Não sei se todos perceberam, mas
as cores principais utilizadas para a capa do novo álbum, o preto e o vermelho são
também características de Deadroses.
Isso mesmo, o cantor de certa forma voltou a sonoridade do início de sua
carreira. Mas claro, com algumas inovações. Começando com as próprias cores que, desta vez, aparecem mais fortes e pesadas. Agora, tudo se torna mais forte e agressivo.
O disco é aberto com uma música internacional. “PINK ROLEX” traz vozes de partes do mundo opostas. Em japonês e português a moça do google tradutor canta “once again, it’s my heart”. Parece que a sua experiência em turnê acabou influenciando em suas produções. A faixa também nos introduz a ideia do break up. Não importa onde ele esteja, ele irá lembrar de sua ex-namorada e sentir a dor do término.
A sonoridade primeiro intercala entre
dois estilos. Temos as
mais parecidas com os seus últimos trabalhos, Cybersex e Digital Druglord.
São animadas, tem os sons mais agudos e o estilo pop trap. Além daquelas que
misturam o R&B e a atmosfera melancólica do Deadroses, junto à novidade dos sons eletrônicos mais graves,
abafados e sensuais.
Ao decorrer das canções, podemos
ter certeza de que a temática do disco irá girar em torno de um break up. Fala sobre um relacionamento
problemático com vários empecilhos e até traição, como é o caso narrado no
single “SWEAR TO GOD”. Cada capítulo
do ANONYMOUS conta como essa relação foi se
dilacerando e chegando ao fim. Todas as suas faces, problemas e, de vez em
quando, até as boas lembranças. "HIGH1X" é uma faixa curiosa. Não sabemos se com "Only get this high one time" a melodia é animada porque ele se refere a estar bem de vida ou chapado. É a dualidade entre o luto e a liberdade pós-término.
“BURNT AF” é o grande divisor de águas. Quando o segundo modelo de sons prevalece e ele se torna a cara do álbum. A partir daqui, não temos mais otimismo, confusão ou distrações da realidade. O personagem sente toda a saudade, solidão e o arrependimento depois do fim. O single "1 SIDED LOVE" consegue resumir muito bem a ideia, mesmo que não tenha sido uma escolha de lead muito sábia, por conta de seu ritmo. Ele acaba sendo lento e cansativo, nada parecido com o restante das músicas.
No meio do caminho o artista também
faz algumas críticas sociais. Os versos de "PINK ROLEX" falam sobre o problema
do consumismo e das redes sociais nos dias de hoje: “And it's easy to feel
shitty when these people are so pretty/On the socials, they're so perfect”. Depois, “ITS
ALL GONNA BURN” critica o modo com que as pessoas se preocupam e acabam até
brigando por coisas pequenas, ao alegar que “It's all gonna burn someday”.
O clima até se anima um pouco após
“DEAD BALLONS”, mesmo que a narração
continue trágica. Até chegarmos ao encerramento. “NYLA” é bem diferente do restante das canções, assim como “SWEAR TO GOD”. Ambas são mais limpas,
como acústicos. Os instrumentos são orgânicos e dão espaço para emoção. A
primeira é mais triste e carregada em piano, enquanto a segunda mais animada,
otimista e tomada por violinos.
Porém, voltando a forma com que
tudo é encerrado, parece que o relacionamento realmente chegou a um fim e só
nos resta um Blackbear cheio de arrependimentos e tristeza. “From New York to
LA, 'til you stay”. A fase obscura realmente voltou para ficar, e nos pega de jeito, ainda mais naqueles dias de bad!
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