Na ultima sexta-feira (3/8), Mac Miller marcou o seu retorno após o último trabalho lançado em 2016. Swimming é um álbum extremamente pessoal e importante para trajetória do rapper, que passa uma grande mensagem com bastante sinceridade.
O conceito do disco é voltado basicamente à superação e crescimento do artista após tempos difíceis da sua vida. Para quem não sabe, seu nome foi centro de grandes notícias nos últimos tempos: o término com a cantora Ariana Grande e a polêmica quando foi pego dirigindo alterado na Califórnia. Agora, ao
mesmo tempo que luta contra a sua depressão, ansiedade e vício em álcool e
drogas, está otimista, encontrando a sua confiança aos poucos. Isso é visível em Swimming.
O álbum é uma mistura de jazz rap
e hip hop, mas dessa vez não necessariamente precisa das parcerias para ter mais
do ultimo gênero, como em The Divine Feminine. Ele fala sobre a sua confiança,
não precisando idealizar uma mulher para isso ou implorando a sua presença.
O seu início já mostra uma
evolução por parte do rapper. Em meio a enxurrada de conselhos, ele sempre utiliza
a metáfora de estar “nadando” para simbolizar que apreendeu a lidar com a vida.
Em “Come Back to Earth”, primeira faixa, o verso “I was drowning, but now I'm
swimming” consegue resumir toda ideia que Mac Miller quis passar com o novo
trabalho. Assim, ele começa o álbum de um jeito delicado e iluminado, que nos abre alas para uma grande obra de arte que está por vir.
Em "Hurt Feelings", o rapper já esbanja amadurecimento através de um flow delicioso que o acompanha ao admitir que já errou muito, mas que agora está buscando melhorar. São músicas ponderadas como essa que esperamos de artistas do hip hop/rap, e não faixas superficiais sobre ostentação. Usando letras inspiradoras e motivacionais junto a um jazz envolvente, Mac Miller se consolida como um exemplo artístico para muitas outras figuras do seu gênero, como em "What's The Use" e "Perfecto".
Em "Hurt Feelings", o rapper já esbanja amadurecimento através de um flow delicioso que o acompanha ao admitir que já errou muito, mas que agora está buscando melhorar. São músicas ponderadas como essa que esperamos de artistas do hip hop/rap, e não faixas superficiais sobre ostentação. Usando letras inspiradoras e motivacionais junto a um jazz envolvente, Mac Miller se consolida como um exemplo artístico para muitas outras figuras do seu gênero, como em "What's The Use" e "Perfecto".
Mesmo assim, nem tudo é um mar de
rosas. Swimming prova ser um trabalho ainda mais honesto e autêntico quando Mac Miller se entrega às suas emoções, incluindo as dores. Com uma atmosfera melancolica, “Dunno” mostra o seu sentimento de
saudade do seu antigo relacionamento. O rapper relembra os bons momentos e mesmo
sabendo que é tarde demais, queria tê-los de volta. Em “Jet Fuel”, ele também admite
não ser fácil ter de lutar todos os dias com os seus vícios. Ao decorrer da
música, ele parece estar prestes a ter uma recaída. É um trabalho cru e surpreendentemente profundo.
O single “Self Care” é uma faixa
que já nos introduzia uma divisão. O seu clipe lançado 3 semanas antes do lançamento
do álbum mostra o artista preso fumando em um caixão, mas no momento em que ele
consegue sair dele e largar o seu cigarro, o ritmo muda. Muitas músicas do novo
disco seguem com o mesmo mecanismo. A partir do momento em que ele enxerga a mudança, a atmosfera muda. Na maioria
das vezes se torna mais calma e lenta, mesmo que ele caia na realidade e tenha
que lidar com dificuldades, ele sobrevive e amadurece. É uma bela analogia que envolve musicalidade, bom lirismo e construção narrativa. É progresso.
Depois da evolução, parece que
ele é outra pessoa e não acompanha mais os antigos costumes ou amigos. Com as
batidas mais pesadas, traços de rap e R&B “Conversation Pt. 1” mostra o
quanto agora ele se vê descolado ao tentar interagir com seu passado e com as mesmas pessoas de
antes.
A partir daí os seus versos e ideias
estão mais maduros. Fato que realmente se consolida nas batidas suaves de “2009”
e “So It Goes", últimas faixas. Nelas, ele olha para traz, para o começo
de sua carreira ou infância, e percebe que lida melhor com os problemas agora. Assim, o rapper não se
desespera e parece saber administrar os sentimentos.
Swimming desacelera o ritmo do
hip-hop para mostrar um grande amadurecimento por parte do cantor. Passa mensagens
de superação para o ouvinte e até mesmo mostra como é boa a calmaria após o
tempo de tempestades. Do começo ao fim, trata-se de um trabalho sóbrio incrivelmente maduro e inspirador, em uma vibe bem parecida com a de Macklemore. No final das contas, Mac Miller expõe toda a sua vida, sentimentos e pensamentos, não nos dando outra opção a não ser mergulhar em suas ideias e nadar junto a ele.
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