira formação) que não deixou o grupo. E como um bom líder, soube reunir ótimos músicos mais uma vez para fazer algo espetacular!
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