Com uma boa dose de nostalgia, Taylor Swift lança o álbum “Fearless (Taylor’s Version)”

Depois de muita expectativa por parte dos fãs, a primeira regravação de Taylor Swift chegou! Como uma máquina do tempo, Fearless (Taylor’s Version) te leva para uma viagem recheada de lembranças, e prova que Taylor Swift é sim uma das maiores artistas de todos os tempos.


Caso você esteja se perguntando “por que a Taylor relançou um álbum de 2008?”, aqui vai um pequeno resumo. Em 2018, o seu contrato com a Big Machine Records, gravadora na qual era assinada desde o começo da carreira, terminou, e a cantora escolheu por não renovar, assinando com a Republic Records. Um ano depois, uma matéria da Billboard divulgou que a antiga gravadora tinha sido comprada por Scooter Braun. E o que isso significa? Basicamente que Scooter passou a ter controle sobre todo o catálogo da Big Machine, incluindo os trabalhos de Taylor do debut até o reputation.

Taylor soube da negociação junto do público, e divulgou uma carta aberta deixando evidente seu descontentamento com a situação. “Meu legado musical está prestes a ir para as mãos de alguém que tentou desmantelá-lo” é apenas uma das frases que ilustra muito bem o cenário.

Claro que a história é muito mais complexa, e se você ficou curioso, basta procurar sobre em portais que cobrem a carreira da cantora. A questão é que o motivo para as regravações continua o mesmo: retomar o controle de sua discografia. E, apesar de alguns pensarem que isso é pura bobagem e intriga, é muito mais do que apenas um contrato. É sobre um artista perder o controle sobre sua própria arte, criada a partir de suas vivências, e ser traído por aqueles que antes acreditaram no seu potencial.

Agora chega de papo complicado e vamos ao que realmente importa: as regravações!

Mal acostumados pelos dois lançamentos repentinos em 2020, os swifties tiveram que esperar dois meses para finalmente escutarem o álbum Fearless (Taylor’s Version). Porém, o lançamento do hino atemporal “Love Story (Taylor’s Version)” mostrou para todos que não teriam mudanças drásticas entre as gravações de 2008 e 2021.


A mudança mais óbvia está na voz de Taylor, afinal na época do lançamento original ela tinha 18 para 19. Hoje, com 31 anos, é possível notar não só o amadurecimento em sua voz, como também uma técnica mais apurada e a perda do sotaque muito presente nos álbuns da era country. Mas convenhamos que essa mudança não altera em nada o que você sente ao longo das 26 faixas, ou 27 se contar com a versão deluxe. Você ainda sente vontade de pular em “You Belong With Me”, dançar com “Hey Stephen”, e chorar ao som de “White Horse”.

Claro que para os que sabem o álbum de trás pra frente, as diferenças são mais perceptíveis, e algumas podem até incomodar os mais saudosistas, porém acredito que a razão por trás do projeto e o fator nostalgia são mais do que suficientes para deixarmos a teimosia de lado. Aliás, este último fator merece um destaque!

Fearless (Taylor’s Version) carrega uma magia única, seja porque permite os fãs mais novos de reviverem a era ou porque traz uma gostosa sensação de nostalgia para os swifties de longa data. Muitos eram crianças e adolescentes na época do lançamento e hoje são adultos que, assim como Taylor, foram transportados para uma terra de memórias. Mas não se engane, não é uma lembrança cringe, daquelas que julgamos nosso eu do passado. É uma lembrança quentinha e que dá orgulho. Uma verdadeira celebração da vida, e de uma relação artista-fã baseada em muito apoio e companheirismo.

Passando para a tracklist, além das 19 faixas da edição Platinum, o álbum também conta com a já conhecida “Today Was A Fairytale” e com 6 canções que quase entraram no projeto de 2008. São elas: “You All Over Me” com participação de Maren Morris, “Mr. Perfectly Fine”, “We Were Happy”, “That’s When” com participação de Keith Urban, “Don’t You” e “Bye Bye Baby”.

Composta única e exclusivamente por Taylor Swift, “Mr. Perfectly Fine” narra o início de um relacionamento perfeito até o término desastroso. A melodia animada contrasta perfeitamente com a tragédia irônica que é a letra, apelidando o ex de “Mr. ‘Insincere apology so he doesn't look like the bad guy’”.


A partir daí, as canções são bem mais introspectivas. Ambas com a participação de Keith Urban, “We Were Happy” e “That’s When” mostram um eu lírico que se sente culpado por não querer continuar no relacionamento, seja porque a paixão acabou, seja porque necessita de espaço.

“Don’t You” é provavelmente a mais triste dessa leva, pois lida com uma parte delicada do término. Ao reencontrar com o ex, Taylor questiona porque ela é a única que está sofrendo com as memórias do antigo relacionamento, e promete tentar seguir em frente. Já “Bye Bye Baby” mostra uma Taylor consciente do final da relação, entendendo que boa parte dele era fruto de sua imaginação e que a realidade não era tão romântica assim.

Apesar das circunstâncias por trás da regravação, a experiência de revisitar um álbum é fascinante, tanto para Taylor quanto para os fãs. É uma experiência rara, mas que vale muito a pena. Dito isso, eu preciso ressaltar o quão estúpido é brincar com uma situação tão séria, e que constantemente se repete no mundo da música. A única diferença dela para outros artistas é que Taylor é uma artista mundial, e tem uma voz que vai ser ouvida. Infelizmente, artistas menores não têm a mesma chance. Por isso, não importa se você é fã ou não da cantora, e ressalto que essa situação se aplica a qualquer artista, se você tem a oportunidade de apoiar a arte, faça isso! Porque no final do dia, nós gostamos de música por causa da mensagem que a pessoa transmite, e não por causa de um empresário.

Fearless (Taylor’s Version) é mais do que apenas um álbum. É o grito de emancipação de Taylor, é o resultado de sua luta pela valorização criativa do artista, é um recado para gravadoras que amarram seus cantores e roubam sua arte. É destemido. É Taylor Swift!

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