O Lollapalooza 2019 está cada vez
mais perto de acontecer. Essa edição do festival irá trazer
diferentes gêneros musicais, grandes artistas e grandes revelações para o Autódromo de Interlagos no próximo final de semana (5, 6 e 7/4). Entre os brasileiros
que contribuem para a manifestação do rap brasileiro no evento está Rashid. Conversamos com o rapper sobre as expectativas para o festival.
O rapper bateu um papo com a
gente e falou sobre a sua forma de produzir as músicas, suas expectativas em
relação a sua apresentação e também a dos outros músicos que tocam no mesmo
dia. Além de revelar curiosidades sobre a setlist
do show.
Confira a entrevista na íntegra:
KT: Para começarmos, como está a ansiedade e a expectativa para o Lollapalooza?
Rashid: Estamos tentando ficar bem (risos)! É uma final de
campeonato praticamente. Mas eu acho que a ideia é manter a expectativa baixa,
para que a gente também possa se divertir, viver o momento, senão a música vai ficar sem
alma ali no palco. Então estamos vivendo basicamente esse equilíbrio.
Na verdade, tentando achar esse equilíbrio, porque eu acabo dando esse discurso para o pessoal da minha banda, mas ao mesmo tempo o show tem que ser “redondíssimo”. Então ficamos nessa dualidade. Porém, estamos felizes pra caramba, bem animados de estar nesse lineup, representando o rap brasileiro. Bem felizes mesmo.
Na verdade, tentando achar esse equilíbrio, porque eu acabo dando esse discurso para o pessoal da minha banda, mas ao mesmo tempo o show tem que ser “redondíssimo”. Então ficamos nessa dualidade. Porém, estamos felizes pra caramba, bem animados de estar nesse lineup, representando o rap brasileiro. Bem felizes mesmo.
KT: Sabemos que esse é um festival de grande de nível
mundial. E soubemos que você foi como público antes. Então, como você
descreveria a experiência e a proposta do festival?
Rashid: Ano passado eu vi vários shows, mas fui convidado a
participar do show da banda Plutão Já Foi Planeta, o que já foi uma experiência
incrível. Foi bem legal ter entrado no show dele, saber que o público também me
conhecia e estava pirando com a minha participação. Estar em um festival
daquele tamanho, poder ver um pouco da estrutura e depois ainda poder assistir aos
shows junto ao público também. Passar dessa perspectiva de público para a do
artista que vai estar tocando é bem louco, realmente. Porque eu sei exatamente
como é a visão que o público vai ter de nós.
Eles querem ver um grande show, não só no sentido de primor técnico, mas da performance. Precisa ter alma, vida na música. A performance é também técnica, mas acho que no primeiro plano o púbico está ali para sentir mesmo, a música, a vibe. Conhecer as vezes artistas que já ouviram falar, mas não conhecem tão afundo, o público também está lá para isso sabe? Ter esse contato com o show é muito especial. Porque o show não tem “photoshop”, você está ali, frente a frente com um monte de gente e é onde a sua arte alcança o pico. “Ou a parada faz o chão tremer ou é você que treme”. Mas acho que é um baita de um momento legal para se conhecer o artista.
Eles querem ver um grande show, não só no sentido de primor técnico, mas da performance. Precisa ter alma, vida na música. A performance é também técnica, mas acho que no primeiro plano o púbico está ali para sentir mesmo, a música, a vibe. Conhecer as vezes artistas que já ouviram falar, mas não conhecem tão afundo, o público também está lá para isso sabe? Ter esse contato com o show é muito especial. Porque o show não tem “photoshop”, você está ali, frente a frente com um monte de gente e é onde a sua arte alcança o pico. “Ou a parada faz o chão tremer ou é você que treme”. Mas acho que é um baita de um momento legal para se conhecer o artista.
KT: Você estará tocando no palco Budweiser no sábado (6/4). O que
podemos esperar do seu set?
Rashid: Estamos rodando com o show do último disco, Crise. Então, trouxemos basicamente uma
versão desse show. Tivemos que diminuir, obviamente, e também trouxemos músicas
de outras épocas do Rashid. Porque vai ter muita gente que, primeiro, não
conhece, mas também gente que conhece só um período, ou o mais antigo, ou o
mais novo. Por isso, tentei passear ao redor das coisas que já lançamos. O que
manda nesse show é o Crise, mas terá
bastante coisa do começo, como “Que Assim Seja” e “Coisas Dessa Vida”, músicas
que marcaram o período de 2012/2013 para quem me acompanha.
KT: Tem alguma surpresa que podemos esperar nesse show?
Rashid: Tem surpresas! Estou levando alguém para participar e dar
uma “temperada” nele, acho que vai ser bem legal.
KT: Em relação ao setlist, tem alguma música você está mais ansioso
para tocar?
Rashid: Talvez a que tenha a surpresa. Acho que vai ser uma
experiência bem louca.
KT: Falando do álbum Crise, ele é
cheio de músicas de guerra que resumem bem sua trajetória. É um trabalho bem
humano. Como você definiria essa sua essência musical e como ela ganha forças
no palco?
Rashid: Acho muito simples. Não só a música do Rashid, mas o rap em
geral, as coisas que eu ouço, são muito baseadas no momento, no que o artista
está vivendo. Isso reflete no que ele está pensando, e o que ele está pensando reflete
em sua arte. No meu caso, é o mesmo ciclo. Então, o Crise tem muito a ver com o que eu estava vivendo naquele momento.
Eu gosto de deixar isso refletir de forma muito crua na arte, na minha música. É o cotidiano,
a vida, o amor e ódio, felicidade e tristeza guerreando todos os dias.
Acredito que muitas coisas não são premeditadas, algo como “precisamos fazer isso, porque é o que o pessoal vai gostar”. A minha receita muitas vezes é o contrário, está mais para “eu gosto de fazer isso”.Acho que a maioria das pessoas que admiro na música são assim, desde Mano Brown a Caetano Veloso. Você sente essa “crueza” nas produções.
Acredito que muitas coisas não são premeditadas, algo como “precisamos fazer isso, porque é o que o pessoal vai gostar”. A minha receita muitas vezes é o contrário, está mais para “eu gosto de fazer isso”.Acho que a maioria das pessoas que admiro na música são assim, desde Mano Brown a Caetano Veloso. Você sente essa “crueza” nas produções.
KT: Você falou muito de como está se preparando como artista, agora
como rapper, o que significa para você estar tocando em um festival que terá a
presença de Kendrick Lamar, BK e Gabriel O Pensador?
Rashid: Eu vou colocar isso na primeira linha do meu currículo (risos)!
É muito especial. Sobre o Gabriel O Pensador eu já tive a oportunidade,
inclusive, de participar de um show dele no interior de São Paulo. Ele é um
grande professor. Um cara que demorou para ser reconhecido devidamente como MC,
como um baita letrista do rap brasileiro, mas tem todo um mérito por isso.
Influenciou gerações do rap cariosa, talvez São Paulo tenha demorado mais para
reconhecer, mas eu não tenho dúvidas que ele é um dos grandes professores do
rap brasileiro.
Além do Kendrick Lamar, que é praticamente da nossa idade e está meio que revolucionando a música em geral. Um artista muito criativo e que também tem esse lance, da vida dele refletir de forma muito crua em sua arte. Não é algo muito premeditadamente pop. Você sente que é algo feito para ser sobre o que ele estava sentindo no momento. Acho que isso o tem levado a lugares incríveis. O cara tem um Pulitzer e ao mesmo tempo recebeu um título das mãos de Snoop Dogg, dizendo que ele é o cara da Costa Oeste. Uma credibilidade incrível tanto na rua, quanto na academia.
Além do Kendrick Lamar, que é praticamente da nossa idade e está meio que revolucionando a música em geral. Um artista muito criativo e que também tem esse lance, da vida dele refletir de forma muito crua em sua arte. Não é algo muito premeditadamente pop. Você sente que é algo feito para ser sobre o que ele estava sentindo no momento. Acho que isso o tem levado a lugares incríveis. O cara tem um Pulitzer e ao mesmo tempo recebeu um título das mãos de Snoop Dogg, dizendo que ele é o cara da Costa Oeste. Uma credibilidade incrível tanto na rua, quanto na academia.
KT: Falando novamente de outros grandes nomes do line-up do festival, quais outros artistas você quer ver?
Rashid: Tem muita gente. Como a própria Jorja Smith, que vai tocar
no sábado. Infelizmente, ela e o Lenny Kravitz irão se apresentar no mesmo
horário, então vou ter que cometer algum sacrifício (risos). Gostaria muito de
ver o show da Liniker também, mas o show dela vai ser bem antes do meu. Porém,
eu indico. Porque eu já a vi ao vivo, ela tem um poder naquela
voz incrível. Nós já tocamos juntos e acho que o show vai ser bem especial,
ainda mais que era para rolar ano passado, mas deu uma série de problemas. Por
isso, acho que esse ano vai estar aquele “sangue nos olhos” e vai ser emoção
pura, vale muita a pena conferir!
KT: Para finalizar, quem você
gostaria de ver no line-up da próxima
edição?
Rashid: Nossa, tem tanta gente. Tantos artistas que a gente pira e
está sempre pensando se ele vai vir um dia para o Brasil. Eu gostaria muito de
ver o J. Cole, que é um dos grandes expoentes do rap americano agora. Ele não é
tão popular no Brasil ainda, mas já é muito grande lá fora. O power trio da linha de frente é o Drake,
o Kendrick Lamar e o J. Cole. Esses três nomes. Também seria muito bom ver Tyler The
Creator, que era para vir e também não veio. Enfim, tem bastante gente que eu
acho que é muito criativa, iria fazer um baita show e se encaixa muito na
proposta do festival. O Goldlink também seria um baita cara. Ele é desses que é
capaz de aparecer.
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