Taylor Swift encanta com o universo folk e poético do álbum "Evermore"!

Ela não para! Apenas alguns meses após o álbum de sucesso Folklore, Taylor Swift nos presenteou com mais um disco surpresa. Sendo o nono de sua carreira, Evermore traz 15 faixas deslumbrantes que voltam a explorar o folk pop místico apresentado no Folklore, só que contendo ainda mais experimentalismo. A cantora também contou com colaborações memoráveis de Bon Iver, Haim e The National.

É simplesmente magnífico observar o nível de amadurecimento e confiança que Taylor Swift chegou em sua carreira. Lançar dois álbuns sem aviso prévio em um só ano não é para qualquer um. É um nível despretensioso absurdo que comprova o fenômeno que a cantora se tornou. Ela soube viver cada fase de sua carreira com muito louvor. Desde os seus tãos prestigiados anos country até a sua fase pop tão grandiosa, Taylor soube calcular perfeitamente cada passo de sua jornada para que se tornasse hoje uma das personalidades mais icônicas da indústria musical. Mas é na direção oposta, sem grandes planejamentos e mega produções, que a cantora fez de 2020, ironicamente, um dos melhores de sua carreira em termos de qualidade musical.

Sim. Folklore e Evermore são claramente os discos mais espontâneos de Taylor e, consequentemente, os mais impressionantes. Esses lançamentos fizeram o grande público enxergar o porquê da cantora chegar onde chegou hoje. Entre belas melodias e versos marcantes, a cantora celebra a forma mais cristalina de seu talento em uma performance intimista incrivelmente impactante.

Quando ressalto a importância desse momento de Swift, aponto aos dois álbuns. Ambos chegam de mãos dadas, em perfeita coesão. Evermore é claramente uma extensão do Folklore, onde Taylor exala intensamente seu dom nato para grandes storylines, além de sua complexidade musical tão sublime. Mas o que diferencia Evermore de seu antecessor é o destemido e indomável olhar da artista, que dessa vez explora mais intensamente uma grande variedade de sentimentos e narrativas, além de experimentar uma gama ainda maior de sonoridades. É o mais pleno triunfo!

Assim como o Folklore, nosso amado Evermore nasceu em parceria com o incrível time formado por Aaron Dessner, Jack Antonoff e Justin Vernon, do Bon Iver. Conforme relatado pela cantora nas redes sociais, eles não conseguiram parar de compor após o lançamento do Folklore, o que acabou os levando para um novo álbum marcado por pura excelência.

A paleta acústica e minimalista de Folklore continua a brilhar aqui, com aquelas belas melodias de piano e leves guitarras que somam cores esplêndidas para sua atmosfera. No entanto, uma boa surpresa em Evermore se dá pelas suas texturas musicais ainda mais densas. Temos instrumentações mais imponentes, além da orquestração tão fascinante que parece ter vida própria ao longo do disco. 

A narrativa vai muito além do triângulo amoroso do Folklore. Nesse álbum, Taylor explora mais nuances e temáticas para a storyline, que é executada com muita maestria. Com Evermore, ela viaja por diversas tramas e novas personagens. Entre os contos do disco, temos grandes composições de coração partido, como é o caso da penetrante "Tolerate It", da hiponotizante balada em piano "Champagne Problems" e da iluminada reflexão de "Happiness", além da parceria com o The National, "Coney Island"

Mas, por incrível que pareça, os momentos de maior destaque são os que Taylor Swift não se limita somente à sua vulnerabilidade. A cantora realmente floresce em músicas como "Ivy", que fala sobre se entregar a um amor proibido por estar comprometida, tema também abordado em "Illicit Affairs" anteriormente. "Willow", o lead single que abre o álbum, também é outra faixa doce e muito inspirada que, com muita paixão, explora um ar celestial quase mágico. Outras menções honrosas ficam por conta da cintilante "Golden Rush", da adorável história de amizade de "Dorothea" e do country tão maduro e afetivo de "Cowboy Like Me".


O ápice, porém, fica por conta de "No Body, No Crime", parceria com Haim, e a encantadora "Marjorie". A primeira soa como uma versão mais madura de "Should've Said No", naquela raíz country que a gente gosta, com direito à harmônica de fundo. Em tom perverso e ao mesmo tempo divertido, Taylor e as irmãs Haim elaboram a tensão perfeita que envolve traição, vingança e crime. Rica em detalhes, a música traz aquela personalidade tão intensa que vimos Taylor incorporar em músicas como "Better Than Revenge", "Blank Space", "Look What You Made Me" e "Mad Woman". Queremos clipe!

Já a segunda é completamente o oposto. "Marjorie" é a mais bela homenagem que você pode ouvir sobre alguém que já não está mais entre nós. A sensibilidade dessa música é um marco para a discografia da Taylor. Da mesma forma que "Epiphany" foi escrita para seu avô, Dean, essa nova canção é escrita em tributo à sua avó, Marjorie Finlay, que se foi em 2003. Ela era uma cantora de ópera conhecida, mas deixou seu legado para trás e se tornou uma das principais inspirações para Taylor seguir carreira musical. "Marjorie" arrepia não só pelos versos e melodias tão genuínos, mas por ser uma grande lição de vida. 

Aliás, é isso que faz de Taylor Swift uma personalidade tão marcante para a música. Em Evermore, ela pode trazer vários contos, em sua maioria fictícios, mas que dizem muito sobre nós mesmos. São muitas narrativas e detalhes diferentes, mas eles se unem em nossos corações de forma universal e vitalícia. A maneira que ela constrói isso através da música, com tamanha autenticidade, é o que faz deste álbum incrivelmente inesquecível.

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