The Lumineers mostra a sua genialidade com o álbum “III”

Três anos após o lançamento do álbum Cleopatra, a banda norte-americana The Lumineers retorna aos holofotes com o terceiro álbum de estúdio III. A criatividade e o cuidado com detalhes dão vida ao novo capítulo da banda, que promete ser um marco em sua carreira.

O projeto é o mais ambicioso e complexo já feito pelo grupo, que mergulha nos dramas da família fictícia The Sparks. O álbum, que foi dividido em três EPs, conta a história de três pessoas, Gloria, Junior e Jimmy Sparks. Aliás, você pode conferir a análise completa da primeira parte aqui mesmo, no Keeping Track. Além do disco, a banda também produziu um curta-metragem inspirado no enredo das faixas, que foi exibido em primeira mão no Festival Internacional de Cinema de Toronto, no Canadá. 


A divulgação feita por capítulos é uma estratégia muito interessante, pois a maioria das pessoas não consome um álbum completo de uma vez. Essa divisão garante que o ouvinte tenha contato com uma história por vez, tendo a oportunidade de destrinchá-la. Além disso, garante um melhor desempenho nas plataformas digitais. 

A produção é detalhista, conseguindo criar atmosferas fechadas nos EPs, mas que se complementam no produto final. Ela tem momentos pesados, com muitos instrumentos de corda, que dão um ar melancólico e lembram uma orquestra. No entanto, o álbum também garante algumas melodias alegres, em que você imagina uma multidão acompanhando com palmas (Olá, Lollapalooza 2020). 



As composições são um destaque à parte. A banda não tem medo de tocar em diversos assuntos, desde a dor do primeiro coração partido até o consumo de drogas. A abordagem é bem descritiva, literalmente contando uma história. Algumas situações são tratadas de forma um pouco lúdica, o que pode fazer com que o ouvinte não tenha consciência sobre o que está ouvindo. Apesar disso, basta apenas um momento apreciando as letras para entender seu propósito de reflexão. 

Com o novo álbum, The Lumineers mostra o porquê de ser um dos maiores destaques do cenário folk atual. A ambição e o detalhismo do grupo deixam claro que, embora "Ho Hey" seja a canção que os impulsionou para o sucesso mundial, é III que deve ser considerada sua melhor obra.