Estreando na nova MPB, Bryan Behr escorre talento e certamente mostra muito amor pelo que faz! Com seu primeiro álbum ele traz poderosas faixas que nos encantam em cada sílaba. Batemos um papo com ele sobre essa energia boa, confira a seguir.
Esbanjar amor e bons sentimentos. Acho que assim poderia bem descrever as canções do cantor catarinense. Apaixonado pelo violão e arriscando novos estilos, Bryan traz uma gostosa mistura brasileira em seu primeiro álbum. Além disso, tem muita coisa boa para transmitir em cada faixa.
Para entender melhor sobre isso, pedimos a ele mesmo para nos contar sobre os processos de composição de A Vida É Boa, e ainda nos trouxe ótimas curiosidades sobre tudo que faz pela sua paixão. Veja abaixo a entrevista:
KT: Primeiramente, quero falar sobre as composições.
Como foi que você começou a compor? Quem ou o que te inspirou a seguir essa
carreira?
Bryan: Cara, eu comecei
a compor desde muito cedo. Antes de aprender a tocar violão, na verdade, porque
eu não conseguia tocar as músicas que eu gostava de ouvir, então pensava “em
vez de tocar, vou tentar escrever minhas próprias músicas”, e assim nasceram as
minhas primeiras composições...
KT: E agora você lançando o seu primeiro álbum. Como
foi seu processo de criação para essas composições?
Bryan: Bem, eu levei uma pastinha minha que tinhas umas 150 músicas e a gente
resolveu escolher 11. Muitas músicas que eu tinha escrito há pouco tempo atrás
e tinha música que eu escrevi há mais de 5 anos... então, foi muito louco
porque todas as músicas têm um carinho especial.
E foi difícil assim escolher 11 faixas de 150, mas a gente decidiu escolher
faixas que tivessem diferentes energias e que falassem de diferentes temas para
que conseguíssemos construir um álbum rico não só na produção... enfim, também
nos temas de cada música.
KT: E eu vejo que em todas as músicas do álbum, o
violão é muito marcado. Certamente, ele é um protagonista, né? Qual é sua
relação com o instrumento e melhor ainda: se ele falasse, o que você acha que o
seu violão falaria sobre você e o disco?
Bryan: Ah, o violão sempre foi muito presente. Eu compus minhas primeiras
músicas com o violão. É o instrumento que mais uso pra compor... Eu acho que
tenho uma relação muito bonita com o violão assim... Eu ainda quero melhorar
muito mais minha habilidade com ele, mas sou muito feliz por ele ter me
proporcionado fazer músicas muito bonitas.
Parece mais fácil compor com o violão. Lembro que comecei a compor minhas
primeiras músicas com dois acordes... quando aprendi o terceiro, estava
compondo músicas com três acordes e assim foi até hoje.
KT: Quais foram as maiores influências musicais para
o disco?
Bryan: Pro
disco? Cara... a gente ouviu muita coisa... ouvimos muita coisa do John Meyer,
trouxemos realidades diferentes pra cada música. A gente teve várias
diferenças. Quando você ouve o álbum você vê que as músicas tem uma sonoridade
com uma intenção diferente das outras. Tem faixa com sopro, bateria, violão,
enfim... e tem faixa que são apenas voz e violão.
KT: Algumas me lembraram o Jack Johnson, por exemplo...
Bryan: Ah, sim, sim! Ele inclusive é uma
grande referência... Não que a gente pare para transcrever coisas parecidas,
mas quando a gente compõe parece que fica no nosso inconsciente escrever coisas
parecidas, né?!
KT: Vendo agora que ele está pronto, o que esse
álbum “A Vida é Boa” representa para você como artista?
Bryan: Acho
que, especialmente, diversidade. Eu estava muito acostumado a tocar e gravar
minhas músicas em formatos muito mais intimistas, com pouquíssimos
instrumentos... E eu acho que esse álbum representa um mundo que pude explorar,
por exemplo, a composição sonora. Produzimos o álbum lá no Rio de Janeiro,
junto com o Fernando Lobo e o Juliano.
É a primeira vez que produzi a minha música com mais
instrumentos e outros músicos, é o meu primeiro álbum... então acho que ele tem
uma voz muito importante para mim e vai conseguir mostrar o que sempre quis
mostrar.
KT: O que você espera que as pessoas sintam com suas
músicas? O que você quer transmitir?
Bryan: Bom, eu gosto muito de compor sobre histórias reais – que acontecem
comigo ou com outras pessoas... então, muitas músicas carregam um sentimento
que eu tava sentindo quando compus. Acho que o que mais quero pro disco é que
as pessoas sintam o carinho que eu coloquei em cada palavra que escolhi para
formar cada música e, assim como eu aprendi com as coisas que eu vivi, quis
transferir esse conhecimento para as canções e acho que o mais importante nesse
processo agora é as pessoas se identificarem com alguma música e que de alguma
maneira elas façam o dia dela melhor!
KT: E nesse álbum, além da excelência musical, você
também veste a camisa de um verdadeiro contador de histórias, né? Tem alguma
história em específico que te marcou?
Bryan: Uma história? Ah, o que eu acho que é muito bacana das histórias está em “Lívia”,
que é a penúltima faixa do disco. É uma música que fiz para a minha irmã, que
eu sempre me emociono quando canto... também a “Pra Rodar O Mundo Com Você”,
que parece uma música, mas na verdade é uma música que fala sobre como eu fazia
de tudo pra rodar o mundo com a minha música. Por mais que pareça uma música
para outra pessoa, ela fala sobre a minha relação com a minha própria música,
com a minha escrita.
Acho que essas são as duas histórias e duas intenções que eu mais gosto.
KT: Tem alguma música favorita do álbum? Algum
motivo específico?
Bryan: Eu acho que é “Pra Rodar O Mundo Com Você”. É
muito complicado essa coisa de escolher a favorita porque eu já ouvi esse álbum
mais de duzentas vezes e tem horas que gosto mais da letra de uma, do arranjo
de outra... Mas a que eu sempre gosto de ouvir e acho muito maneira é “Pra Rodar
O Mundo Com Você”.
KT: Sim, muito boa! Acho que a minha favorita é “Quadro de Vidro”!
Bryan: Ah, sério?! Gosto muito também. É muito louco porque o disco
tem umas variações muito grandes... como falei, de faixas voz e violão, que
você entra numa energia muito mais de reflexão e tem “Quadro de Vidro”, que é
uma música que nos faz pensar, enfim...
KT: Eu adorei! E agora, levando para o lado da nova
MPB, como você enxerga essa leva de artistas jovens como você que estão
renovando a música brasileira com muita qualidade? Quais são os maiores
desafios de começar essa estrada?
Bryan: Uma coisa que tenho certeza é que ninguém faz nada sozinho, né?! Fico
muito muito feliz de olhar em volta do meu trabalho e ver muitas pessoas
talentosas surgindo e outras abrindo o caminho na MPB...
Enfim, sem colocar rótulos, é pra essa música nova que a gente está criando
agora que querem transmitir e passam energias boas. Fico muito feliz de ver
muitas pessoas vindo aí e muitas abrindo o caminho pra gente, porque realmente
acredito que não fazemos nada sozinho e é muito bom poder contar com todos
esses outros artistas.
KT: Que ótimo! Isso é algo que você pode levar para
o futuro... e por falar nele, o que você espera do seu futuro?
Bryan: Agora a gente tem o álbum, clipe... e acho
que o outro detalhe que estou muito ansioso para fazer é de acertar os últimos
detalhes pra colocar essas músicas do disco na estrada e rodar o país inteiro
tocando!
KT: Por agora
só ansiedade. E, por último, existe alguma curiosidade que as pessoas
provavelmente não sabem sobre Bryan Behr ou o novo álbum?
Bryan: Hm, uma curiosidade? Deixa eu pensar... acho que nas letras.
Uma coisa sobre as minhas composições até é que eu faço algumas músicas
usando acróstico. Sabe como é? Quando você escreve uma palavra na vertical e
começa a escrever os versos a partir das letras da palavra. Tem duas faixas do
disco que eu uso!
E
eu falei disso com poucas pessoas. Não é uma coisa que deixo explícito e acho
legal as pessoas descobrirem!
KT: Nossa! Agora vou reouvir o álbum e prestar atenção em tudo!
Bryan: É! Agora tem que ouvir o álbum e descobrir tudo procurando
em cada uma delas hahaha...