Na última quinta-feira (24/1), a cantora Julia Michaels
lançou o que seria o início do seu primeiro álbum de estúdio. Ele, que será
divido em duas partes, carrega faixas bem pessoais e sua sonoridade prevalece pop.
Inner Monologue Pt. 1 tem um total de 6 faixas que cavam fundo os sentimentos da cantora. A atmosfera é, em sua maioria, melancólica, mas cada uma das músicas tem características próprias para isso. “Anxiety”, primeira delas e parceria com Selena Gomez, nos mostra um universo um pouco diferente das restantes. Tem o som um pouco acústico, com violão marcado, mas tranquilo e sem muitas misturas. O tom de voz desanimado de Julia Michaels é o principal mecanismo para dar o aspecto mais obscuro. Assim, ela expressa a realidade de quem convive com problemas psicológicos tais como depressão e ansiedade. O som mais ameno serve para indicar que, apesar de tudo, ela está bem com isso. Aborda os sintomas, a sensação de se sentir incompreendida e todo o julgamento vindo da sociedade.
Depois, “Into You”
incorpora o pop com a mistura de sons eletrônicos., mas ainda com o piano bem marcado. A partir daqui as
faixas passam a falar sobre seus relacionamentos passados. Essa faixa em específico é sobre
alguém que, mesmo depois do término, ela ainda se sente atraída.
De novo com algumas mudanças, em clima de revolta, “Happy” assume sons mais agitados, batidas
pesadas e até uma ligeira influência do rock para demonstrar o seu fracasso em
relacionamentos. Se no começo do trabalho Julia começou com o desamparo da ansiedade, agora ela traz uma amargura intensa e sincera dos seus sentimentos: “I start up all this shit to watch 'em fall apart. I pay my
bills with it” talvez se refira ao fato da artista fazer músicas sobre essas
pessoas com quem ela não deu certo e pagar as contas com elas.
Agora, apenas com sons pop eletrônicos “Deep” passa a falar sobre a empolgação
de um novo relacionamento, assim como a insegurança e o medo. Porém, ela inclui a vontade
de continuar e querer se sentir apaixonada de novo. Nessas partes de “redenção”
ao amor os seus vocais são até mais suaves e animados. Sendo o mecanismo que
quebra o clima melancólico nela. Sua performance traz o próprio sentimento em si e é isso que torna as faixas tão singulares.
“Apple” e “What a Time” se manifestam mais como devaneios. Os versos são lembranças boas de algo que não foi para frente. A primeira é mais para o lado sensual: tem a letra mais picante e melodia mais suave e romântica. É uma grande mistura dos instrumentos de corda do começo, com as batidas futurísticas do final do EP. Já na parceria com Niall Horan o clima também é romântico, mas com um toque profundo e acolhedor. O seu refrão “What a time” é mudado para “what a lie for you and I” só nas ultimas linhas. Indicando que o relacionamento não acabou bem.
O final de Inner
Monologue Pt. 1 é trágico, assim como o seu início. Os eventos narrados
posteriormente parecem ter um, mesmo que pequeno, reflexo da ansiedade expressada
na abertura, como, por exemplo, os sentimentos de insegurança e autodestruição já
citados em “Into You” e “Happy”. Julia Michaels parece ter
investido em seus pensamentos mais obscuros e no ritmo pop alternativo para a
criação de seu primeiro trabalho. A comunidade de fãs ainda acredita que as
produções foram uma reação ao seu término com o cantor Lauv. A segunda parte do
álbum ainda não tem informações de estreia, mas é uma certeza que mal podemos
esperar, ainda mais depois dessa primeira parte surpreendente.
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