BTS cultiva a ideia de autoconhecimento em "Map Of The Soul: Persona"

Na última semana, tivemos uma grande agitação no mundo do pop coreano. O grupo BTS lançou o seu mais novo trabalho intitulado Map Of The Soul: Persona. O EP conta com 7 músicas e traz o que um k-pop eletrizante, diverso e realmente impactante. 


A sua “Intro: Persona”, já nos introduz ao que vem por aí e abre a tracklist com chave de ouro. Destaque aos sintetizadores, a influência do pop e do hip-hop, os riffs de de guitarra bem marcados e o aspecto futurista e animado que acompanham os versos rápidos e épicos do rapper RM, onde temos um eu lírico tentando encontrar sua "persona", ou melhor, sua identidade.

Depois, em “Boy With Luv”, a famosa parceria com a cantora Halsey, já vemos uma pequena evolução, em que ele parece se encontrar parcialmente, admitindo que está à procura de um amor sério e exalta o poder que ele pode ter. Não há tempo para curtição ou brincadeiras. A melodia passa a ser muito mais pop alternativa e feita de sons eletrônicos, talvez por conta da participação da cantora, mesmo que pequena. O videoclipe que estreou no mesmo dia ainda tem referências fotográficas a Singing In The Rain para ilustrar o clima apaixonado.


Essa é a temática principal, o ato de se encontrar. Por isso, temos canções como “Mikrokosmos”que seria, neste caso, o universo visto pelo ponto de vista de um indivíduo. Aqui, o pop continua em evidência e há um pequeno enfraquecimento do hip-hop. A atmosfera ainda se torna mais doce, lenta e romântica para idealizar a pessoa amada em seus versos. O narrador aparenta ter encontrado o amor que procurava e os vê como lindas luzes. “Make It Right” faz parte do conjunto e também é romântica, até por ser escrita pelo astro pop Ed Sheeran. Desta vez, permeia a vontade de se sair melhor e sempre melhorar as relações afetivas.

O clima é sempre leve e esperançoso. Uma vez que não trata de temas pesados ou problemáticos, indo de encontro com melodias e versos muito iluminados. Porém, quando chegamos em “Home”, a grande influência do hip-hop retorna e o clima se torna menos feliz. Para acompanhar, a sua letra expressa as inseguranças e a palavra home se endereça aos seus fãs. Sendo eles em quem os integrantes encontram forças.

O clima continua mais obscuro na faixa seguinte e o grupo ressurge com definições já feitas por estudos da área de humanas, como a filosofia ou a sociologia. Agora, invés de microcosmo, “Jamais Vu” trabalha em cima dos fenômenos psicológicos e o conceito contrário a déjà vu, como o próprio nome diz. Mas o que significaria isso tudo? É o fato da pessoa não se se sentir familiarizada com coisas que antes era. Esse é o momento mais intimista do disco, 

O EP termina quase do modo que começou. “Dionysus” é uma música que volta ao estilo das primeiras, é dançante e carregada em pop e hip-hop. Conclui a obra com a atmosfera de curtição, fala sobre aproveitar o momento e faz uma crítica até as próprias críticas que recebem da mídia. Map Of The Soul: Persona, ao mesmo tempo que promove o conceito do autoconhecimento, no final, prova ser um álbum muito pessoal sobre os integrantes do BTS. Tem um pouco de todos os estilos e diversas temáticas. Mas no geral, a maioria reflete as relações humanas de forma leve e poética.

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