Blackbear lança álbum melancólico e com temática de break up

Blackbear não para nunca! Na última semana (26/04) apresentou ao mundo mais um álbum, mesmo depois da enxurrada de músicas já lançadas em 2017. Foram praticamente dois álbuns. O Cybersex e o Digital Druglord, sem contar o seu trabalho em conjunto a Mike Posner. Agora, somos contemplados com ANONYMOUS. Uma compilação de 18 faixas novinhas em folha, que misturam os estilos de seus trabalhos anteriores.

Não sei se todos perceberam, mas as cores principais utilizadas para a capa do novo álbum, o preto e o vermelho são também características de Deadroses. Isso mesmo, o cantor de certa forma voltou a sonoridade do início de sua carreira. Mas claro, com algumas inovações. Começando com as próprias cores que, desta vez, aparecem mais fortes e pesadas. Agora, tudo se torna mais forte e agressivo.

O disco é aberto com uma música internacional. “PINK ROLEX” traz vozes de partes do mundo opostas. Em japonês e português a moça do google tradutor canta “once again, it’s my heart”. Parece que a sua experiência em turnê acabou influenciando em suas produções. A faixa também nos introduz a ideia do break up. Não importa onde ele esteja, ele irá lembrar de sua ex-namorada e sentir a dor do término.

A sonoridade primeiro intercala entre dois estilos. Temos as mais parecidas com os seus últimos trabalhos, Cybersex e Digital Druglord. São animadas, tem os sons mais agudos e o estilo pop trap. Além daquelas que misturam o R&B e a atmosfera melancólica do Deadroses, junto à novidade dos sons eletrônicos mais graves, abafados e sensuais.

Ao decorrer das canções, podemos ter certeza de que a temática do disco irá girar em torno de um break up. Fala sobre um relacionamento problemático com vários empecilhos e até traição, como é o caso narrado no single “SWEAR TO GOD”. Cada capítulo do ANONYMOUS conta como essa relação foi se dilacerando e chegando ao fim. Todas as suas faces, problemas e, de vez em quando, até as boas lembranças. "HIGH1X" é uma faixa curiosa. Não sabemos se com "Only get this high one time" a melodia é animada porque ele se refere a estar bem de vida ou chapado. É a dualidade entre o luto e a liberdade pós-término.


“BURNT AF” é o grande divisor de águas. Quando o segundo modelo de sons prevalece e ele se torna a cara do álbum. A partir daqui, não temos mais otimismo, confusão ou distrações da realidade. O personagem sente toda a saudade, solidão e o arrependimento depois do fim. O single "1 SIDED LOVE" consegue resumir muito bem a ideia, mesmo que não tenha sido uma escolha de lead muito sábia, por conta de seu ritmo. Ele acaba sendo lento e cansativo, nada parecido com o restante das músicas.


No meio do caminho o artista também faz algumas críticas sociais. Os versos de "PINK ROLEX" falam sobre o problema do consumismo e das redes sociais nos dias de hoje: “And it's easy to feel shitty when these people are so pretty/On the socials, they're so perfect”.  Depois, “ITS ALL GONNA BURN” critica o modo com que as pessoas se preocupam e acabam até brigando por coisas pequenas, ao alegar que “It's all gonna burn someday”.

O clima até se anima um pouco após “DEAD BALLONS”, mesmo que a narração continue trágica. Até chegarmos ao encerramento. “NYLA” é bem diferente do restante das canções, assim como “SWEAR TO GOD”. Ambas são mais limpas, como acústicos. Os instrumentos são orgânicos e dão espaço para emoção. A primeira é mais triste e carregada em piano, enquanto a segunda mais animada, otimista e tomada por violinos.

Porém, voltando a forma com que tudo é encerrado, parece que o relacionamento realmente chegou a um fim e só nos resta um Blackbear cheio de arrependimentos e tristeza. “From New York to LA, 'til you stay”. A fase obscura realmente voltou para ficar, e nos pega de jeito, ainda mais naqueles dias de bad!

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