Sem novidades desde o The PinkPrint, finalmente quebramos o jejum de álbuns novos de Nicki Minaj com o novo Queen, que traz colaborações de peso, como Ariana Grande, The Weeknd, Eminem, entre outros. Em 19 faixas, Nicki deixa claro o motivo de continuar sendo a rainha do rap, não importa quem faça mais sucesso.
Começamos em “Ganja Burns”, uma ótima abertura à lá ode à maconha e com ritmo contagiante e diferente. A canção tem toques agressivos mas também melancólicos, sendo bastante inovadora no repertório da rapper. A seguir, temos “Majesty”, colaboração com Eminem e Labrinth. Aqui, a agressividade é mais discreta, flertando mais com a ostentação. A parte de Labrinth é brilhante, dando um respiro de alívio no meio dos versos nervosos de Nicki. Já Eminem é um adendo delicado, que funciona no “ame ou odeie”. Independente disso, ele trouxe um verso criativo e inesperado, por isso, acaba funcionando na canção. Como um todo, a canção soa como uma forte candidata a single e concorre ao pódio de melhores do álbum.
Chegamos então na que tem causado mais barulho por aí: “Barbie Dreams”. A canção é, de fato, icônica e memorável: construída em cima de um sample de “Just Playin’ (Dreams)”, do inesquecível Notorious B.I.G. A original fala sobre as mulheres do R&B feminino que ele sonhava, e aqui ela fala dos homens que se relacionou. E ficou genial. Criando duas faixas dentro de apenas uma, a mudança é inesperada e não destoa do todo. As letras são despojadas, divertidas e tudo que se espera de uma Nicki Minaj inspirada.
“Rich Sex” e “Half White” soam interessantes, mas não se destacam tanto no conjunto. Pulamos para “Bed”, a colaboração perfeita com Ariana Grande. Se já não foi dito aqui antes, é dito novamente: é Nicki em uma das suas melhores canções pop, revivendo versos cativantes e refrões chiclete como fazia lá em 2012, só que agora de uma forma madura. É ótimo vê-la e ouví-la assim. Em seguida, “I Thought I Knew You” chega, em sua parceria com The Weeknd. A canção é boa, mas não chega a ter um momento de grande destaque que deixe-a marcante, soando às vezes até como alguma descartada do cantor.
“Run & Hide” deixa o clima mais sombrio ainda, mas peca pelo final precoce. Independente disso, mostra um lado mais intimista e menos ofensivo da cantora e é um ótimo direcionamento. Isso fica claro com as duas seguintes: “Chun Swae” e “Chun-Li”. A primeira é uma ótima parceria, apesar de ser longa demais e quase quebrar o ritmo do álbum. Mas isso é recuperado com a segunda, afinal, “Chun-Li” é uma das melhores faixas de Nicki. É um single que ainda não envelheceu e prova, junto à Bed, que esta é uma das melhores eras dela.
“LLC” traz um flow interessante numa batida nervosa com nuances trap, e acaba sendo um grande destaque no trabalho. “Good Form” é uma música extremamente icônica pra quem fala português, e é impossível ouvir a música sem pensar no trocadilho. Acabou ficando engraçada. Mas no geral, a canção é bem cativante e daria um ótimo single.
“Nip Tuck” serve como um alívio levemente mais pop/rap, e funciona perfeitamente como tal. É agradável e acalma os nervos até agora. Em “Come See About Me”, temos um dos auges do álbum, trazendo emoção e sentimento em uma combinação com bons vocais e ótima produção. Lembra a genialidade que Nicki trouxe lá em “Grand Piano” e provando, mais uma vez, sua capacidade de fazer baladas incríveis.
Em “Sir” temos uma parceria incrível com Future, que casa perfeitamente com o ritmo da música e incorpora mais um momento forte do álbum. E esse momento segue em “Miami”, canção solo que Nicki manda versos fortes numa batida incessante. Por fim, “Coco Chanel” traz uma batida diferente, mas nada de tão inovador. Apesar desse encerramento, é impossível esquecer o reinado incrível que Nicki manteve em um álbum de quase 20 faixas, algo ousado raramente bem visto. Nossa rainha provou mais uma vez sua genialidade artística e musical, a mesma pela qual a idolatramos em The Pinkprint.
O álbum é, portanto, um conjunto de altos e baixos composto muito mais por altos. Mais do que isso, os momentos altos mostram do que Nicki é capaz e o motivo pelo qual sua genialidade a colocou onde ela está atualmente - seja na irreverência de letras como “Barbie Dreams” ou colocando o rap mais rápido da história com o Eminem em “Majesty”. Queen é uma prova concreta de que ela estará sempre no topo.
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