Depois de tanta ansiedade, finalmente temos o som visceral de Halestorm de volta. Vicious é o mais novo disco da banda que deve manter o título de um dos grandes destaques do rock de 2018.
Ao longo dos anos, o Halestorm foi se tornando uma das bandas mais emblemáticas do Hard Rock atual, tendo sempre um sucesso atrás do outro. O som da banda traz riffs marcantes e refrões memoráveis. Esses elementos, junto à presença incomparável da frontwoman Lzzy Hale, fazem com que a performance da banda ao vivo seja surreal e grandiosa.
Sabendo disso, o produtor Nick Raskulinecz (Alice In Chains, Korn) trouxe essa mesma energia dos palcos para o estúdio, dando vida ao poderoso Vicious, que vem com um som pesado que promete silenciar aqueles que criticaram a banda pelo som mais pop do último álbum.
O novo material traz a mais pura essência do Halestorm em forma de música. Lzzy Hale se mantém com seus vocais avassaladores e sua atitude indomável e avassaladora, nos conquistando da mesma forma como Joan Jett fez na década de 70 e 80 ao se tornar uma das mulheres mais importantes da história do rock. Seu irmão Arejay não deixa nada a desejar também, trazendo uma percussão pulsante e dinâmica. Já Joe Hottinger e Josh Smith dominam a guitarra e o baixo, respectivamente, ao construir uma adrenalina sem igual faixa a faixa.
O resultado disso é visto logo no começo do material. “Black Vultures”, a faixa que abre o álbum, já marca uma boa impressão. Com um tema apocalíptico e empoderador, a música já inicia o disco com um toque de selvageria que se encontra com riffs grandiosos e uma bateria enérgica. Ela é um verdadeiro triunfo do rock. A atitude continua na despojada “Skulls”, que flerta com um rap-rock cheio de personalidade jamais explorado antes pela banda.
Mas nada se compara à força imbatível do metal punk melódico de “Uncomfortable”, o carro-chefe ardente cheio de intensidade que já nos adiantava o estrondo que esse álbum seria. Em seguida, temos “Buzz”, que mesmo não sendo um dos destaques do álbum, ainda traz vocais impactantes de Lzzy Hale. Mesmo não estando no topo de melhores, ela consegue ser muito melhor do que muito lead single de bandas do rock atual.
E claro: não seria um álbum do Halestorm se a banda não fizesse jus ao termo “Sex, Drugs and Rock n’ Roll”, né? É exatamente isso que o swing ousado e caloroso de “Do Not Disturb” mostra. A música nos leva diretamente para uma noite quente a dois em um quarto de hotel. Tudo dessa canção colabora para um clímax ardente que faz dela uma das faixas mais sensuais já lançadas pela banda.
Em “Conflicted”, a mesma tensão de sex-appeal é construída muito bem com os vocais atrevidos de Lzzy e riffs tão marcantes. Mais tarde, a banda nos entrega a explosiva “Painkiller”, a faixa explosiva que une romance e vício em uma performance grandiosa, muito semelhante ao segundo disco da banda, aliás.
Com essas últimas faixas, a banda mostrou que sabe mesmo como causar um incêndio sonoro e deixar qualquer um de queixo caído. Mas quando o Halestorm se entrega à emoção, também temos grandes tesouros. O rock melódico de “Killing Ourselves to Live”, feito especialmente para grandes estádios, é uma grande prova disso. A faixa nos leva a outra dimensão, chegando a arrepiar, com uma execução realmente icônica e uma fórmula de grandes lendas do rock. Já em “Heart of Novocaine”, a emoção nos domina por completo com uma pegada acústica maravilhosa e envolvente. É um verdadeiro deslumbre quando temos Lzzy Hale se entregando ao seu lado mais vulnerável.
Chegando ao fim, temos uma faixa melhor do que a outra. Em “White Dress”, temos Lzzy em um tom rasgado enquanto quebra estereóritpos femininos, intimidando qualquer clichê de conto de fadas com sua personalidade badass em um verdadeiro hino, que se destaca entre as melhores do álbum.
A chama continua em “Vicious”, a música que dá nome ao disco. A faixa resume bem o material como um todo, trazendo uma confiança absurda para o Hard Rock excepcional da banda. E, claro, com a cultura de terminar a tracklist com baladas, dessa vez não poderia ser diferente: “The Silence” encerra Vicious de um jeito iluminado e surpreendente, entregando vocais emocionantes e um instrumental bem inesperado, quase que country, mas de aquecer o coração.
Este novo álbum da banda é possivelmente um dos melhores de sua discografia. Ele resgata a essência pulsante do Halestorm, nos apresentando um Hard Rock ambicioso, determinado e dinâmico. O quarteto, acima de tudo, soube moderar muito bem o som de garagem e as texturas mais pop, se mantendo fiel às suas raízes sempre com moldes de melodias grandiosas. Em cada música, é nítida a importância do grupo para a cena do rock atual. Vicious é ardente, impressionante e inerente. É Halestorm!
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