Em "Suncity", Khalid cria narrativa romântica em sua cidade natal

Nessa última sexta-feira (19/10), Khalid marcou retorno com o seu mais novo trabalho, um EP que conta com apenas sete faixas. O cantor, famoso pelo sucesso de “Location” e “American Teen”, retorna de um jeito um pouco diferente. Suncity utiliza mais instrumentos de corda, sintetizadores, batidas lentas para falar de amor.

A primeira faixa é apenas uma introdução falada. Na voz de Mayor Dee Margo, próprio atual prefeito de El Paso (TX), a chave da cidade é concebida ao cantor. Lugar que também ocorreu o nascimento do mesmo e já foi mencionado diversas vezes no último álbum de estreia. Como na música “American Teen". Assim como nela, o código de área de El Paso é mencionada em “9.13”.

Logo depois vem “Vertigo”, faixa que nos permite ter uma ideia sobre o estilo que Suncity irá seguir, que é bem menos comercial e mais reflexivo do que seu debute. Os violinos são utilizados em peso, assim como a influência R&B em sua forma mais pura. São presentes muitos coros e vocais duradouros. Sua atmosfera é de esperança, diferente de sua letra. Ela fala sobre cair na realidade, viver e aprender. Estar entrando na vida adulta, ainda viver com os pais, porém estudar, trabalhar fora. Esses são aspectos da fase em que o artista se encontra e tanto explora em suas músicas.

Apenas caminhando para o final percebemos o clima romântico. Khalid fala sobre o amor, sobre estar de olhos fechados para a realidade enquanto está apaixonado. Com vocais penetrantes, frases inspiradoras que nos fazem pensar como “After the ride, are you living?” são jogadas ao ar.

As palavras “ride” e “city” são utilizadas nas primeiras e na última música. Porém simbolizam coisas diferentes. Em “Suncity”, ele também está dirigindo, mas a cidade agora não tem o significado literal das primeiras músicas. Agora a cidade representa o coração de quem ele está apaixonado. Pela primeira vez com grande influência latina, ritmo sensual e lento, tudo o que o cantor quer é matar a saudade de quem ele ama e que os seus destinos se entrelaçem.



















Outra que apresenta grande distinção dos antigos lançamentos do cantor é “Motion”. Ela tem aspectos de um indie melancólico, vocais mais agudos do que o normal e opera com muito mais dramaticidade. Sua letra se sustenta no amor. Só o que o autor faz é dizer como está perdidamente apaixonado e não ligar para o resto. Fato curioso, já que ela é posterior a um interlúdio que tem um discurso de pura insegurança. Fica claro aqui que o amor é seu refúgio. Ao fim da música, temos uma pequeno Outro de “Better”, canção onde o ele exala o amor, de forma fluída, encantadora e contagiante.

Musicalmente, essa última e “Saturday Nights” são as faixas que mais se parecem com o último álbum. Continuam com a atmosfera tranquila e lenta. Porém, também possuem melodias mais doces e mais comerciais do que as demais. Como um todo, Khalid ousou em uma musicalidade mais harmonia e experimental do que o seu debute, focando em um trabalho incrivelmente bem arramado, com composições belíssima que contam uma narrativa que floresce ao longo do disco.

Quando chegamos na última música, temos certeza de uma coisa: em Suncity tudo é muito poético. Mais uma vez Khalid faz referência à cidade em que nasceu e cria uma narrativa romântica cheia de metáforas. O cenário apresentado no clipe de “Location” agora ganha uma descrição em áudio, além do detalhamento visual com o vídeo lançado juntamente ao EP. É maravilhoso ver a evolução de um amor, em meio às inseguranças do cantor. É um trabalho genuíno, surpreendente e acolhedor.

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