Mc Du Black já garantiu que vem coisa boa por aí esse ano! O cantor que emplacou o hit “Gaiola é o Troco” em 2019 e vem conquistando fãs desde então, está lançando seu mais novo single em parceria com Kevin O Chris intitulado “Cafachorragem”. Em entrevista ao Keeping Track, Mc Du Black se mostrou ansioso para o lançamento da música nas plataformas digitais e mais ainda animado para ver o clipe no ar, o funkeiro contou detalhes sobre o processo do single, falou sobre a parceria dos sonhos, a repercussão do hit “Gaiola é o Troco”, como começou no funk e o que podemos esperar dele em 2021!
Confira a entrevista completa na íntegra:
KT: O single “Cafachorragem” é o seu primeiro trabalho do ano. Como aconteceu a ideia para essa música? Foi uma composição que surgiu durante esse período de quarentena ou antes disso?
Mc Du Black: A ideia do feat em si já era antes da pandemia, uma ideia já de 2019 de fazer uma colaboração com o Kevin. O público e os fãs vêm pedindo há bastante tempo e a gente estava realmente na espera da música certa, do single certo que botasse bastante da vibe dos dois e “Cafachorragem” eu tenho certeza que traz isso.
É uma composição de um irmão meu de caneta que é o Jon Ferreira. Assim que ele escreveu essa música, ele me mandou e eu achei muito a minha cara e do Kevin, automaticamente já enviei pra ele (Kevin) e ele se amarrou demais e aí desde então a gente marcou estúdio, colocamos voz e aí esperamos uma oportunidade, uma brecha para fazer o clipe e graças a Deus já estamos aqui lançando.
KT: E como surgiu esse nome “Cafachorragem”?
Mc Du Black: Então, o Jon escreveu essa música querendo passar a ideia desse público jovem, dessa linguagem jovem, porque corre um pouco daquele relacionamento, aquele negócio de pega mas não se apega, então ele quis misturar as palavras que creio eu que dentro dela está “cafajeste”, “cachorro” e“sacanagem”, então ele juntou tudo isso, esse público da pegação, ele bolou essa ideia, escreveu essa música bem bacana contando momentos de pegação que a menina acaba fazendo o cara quase se apaixonar, mas ele até pede pra ela devolver a chave do coração porque ele não quer nada disso, só quer um caso e eu acho muito a minha cara e a do Kevin (a música), ficou bem legal essa história e “Cafachorragem” tem tudo a ver com esse tema da música.
KT: Você falou que chamou o Kevin para cantar essa música. Vocês já se conheciam? Já era uma coisa que vocês queriam fazer juntos, essa parceria?
Mc Du Black: Então, eu conheço o Kevin já há bastante tempo, não com tanto contato, mas eu já conhecia ele, a gente já tinha se esbarrado no estúdio e antes disso, na época que ele era DJ, eu já tinha esbarrado com ele, mas a vontade passou a acontecer mesmo quando eu engajei com “Gaiola é o Troco” no mercado do funk, o público começou a pedir, mas assim, foi uma coisa que a gente tava esperando o momento certo.
A gente não tinha muito contato e durante a pandemia, se eu não me engano, com esses lances de live, ele fez uma live e eu tava online também nessa hora, entrei na live dele, aí ele foi lá e me convidou para participar da live, nisso a gente trocou uma ideia e ele falou: “Vambora lançar a nossa” e eu falei “Ta faltando o que?” e ele falou: “Ta faltando tu me mandar a música” e a partir daí, a gente passou a ter mais contato mesmo ali pelo Whatsapp, pelo Instagram também e já com essa ideia toda da “Cafachorragem” criada a gente foi só agilizando tudo o que tinha para agilizar.
KT: E falando em parceria, quais artistas você sonha em fazer parceria? Já tem algum que está planejado?
Mc Du Black: Olha, eu gostaria muito de fazer uma parceria com o Orochi, um cara também que eu já veio mirando desde que eu lancei “Gaiola é o Troco”, eu fui passando a conhecer bastante artista, ter mais proximidade com eles. Eu e o Orochi já conversamos, eu já tive na casa dele e é um cara que é bem citado também, a gente quer essa colaboração, temos música pra fazer, mas nada tão certo, o Orochi é uma dessas pessoas e já tem pessoas certas para os próximos feats que é o Sodré, a gente vai fazer um remix do último single que eu lancei que é “Coração na Porta”, eu convidei ele pra participar, a gente vai transformar em um remix e um love song e tá bom demais, em breve vai estar prontinha com clipe e tudo, e várias outras pessoas, de outros gêneros diferentes que eu tenho vontade, se eu for citar nome, eu vou citar um montão, mas a princípio seria o Orochi.
Seria o Delacruz, mas graças a Deus, isso eu já consegui resolver que é “Tudo Aconteceu” (a música), então agora eu to querendo muito fazer uma colaboração com o Orochi, porque eu curto muito ele, o jeito que ele faz o som dele, é um som pesado demais e as nossas vozes também combinam bastante pelo fato de ser grave, dá pra fazer uma coisa bem bacana.
KT: A junção do funk e do rap está rolando bastante né?
Mc Du Black: Claro, claro!! Funcionou, por exemplo, no meu caso com o Delacruz, considerado por muitas pessoas aí, até pela Poesia Acústica, um rap, eu consegui trazer ele pro funk. Foi bacana demais a gente ter viajado nessa, eu tenho vontade de que alguém faça alguma coisa diferente, que eu de repente bote um pezinho ali no rap e misture com funk ou trap, mas assim é bem legal, está dando bem certo esse lance do trap/funk que já vinha caminhando bem devagar e dando indícios de parar em um patamar bem alto que é o que está acontecendo agora.
KT: Me conta um pouco sobre como foi a ideia pro videoclipe da música e a gravação. Foi do jeito que você queria fosse? Ou teve que adaptar por causa da pandemia?
Mc Du Black: Não, claro que a gente teve que adaptar para ser em lugares abertos, para ter mais segurança na hora de gravar, a gente tava observando tudo o que podíamos fazer com todas as medidas de segurança, a praia, a gente não colocou apenas por ser citada na música, justamente coincidiu de ser um lugar aberto e a gente também falar que tá na praia na música.
A outra parte do clipe, nós fizemos numa boate com a equipe reduzida, o próprio pessoal, os estilistas que levaram as roupas, eles depois se retiraram do local, só voltaram para buscar, então a gente reduziu toda a equipe, tomamos todas as medidas de segurança porque imagina depois de um clipe desse alguém sair infectado, Deus me livre, é o que a gente teve que fazer, não tem como a gente parar de trabalhar, então tomamos todos os cuidados para assim conseguir gravar e concluir tudo.
KT: Em 2019, a sua música “Gaiola É Troco” bombou nas redes e fez o maior sucesso com o público. Você ficou surpreso com essa proporção tão grande da música? Você já imaginava que seria essa repercussão toda?
Mc Du Black: Não! Então assim que eu terminei de escrever essa música, eu até mostrei para a minha esposa e falei assim: “Eu acho que com essa daqui, eu consigo ser conhecido pelo menos no mundo do funk”, mas assim, foi minha última cartada, eu sou um cara que penso muito lá na frente e em 2019, eu já tava com uma idade que se eu começasse a observar que o funk não ia dar certo, eu já ia para o plano B, então foi minha última cartada. Eu tinha segurança de que essa música poderia me colocar no meio do funk, mas nunca imaginei essa explosão toda, me surpreendi de ver diversos artistas aí gravando vídeo, Anitta, Neymar, Gabigol, tanta gente assim, toda repercussão positiva que essa música deu e até hoje né, é considerado um funk atemporal.
KT: E como foi essa transição do Carlos Eduardo até você virar o Mc Du Black? Como surgiu o funk na sua vida?
Mc Du Black: Bom, eu sempre gostei de futebol, sempre pensei que queria ser jogador de futebol, com 11 anos de idade eu comecei a jogar em um clube, mas coincidiu de estar no mesmo horário da minha escola, então era uma época muita complicada pra eu tentar conciliar. Eu tive que infelizmente sair e eu perdi um pouco do gosto pelo futebol por causa dessa frustração e nessa mesma época tava em alta a furação 2000, os hawaianos, os ousados, e eu me apeguei muito a isso porque eu já era muito ligado a música, mas esse dvd (da Furacão 200) para o pessoal da minha idade, não teve um que passou sem dançar, sem interagir com o DVD
Comecei a querer isso para a minha vida, já escrevia algumas músicas, pagode e músicas de outro gênero e passei a compor funk também e com um grupinho da minha área, eu fiz um grupo de dança, comecei a me apresentar e tomei gosto de vez. Desde os meus 12 anos pra cá, eu to no meio do funk.
KT: Você lançou algumas músicas ano passado, durante a pandemia. Como foi isso pra você? Foi uma situação difícil ou você achou que era o momento certo de lançar e lançou?
Mc Du Black: É, pois é! Essa pandemia acaba embaralhando um pouco a cabeça da gente, principalmente porque está acontecendo tudo muito rápido, você tem que conseguir fazer a leitura de tudo o que está acontecendo, o público agora, não é mais corpo a corpo, agora é virtual, são plataformas que ajudam a sua música a crescer, danças, como a gente vê aí, tipo o Tik Tok. A “Gaiola é o Troco” foi uma música que mesmo sem pandemia cresceu bastante por causa do aplicativo Lomotif, então a internet por meio desses aplicativos ia acabar sendo uma ferramenta muito boa para fazer uma música virar hit.
Então tem músicas que a gente sabia que se fosse um trabalho corpo a corpo, tinha 80/90 % de chance de se tornar gigante, de se tornar um hit, mas que quando a gente passou para internet o pessoal se apegou demais, mas não foi tudo aquilo. A forma certa de trabalhar a gente não sabe ainda, mas estamos trabalhando em cima do que a gente vê e na expectativa de dar certo, nunca vai dar pra saber se vai ser hit, a gente sabe que o pessoal vai gostar, mas pra ser hit é muito difícil, hit que eu digo é ponta de ranking, é bem difícil.
KT: Está ansioso para voltar aos shows? Ver a plateia cheia?
Mc Du Black: Pô, demais, demais!! No começo foi um choque, porque tudo aconteceu e eu tava ali no ranking, lutando, começando a onda TikTok, colecionando capas de playlists e de repente uma trava e a gente não podendo trabalhar, “Tudo Aconteceu” foi uma música que eu só tive a oportunidade de cantar em 4 shows diferentes porque a pandemia já tava bem ali na porta quando a gente lançou, lançamos ali no carnaval praticamente. Então, assim, dá aquela saudade de poder estar cantando tudo isso que a gente trabalhou com o público, de novo, desde “Gaiola é o Troco” até aqui e ter esse contato corpo a corpo, poder usar o público de novo como termômetro e ver o retorno das músicas no show, não só na internet, mas no momento certo eu sei que isso vai passar e a gente vai estar juntos de novo, podendo trabalhar da forma certa.
KT: Eu li que você ainda mora em Jardim América na Zona Norte. Isso me trouxe muita nostalgia porque meus avôs moraram lá, minha mãe passou a infância e a adolescência lá e eu frequentei muito lá também. Mas agora, eles já se mudaram de lá e é muito doido como a vida muda do nada. Você sentiu essa mudança grande na sua vida? Toda essa transformação?
Mc Du Black: Tem vários fatores que me fizeram continuar aqui, todas as amizades que eu tinha aqui, a minha família, eu sou um cara que sou muito apegado à minha família e eu acho que a Zona Norte pros lugares que eu tenho que ir pra trabalhar com funk, dependendo do horário, não é uma coisa tão distante, então eu não me vi naquilo de ‘Ah, tenho que sair daqui pra ir pra outro lugar pra poder trabalhar melhor’, como minha família toda está aqui, meus amigos ainda estão todos aqui, eu optei por continuar aqui e sigo a vida normal ainda.
Mas quando eu passo na rua todo mundo me reconhece, quem me vê, quem me assiste, mas sigo minha vida normal e continuo aqui, não pretendo ficar mais tempo, no melhor momento eu to saindo, mas esse lugar aqui é o que me traz aquela nostalgia como você falou, até o que me inspira a escrever bastante coisa, os melhores momentos da minha vida eu passei aqui, então no momento que o meu coração mandar mesmo aí eu tento sair, tento! (risos).
KT: E o que podemos esperar do Mc Du Black esse ano? Tem alguma coisa que você já pode adiantar pra gente?
Mc Du Black: Cara, o Du Black de 2021 quer entregar bastante coisa, bastante gênero diferente, mas também, é claro, bastante funk, quero entregar versos de músicas que já foram gravadas, como por exemplo, a gente já está aí programando pra lançar um remix do meu último single do ano passado que foi “Coração na Porta” que é uma participação do Sodré que vai fechar comigo nessa música, a gente só está definindo a data direitinho e tem outro single pra vim, eu ainda não posso falar o artista, mas é um trap/funk que a gente vai transformar e está bem legal, eu posso até falar o nome da música que é “Fogo Contra Fogo”, tem bastante coisa, também o que eu pretendo fazer, de outubro pra lá, vamos nos organizar direitinho, a partir desse novo momento, dessa nova fase de “Cafachorragem”, mas podem contar com muita novidade de Du Black, vai ter muito Du Black pra ouvir esse ano!
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