O DJ brasileiro Illusionize lançou em fevereiro seu mais recente álbum X. E claro que não podíamos deixar de bater um papo com ele sobre a produção deste novo trabalho e sua participação no Lollapalooza 2019.
Famoso pelo uso de seu grande chapéu
de palha e o seu hit “Bass”, parceria com Chemical Surf e Sharam Jey, começou sua
carreira sozinho em Lan Houses de Goiânia com apenas 15 anos modificando sons
em programas simples de edição e assim segue até hoje. Alguns anos depois, já pôde
participar de diversos festivais como o Ultra, o Rage Festival e até o
Lollapalooza.
Pedro Mendes, como o seu nome verdadeiro
diz, nos contou que o X é a reunião de toda a sua essência, como um amadurecimento de algo que já fazia antes. Este novo trabalho conta com 10
faixas, muitos sons graves, sintetizadores e uma atmosfera muito dançante. São típicas de
festas e festivais de música eletrônica. Confira a visão do artista em relação
ao trabalho:
KT: Bom, logo de cara, já quero
falar sobre X, seu novo álbum que está saiu agora em fevereiro. Como você definiria ele?
Illusionize: O álbum como um todo tem um significado muito grande. Ele é
como uma ação de 10 anos de carreira. Eu reuni toda a história por traz da vida
musical que eu tive.
KT: Considerando que você sempre
traz elementos novos às suas produções, o que esse álbum tem de diferente de
seus lançamentos na sua visão?
Illusionize: Na verdade, tudo. Eu tento
mesclar muita coisa nova e ao mesmo tempo, muita coisa que eu já vinha
trabalhando. Peguei tudo o que eu já trabalhava e aprimorei para essa nova fase
da minha vida de produção. O que temos nesse álbum é apenas uma parte do que eu
já fiz no quesito de som para a pista. Esse álbum inteiro, se você for ver, ele
é um álbum pista. Então, por já ter essa característica no meu som desde o
passado, acaba que os meus novos trabalhos têm muito disso ainda hoje.
KT: Tem algo sobre o processo
criativo que as pessoas nem imaginam e você gostaria de compartilhar?
Illusionize: Bom, sobre o processo criativo. Entro
no estúdio e quando eu percebo ela já está pronta. Mas, eu tento fazer o máximo
possível de mudanças. Quando eu pego algum sample, tento mudar, desconfigurar
ele completamente ou sempre tento gravar o orgânico. Porque se torna algo que
ninguém vai fazer igual, só você. Não é uma coisa que você pega montado. Também
gosto muito de timbrar as coisas do zero. Trabalho bastante com a construção de
timbres com elas e etc. O bom é que os programas que eu uso são todos básicos.
Se qualquer pessoa pegar e manusear um pouco, já aprende. Então, com o simples
se faz pouco.
KT: Imagino que deve estar
grande a ansiedade para tocar as novas músicas nos seus shows. E você já rodou
o mundo tocando em grandes festivais. Já fez grandes apresentações na Europa,
África do Sul. Participou de festivais como XXXperience, Ultra, Lollapalooza, Rage
Festival. Como essas experiências multiculturais agregam para a sua música?
Illusionize: Em todos os sentidos, não só na
música. Agregam também na pessoa mesmo, e isso tem consequência na música de um
jeito ou de outro. Desde que eu comecei a tocar, todas as experiências que eu
vivi, seja sendo prestigiado, seja passando alguma dificuldade ou alguma coisa
do tipo acarretaram muito no meu som e no que eu sou hoje. Acho muito bom viver todas
essas experiências.
KT: E passando por tantos lugares
e plateias diferentes. Qual momento que te marcou na sua carreira que poucos
sabem?
Illusionize: Tocando, acho que foi um dia em
Curitiba. Esse dia marcou muito, tanto na minha carreira, tanto no meu pessoal.
Foi uma época em que eu estava começando a usar o chapéu. Foi quando começou a
dar o primeiro boom na minha
carreira. Foi quando eu toquei em Curitiba no canal eletrônico, tinha mais de
20 mil pessoas na rua e foi algo surreal. Uma vibe que não consigo nem descrever. Também
foi quando eu comecei a dar o chapéu para as pessoas. Foi bem marcante.
KT: Você vai tocar agora pela segunda vez no Lollapalooza. Em 2017, como foi a sua experiência?
Illusionize: A experiência de tocar no Lollapalooza
2017 foi surreal. Eu ouvia falar do festival desde sempre. É um festival muito
falado por todos. É alternativo, do jeito que eu gosto. Foi uma experiência
incrível.
KT: Chegou a trocar uma ideia com alguém
do line-up em 2017? Ou chegou a ver o show de alguém? Como foi?
Illusionize: Naquela época fiquei vendo mais
os shows. Fui ver Duran Duran, entre outros. Quase não conversei com os
artistas. Basicamente só os brasileiros. Quem sabe nessa próxima edição?
KT: Sobre esse ano, quem você está
mais ansioso para ver o show ou trocar uma ideia no backstage?
Illusionize: Estou muito animado. Quero muito
ver o show do Kendrick Lamar, que eu curto bastante.
KT: E por fim, agora em 2019, o
que podemos esperar do seu set no festival?
Illusionize: Muito grave! Acho que é a melhor
resposta.
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