Em "ft", Jaloo está em sua fase mais ambiciosa


O  cantor e também produtor, Jaloo disponibilizou de maneira totalmente independente seu aguardado segundo ábum chamado ft (abreviação de featuring). Nessa nova fase, ele se propôs  um novo desafio - fazer somente parcerias e se inserir nos universos próprios de seus parceiros. Na escalação dos feats., aparecem nomes como Karol Conka, Gaby Amarantos, Céu, Lia Clark, Pedrowl e Badsista

Depois de uma ótima estréia com seu disco #1 (2015), Jaloo é nome de relevância na cena pop brasileira. Desde que saiu do Pará para morar em São Paulo, sua carreira decolou, visitando o Brasil inteiro e com convites para se apresentar no Lollapalooza e Rock in Rio. Quatro anos depois, Jaloo se reinventou e surgiu com o produções menos computadorizadas e mais baseadas em instrumentos de cordas.

O disco abre com a ótima "Dom", faixa que se encontra com Karol Conka e Pedrowl, na qual arrisca até cantar em espanhol. Segue com "Q.S.A." (Quero Seu Amor), com a participação com a também paraense Gaby Amarantos em uma dueto poderoso e apaixonante. Em "Céu Azul", já velha conhecida nossa, Jaloo se encontra com sua melhor amiga Mc Tha em um dos pontos altos e mais emocionantes do disco.


"Dói d+", fruto da parceira do paraense com o produtor Nave e "Say Goodbye", co-produzida por Badsista são as músicas com composições mais profundas e que vão partir nosso coração. Já em "Sem V.O.C.E.", acompanhado de Céu nos vocais e Diogo Strausz na produção, o horizonte se expande e dá espaço para o momento mais alegre do álbum. 

E por falar em alegria, a drag queen Lia Clark empresta sua voz em "Movimentá", sendo essa a faixa mais animada e dançante, com direito a 150 BPM (batidas por minuto), elemento característico dos funks atuais. E logo em seguida, nos deparamos com "Eu Te Amei (Amo)", produzida com Manoel Cordeiro e cantada em conjunto com Dona Onete, outra paraense. A voz vibrante da cantora, aliada ao violão tocando ao fundo, proporciona outro grande momento no ft. 

Além disso, Jaloo também integrou ao albúm músicas já lançadas por outros artistas. "Cira, Regina e Nana" é originalmente de Lucas Santanna, o qual participou dessa nova versão "mais animada". Outro exemplo é "Atabaque Chora", música de 1977 do grupo Os Tincoãs, mas dessa vez com produção de Jlz e Jaloo. Nessa canção, inclusive, o cantor explora mais afundo sua própria voz com a troca frequente de timbre, algo que nunca tinhamos visto até então em sua carreira. 

"Último Recado", co-produzida por Charles Tixier, é, na verdade, um trecho da música "Despedida", de Mc Tha e é encarregada por encerrar o álbum. O tom sóbrio e instrumentalidade crua nos deixa com o gosto de quero mais  desse projeto diverso e plural que Jaloo entregou, e para nossa sorte, ao que parece, tem mesmo mais coisa por vir!

Ao ser lançado nas plataformas,  o disco recebeu o nome de ft. (pt. 1), indicando uma possível continuação do projeto, a qual já foi confirmada pelo artista  e já está  em fase de produção! As colaborações fizeram com que o disco fluisse facilmente e não tendo sequer um momento de mesmice. Claro que parte disso se deve à  escalação tão plural de colaboradores, mas temos que dar o devido crédito a Jaloo, que sempre se mostrou ser produtor de mão cheia. Mal podemos esperar pela seugnda parte do projeto!