Billie Eilish cria narrativa thriller com o seu pop moderno em novo álbum "WHEN WE ALL FALL ASLEEP, WHERE DO WE GO?"

Billie Eilish aproveitou essa sexta-feira (29/03) para lançar o seu primeiro álbum de estúdio. A cantora, que já vinha conquistando grande espaço na internet com o seu primeiro EP dont smile at me, usa toda sua excentricidade e muitos sintetizadores para consolidar WHEN WE ALL FALL ASLEEP, WHERE DO WE GO?.

Os instrumentos base são o baixo, o piano e o violão. O clima às vezes é descontraído, às vezes mais pesado e obscuro. Mas, independente do momento, Billie Eilish cativa a atenção ao colocar o inusitado e o estranho lado a lado.

O fato mais curioso é que todas as letras narram experiências ruins. A introdução fica a cargo de “Bad Guy”, após “!!!!!!!”, um trecho de falas da cantora, como se fosse um making off em que ela demonstra o quanto está feliz em tirar o seu aparelho ortodôntico. Com “I have taken out my Invisalign and this is the album”, pensamos que a temática será muito tranquila. Porém, não é o que acontece. Logo depois, percebemos que a ideia gira em torno de relacionamentos problemáticos e até problemas psicológicos.


Sobre o ritmo, podemos dividir o álbum em 4 tipos. Primeiro, existem as acústicas, que revezam entre a marcação em piano ou violão. É o caso de “Xanny”, “Wish You Were Gay” e “8”.  Mesmo que alguma pareça mais animada, elas falam, respectivamente, sobre relacionamentos tóxicos e a dor de ser rejeitada. Ela explora tais sentimentos com muita frieza. É como se as próprias feridas estivessem ganhando vozes em meio à escuridão. Tudo se torna muito sensível.

Então, chegamos às mais dançantes, como é o caso de “Bad Guy”, “All The Girls Go To Hell” e “My Strange Addiction”. Este é o momento em que Billie Eilish solta o verbo e dá asas aos seus versos e opiniões polêmicas que já marcam sua personalidade. Nessa segunda citada, por exemplo, ela carrega até uma crítica sobre como a sociedade tem cuidado do planeta Terra. A cantora ainda utiliza referências ao cristianismo e ao incêndio da Califórnia que aconteceu no ano passado como ilustrações. Vemos aqui uma cantora jovem autêntica e muito politizada.

Também vemos as de sons eletrônicos e mais sinistras, mesmo que a maioria também tenha essa característica, se destacam “You Should See Me in a Crowd”, “Bury a Friend”Ilomilo”. Só a partir da segunda tudo faz jus ao nome e nos damos conta do real significado do álbum. Ainda mais depois de assistir aos clipes. Todos parecem verdadeiras histórias de terror, com aranhas saindo da boca, mãos sufocando a artista por todos os lados e até agulhas. Como revelado ao portal NME, cada canção conta uma história vivida em um momento de paralisia do sono. Um tipo de distúrbio em que a pessoa se desliga fisicamente, mas não mentalmente. Muitas vezes ocorrem alucinações, mas ela se vê impossibilitada de se mover.


Todas as faixas aproveitam do tema e utilizam sintetizadores para criar o clima aterrorizante. O estilo do álbum pode ser definido como um pop thriller moderno. Muitas faixas são incrivelmente pessoais, visto que a própria cantora sofre de alguns dos distúrbios que descreve. E em comparação aos seus antigos lançamentos, ela segue fazendo o mesmo, mas desta vez, tudo é menos otimista e mais assustador.


Por fim, temos algumas faixas bem lentas e melancólicas como “When The Party is Over”, “Listen Before I Go”, “I Love You” e “Goodbye”. A ultimas três são realmente feitas para se completarem e formarem uma frase, como confirmado por Billie em entrevista ao Pop Buzz. Elas são bem dramáticas, suaves, com pouca mistura de instrumentos, mas de atmosfera muito pesada. Seus versos falam de suicídio e depressão. Depois, a faixa 13 é uma break up song e a última reúne versos de todas as outras músicas de WHEN WE ALL FALL ASLEEP, WHERE DO WE GO?. Com isso, resume toda a ideia com mais sintetizadores e fecha o trabalho com chave de ouro. Billie Eilish, sem sombras de dúvidas, constrói seu legado de forma estranha, mas muito autêntica. Não há ninguém como Billie hoje na indústria e este é o começo de uma era de muito sucesso!

Um comentário:

  1. Olha, ouvindo esse álbum e entendendo o contexto em que se trata, acredito que ela soou para os jovens de hoje como a Lorde soou em 2013. Acho que abriu portas no meio alternativo, mas não credio que isso durará tanto tempo. É bem 8 ou 80, talvez dê mt certo ou mt errado.
    https://sagadasmusicas.wordpress.com/

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