Será que o Little Mix conseguiu superar as expectativas do "LM5"?

Como de costume, as vozes das nossas garotas estão em perfeita harmonia como sempre, mas o conteúdo, nem tanto. Em LM5, novo álbum de estúdio lançado na última sexta-feira (16), as meninas do Little Mix comprovam mais uma vez seu inegável talento, mas muito é deixado na proposta do potencial.

De todos os seus álbuns, Salute e Glory Days ainda são os auges criativos da carreira do quarteto britânico. Enquanto Salute flertava com o R&B, criando uma atmosfera coesa e pessoal, Glory Days representava a glória das canções pop esculpidas ao sucesso. Esses foram os dois grandes tesouros de Little Mix e isso vai demorar para ser superado. Mas, agora com LM5, muita expectativa foi criada, porém talvez não tão bem sustentada como nos discos anteriores.

LM5 já imprime uma falta de conceito em seu título. Por mais que digam que o título é uma “homenagem aos fãs e como eles chamavam o disco”, para o grande público soa muito como “estávamos com preguiça de pensar em algo, então ficou isso mesmo”. Com isso, não temos um direcionamento no álbum, que segue atirando para todos os lados - sem conseguir definir muita coisa. Alguns fãs, também desapontados com o título oficial, sugeriram que o título fosse “Woman’s World”, título de uma das melhores canções do projeto. Veja que, ao imaginar algum conceito apenas por trás desse título, teríamos um norteador temático no álbum.

Mas só porque as canções não se encaixam em sequência, não significa que são ruins. As meninas brilham mais em suas músicas solo, com fortes momentos principalmente em “Monster In Me”, “Love A Girl Right”, “American Boy”, “Told You So”, “Motivate”, “The Cure”, “Forget You Not” e “Woman’s World”. Entre baladinhas, uptempos e até referências à “Livin’ La Vida Loca”, as canções citadas são fortes candidatas à uma boa aceitação nos streams e pedidos de single.


Nas parcerias, o grupo parece se perder. “Woman Like Me”, primeiro single, é a melhor parceria do álbum, mas isso não quer dizer muito. A canção convence após algumas execuções, mas o verso pouco inspirado de Nicki Minaj logo satura a experiência. Já “Strip” e “More Than Words” soam desconexas e impessoais, sendo esquecíveis ainda na primeira tentativa do álbum. “Only You”, com os meninos do Cheat Codes, funciona muito bem como faixa bônus, sem atrapalhar a execução do álbum mas sendo lembrada ao final de tudo.

Por fim, LM5 apresenta a mesma média de bons e ruins momentos de outros álbuns aclamados, inclusive do elogiadíssimo Glory Days. No entanto, a falta de um conceito amplo e bem trabalhado maximizou as falhas que, muitas vezes, nem são de responsabilidade delas. A missão aqui é, portanto, focar no poder feminino das meninas, fortemente impresso em cada canção. Boa experiência!

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