Após o sucesso estrondoso de “drivers license”, que ficou 8 semanas seguidas no topo da Billboard Hot 100, a pressão sobre Olivia Rodrigo era grande. Porém, indo contra o estigma de one hit wonder, Olivia entrega um pop maduro e uma composição visceral em “deja vu”.
Abraçada pelos swifties, sua habilidade de compor foi muito comparada com a da própria cantora. Apesar disso, ela nega veemente o título “Eu absolutamente não sou a nova Taylor Swift. Porque nunca haverá outra Taylor Swift. Nem nunca houve ninguém tão bom quanto Taylor Swift. Ela é a maior de todos os tempos”, disse em entrevista ao programa britânico Hits Radio. Mas a redatora aqui acredita que ela tem tudo para ser tão icônica quanto a ídola.
É uma ousadia dizer que “deja vu” é o passo perfeito para a carreira da cantora? Talvez, mas eu vou tentar te convencer.
Enquanto que “drivers license” é a balada perfeita para chorar, “deja vu” é o pop perfection para gritar. São dois lados da moeda, completamente opostos, porém que se completam por um conceito: memórias.
O single de estreia aborda uma memória nostálgica, amarga e dolorosa de lembrar em alguns momentos. Já “deja vu” é a memória vulnerável, construída com intimidade e honestidade ao longo da relação, daquelas que o casal imagina contar para os filhos como uma tradicional história de amor. E quando isso não acontece é trágico, porém quando tais memórias são passadas para frente, como meras roupas num bazar, é pior ainda.
E é nesse ponto que eu quero chegar. Usar o discurso de que “Olivia só faz músicas para ex”, além de ser machista, é um pouco estúpido. Pois antes de ser uma música sobre relacionamento, é uma música sobre criar memórias e perceber que elas viraram armas com objetivo de conquistar outra pessoa. Agora, falando da composição em si, Olivia disse que “O conceito de déjà vu sempre me fascinou e achei que seria legal usá-lo em uma música sobre os sentimentos complexos após o fim de um relacionamento. Comecei a escrever e gravar ‘déjà vu’ no outono passado e me diverti muito ao criar as diferentes melodias e texturas sonoras que você ouve por toda parte”.
A canção “Uptown Girl” de Billy Joel e a troca de jaquetas são apenas algumas das memórias reutilizadas para conquistar, ou melhor dizendo, enganar outra garota. Olivia aponta que, ao invés de seguir em frente, o ex prefere reciclar momentos com outra pessoa, e termina questionando se ele não sente a sensação de ‘deja vu’ quando faz isso.
A produção é um show à parte, uma verdadeira mistura de Taylor Swift com Lorde. O começo calmo e sonhador rapidamente ganha batidas pesadas e um vocal potente. A bridge recheada de sintetizadores é daquelas de cantar gritando, e exprime perfeitamente a frustração da cantora diante da situação.
Além de uma ótima música, Olivia ainda anunciou que o seu álbum de estreia, até então apelidado de *O*R , vai chegar no dia 21 de maio. Em live no Instagram a cantora declarou que o projeto será uma mistura de pop, rock alternativo, pop alternativo e folk. “Eu estou muito feliz com o álbum, o que eu não estava esperando. [...] Eu realmente acho que o melhor que eu posso fazer agora”. E enquanto o debut não chega, a gente curte “deja vu”!
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