O trio britânico de música eletrônica tem quebrado muitas barreiras do mainstream a cada novo single. Agora, com muito sucesso, Clean Bandit reúne os melhores momentos dos quatro anos passados para o segundo álbum de estúdio, What Is Love?. O resultado é um trabalho ambicioso, inovador e incrivelmente expressivo.
Muita coisa aconteceu após o debute do grupo e o sucesso estrondoso de “Rather Be”. Clean Bandit foi vencedor do Grammy e consolidou-se como um grande nome do dance pop internacionalmente, garantindo sempre seu lugar no topo das paradas. A continuação disso se deu também com o tempo em “Rockabye” e “Solo”, os dois hits massivos do trio que agora florescem no segundo álbum de estúdio.
É no meio de todo esse badalo que surge What Is Love?, um trabalho apaixonante que une a expertise multi-gêneros da banda com as grandes tendências da música eletrônica atual. Tudo isso ainda banhado à criatividade e muita emoção. Afinal, podem falar o que for, mas as produções de Clean Bandit são hoje uma das mais intensas do gênero, tanto pelo lirismo sensível, quanto pelo violoncelo delicado. Esse é um dos motivos pelos quais a banda brilha com originalidade. Isso fica claro nesse novo disco em músicas delicadas como “Symphony (feat. Zara Larsson)”, “Should’ve Known Better (feat. Anne-Marie)”, “We Were Just Kids (feat. Craig David & Kirsten Joy)” e “I Miss You (feat. Julia Michaels)”. É tudo interpretado com muita magia.
Não podemos negar que, como a maioria dos discos do gênero, temos algumas fillers básicas, como é o caso de “Nowhere (feat. Rita Ora & Kyle)”, mas isso é equilibrado pela impressionante desenvoltura da banda ao criar batidas ecléticas e se apropriar de grandes vertentes musicais em alta para aplicar o dance-pop mainstream que a gente tanto ama, nos surpreendendo e entregando sonoridades inusitadas, como no flamenco exótico de “Baby (feat. Marina & Luis Fonsi)”, na batida arábica sensual de “Mama (feat. Ellie Goulding)”, no trap pulsante de “Out at Night (feat. Kyle & Big Boi)” ou no reggae despojado de “Last Goodbye (feat. Tove Styrke & Stefflon Don)”. Clean Bandit faz tudo se encaixar e ganhar uma outra dimensão.
Mas claro que o grupo também não falha em entregar hinos dignos de serem chamados de “pop perfection”. Como é o caso de “Solo (feat. Demi Lovato)”, que já é de longe um dos trabalhos mais memoráveis e criativos do grupo. O pop toma conta também nas brilhantes “Rockabye (feat. Anne-Marie)” e “In Us I Believe (feat. Alma)”, que conta com duas novas vozes da música que tem conquistado cada vez mais pessoas longo dos meses. São vozes potentes, com atitude e personalidade. Por esse motivo, essas canções permanecem sendo grandes destaques do trabalho.
Além de toda sonoridade bem bolada, não podemos deixar de enaltecer a brilhante temática do disco: o amor. Esse sentimento ganha vida no álbum em suas diversas formas, fases e tipos diferentes de ser expressado. Seja no amor materno de “Rockabye (feat. Anne-Marie)”, no amor lúdico de “We Were Just Kids (feat. Craig David & Kirsten Joy)”, no amor casual e sensual de “Mama (feat. Ellie Goulding)” ou até mesmo no amor próprio de “Solo (feat. Demi Lovato)”; o sentimento está presente e é explorado de um jeito intenso e especial, fazendo com que seja fácil de se identificar com pelo menos uma das faixas, independente de suas crenças ou lugar que habita no mundo. Afinal, amor é a linguagem universal.
Sobretudo, What Is Love? é um disco que exala todas as cores do trio britânico sem medo, sendo ele exuberante, sensível e criativo ao mesmo tempo. Ao combinar a dramaticidade do violoncelo com a adrenalina das batidas eletrônicas, Clean Bandit conseguiu dar um toque humano às batidas e representar o amor em suas diversas formas através da música. Maravilhoso!
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