Inovadores e intensos, Foals traz um novo álbum cheio de ideias incríveis e com uma ótima mensagem. Everything Not Saved Will Be Lost é o quinto trabalho da banda que logo, logo estará no Lollapalooza 2019!
Foals começou desde 2005 lá na Inglaterra. Os caras decidiram apostar em um indie rock e conseguiram muito bem o que queriam. Foram ficando cada vez mais populares e juntam uns bons anos pela experiência no cenário musical. Eu diria que não é tão simples encontrar uma banda que consegue exemplificar tão bem o que gostariam de passar ao público.
Neste ano eles são um dos artistas a se apresentar no Lollapalooza e, desde 2015 não tínhamos um álbum novo para colocar na setlist. Bem, finalmente recebemos o mimo e eles acabaram de lançar um fresquinho. Mas não só isso de novidade, esse quinto álbum é apenas o começo, porque é a primeira parte! Logo mais, ainda esse ano (possivelmente em setembro), teremos o Everything Not Saved Will Be Lost, Part 2.
Desde já não deixo de dizer que a mensagem que eles pretendiam passar pelo álbum foi muito bem elaborada - e também recebida por nós que a ouvimos. Segundo as explicações do próprio Yannis (o vocalista), o álbum se trata de algo incomum - como ele mesmo gosta. Inclusive, ele afirmou que apesar de gostar de álbuns que não são tão bem-vindos assim, ele gosta de tratar das proporções e respeito para com quem ouve e, bem, isso parece transparente quando ele também diz que queria que o trabalho fosse algo mais inspirador e direto com os ouvintes.
Esse é o álbum dos Foals que mais fala diretamente com as pessoas, porque nós estamos no mesmo barco. Num nível musical, nós queríamos que tudo fosse inspirador e urgente. Nós queríamos que fosse algo gratificante, num nível físico e, então, que isso pudesse ser contra-argumentado com letras mais ambivalentes e melancólicas.
As faixas dessa vez têm um diferencial do álbum anterior, fugindo um pouco daquele clássico indie rock para algo mais alternativo, ou experimental talvez. É por isso que eles se mostram inovadores com esse novo trabalho. Em "Moonlight" nós já notamos a diferença. É uma música perfeita para introduzir o álbum tendo em vista que ela já se mostra muito diferente de todas do What Went Down. Uma atitude ousada, mas que valeu a pena o risco de mostrar o diferencial mais diretamente, como queriam.
"Exits" é um dos singles do álbum. Uma canção mais slow, mas que ao mesmo tempo não enfraquece a composição do álbum. E contraditoriamente é seguida por "White Onions" que é uma canção de pura energia que marca o álbum muito bem e ainda resgata o indie rock que só eles fazem. Uma das minhas favoritas.
"In Degrees" acrescenta a energia que a anterior passa. É uma faixa dançante e até paradoxal com o álbum, com elementos diferentes e alternativos - um flerte do rock alternativo com o dance music que deu certíssimo. Já "Syrups" é a que contrasta com essa, como se nos transpassasse no tempo e trocasse as gerações, de uma mais ao auge da juventude para uma mais madura e underground.
A banda contou que "On The Luna" resgatou o riff de uma outra canção descartada, mas ganhou uma peculiaridade a mais e que também tem mensagens críticas à política - como ao governo Trump, por exemplo. A música é seguida por "Cafe D'Athens" que contrasta totalmente com todos os sons anteriores. Numa viagem deles a Paris eles tiraram inspirações de pessoas que tocavam vibrafones, xilofones e marimba. Por aí surgiu a composição de uma música um tanto quanto peculiar e meio Glass Animals da vida.
"Surf, Pt. 1" é um interlúdio bem chill que leva para uma outra atmosfera do álbum, que entra com "Sunday", a qual carrega muito bem aquele mood do dia de domingo que nos arrasta a relaxar e manter aquele estado. Talvez essa seja a música que mais passa tudo o que eles queriam com o álbum. A letra rodeia o lado mais melancólico e ambivalente, resgata peculiaridades de cada álbum e traz o novo. Mais uma das favoritas.
Para encerrar, o álbum traz "I'm Done With The World (& It's Done With Me)", a mais melancólica de todo o álbum com o predominante som do piano. É bem como os créditos finais e ainda carrega toda a atmosfera inspiradora e gratificante que eles pretendiam. A escolha perfeita para encerrar a primeira parte do álbum.
Everything Not Saved Will Be Lost, Part 1 soube bem carregar a mensagem e os trouxe um novo olhar, algo diferente e bem elaborado. E, durante a espera da próxima parte, poderemos vivenciar a nova experiência deles no Lollapalooza em São Paulo no dia 05 do próximo mês. Quem sabe eles também não voltem no próximo ano para juntar as duas partes aqui...
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