Após lançamento do álbum “Início, Meio e Fim”, Hotelo fala sobre a nova era


A banda Hotelo está vivendo um momento muito bom! Foi lançado o terceiro álbum da carreira, o primeiro assinado pela gravadora Sony Music, “Início, Meio e Fim”. Uma das faixas do disco já é a música mais ouvida do grupo nos streamings, ou seja, o álbum já é sucesso!

Deco Martins (voz), Conrado Banks (baixo/backing vocals), Julinho Pettermann (guitarra/backing vocals) e Tito Caviglia (guitarra) formam a Hotelo e juntos decidiram contar uma história através do novo disco. “Início, Meio e Fim” foi dividido em três EPs: Início, Meio, Fim e depois reunido em um disco completo com três músicas inéditas. O conceito por trás do álbum é passar por todas as fases de um relacionamento, do início ao fim.

Além do álbum, foi lançado também o videoclipe de “Coladin”, uma das faixas inéditas e conta com a participação especial dos vovôs TikTokers. O grupo conversou com o Keeping Track contando um pouquinho sobre os processos do disco.

Confira a entrevista na íntegra:

KT: É muito legal como vocês trabalham com um conceito por trás de um projeto novo, como rolou com o Mapa Astral. Como surgiu a ideia de dividir as fases de um relacionamento em três EPs e depois juntar tudo em um álbum só com mais músicas inéditas?

Deco: Você mencionou o Mapa Astral, acho que veio bem disso mesmo, porque lançamos o Mapa Astral em 2018, foi um álbum que a gente percebeu que deu super certo no ouvido da galera, acho que principalmente até por conta do conceito, né? Por ter uma música pra cada signo, com uma participação… Ficamos com isso na cabeça e fomos pensar no nosso próximo álbum, vimos que já tinha várias músicas do tema amor e aí veio essa sacada de fazer um álbum chamado Início, Meio e Fim onde quatro músicas representariam essa fase do início, quatro do meio e quatro do fim. Mais uma vez um álbum conceitual e a gente tá muito feliz que esse álbum finalmente foi pro mundo, a gente até lançou ele em EPs pra galera entender mais fácil, entender a fase do início como ela é florida e tal, entender a fase do meio, onde já começa alguns acordes menores, uma coisa mais rebuscada e entender também essa fossa do fim, mas com um bocadão de esperança.

Julinho: E a gente gosta desse lance de ter um conceito por trás das coisas, porque a arte pede uma coisa assim. A gente poderia simplesmente fazer a música e jogar no mundo, mas a gente quer fazer algo maior, que vai ficar aí durante muito tempo. Que a galera ainda vai se identificar daqui há muitos anos.


KT: “Sorte” e “Mel Limão” foram lançadas no final de 2019 e “Eu Te…” no início de 2020. Vocês já planejavam incluí-las em um projeto maior?

Deco: Gravamos com o Tó (Brandileone) “Sorte” e “Mel Limão” e, dali, gostamos tanto de gravar com ele que pensamos que seria muito massa gravar um álbum. Foi quando começou a vir a onda de gravar o álbum Início, Meio e Fim, mas a gente percebeu que não tinha verba alguma para conseguir gravar o álbum inteiro. Daí resolvemos fazer o financiamento coletivo, já explicando toda a ideia pra galera e, graças a Deus, a galera pirou muito nesse projeto, então somos muito gratos porque esse álbum só existe devido a esse financiamento coletivo onde fãs, amigos e familiares contribuíram para a gente gravar esse álbum que nos levou até a Sony.

Julinho: “Sorte” e “Mel Limão”, na verdade, a gente gravou como single na época e percebemos que fazia muito sentido elas estarem no disco porque cada uma faz parte de uma fase e eu acho que ficou tudo integrado. Quando você escuta o disco na ordem ele faz muito sentido, né? As músicas, a continuação das coisas, as fases… Acho que a gente foi feliz nisso aí e conseguimos concretizar esse projeto de uma forma legal.

KT: Aproveitando que falamos sobre “Sorte”, a música recebeu uma nova versão e a participação de Di Ferrero! Como surgiu essa parceria?

Conrado: Gostamos tanto dessa música e vimos que ela foi tão bem aceita pelo público, que a gente pirou em fazer uma versão um pouco mais Lo-Fi dela, meio acústica assim e queríamos muito colocar um feat nessa versão. Somos muito fãs do Di, a gente acompanha e acompanhava a carreira dele com a NX Zero e pensamos nele meio que de primeira. “Cara, a voz dele ia ficar muito massa nesse som”. A gente era conhecido, não era amigo, mas trocávamos uns likes no Instagram, comprimentava em alguns rolês e aí mandamos o som pra ele, ele pirou, curtiu muito a ideia, comprou com a gente, veio aqui gravar. Parceirão! Adoramos a voz dele nesse som, acho que ficou especial.


KT: Além do Di, vocês gravaram e escreveram “Maior que Nós” com Vitor Kley e o som de vocês tem tudo a ver. Como foi o processo de criação dessa? Vocês escreveram já imaginando uma participação?

Conrado: Cara, mais ou menos. O Vitor Kley é um amigo das antiga, antes dele tá estourado na mídia do jeito que ele tá, a gente já era parceiro. Um dia os meninos foram na casa dele pra compor umas músicas aleatórias e, inclusive, tava o Mike do OutroEu também, que é um dos compositores da “Maior Que Nós” e aí saiu, né? A música desse encontro deles. Até então a gente não tava com o álbum fechado, nem nada, mas na hora que a gente tava montando o quebra-cabeça ali percebeu que seria uma boa música pro “Meio” e pensando que ele foi um dos compositores, seria muito massa ter ele como feat e aí acabou rolando. Como saiu dele também a música, acho que combina mais ainda, então enfim… É uma doidera. O resultado final ficou muito massa.


KT: Já que falamos em composição, me contem um pouquinho sobre as composições do álbum!

Julinho: Ah, a gente se inspirou! Cada um de nós estava passando por uma fase de um relacionamento, uns estavam no começo, outro no meio e outro no término. Nós conversamos muito sobre nossos relacionamentos, conselhos e tal. Então o disco foi muito inspirado nas nossas histórias, nas nossas vivências, mas a gente pega muita coisa de amigo também que a gente observa e absorve isso para nossas músicas. Foi um processo bem natural, bem leve na hora de compor. Muito verdadeiro também porque a gente realmente viveu muito daquelas histórias.

KT: O videoclipe de “Coladin” ficou muito legal, divertido, tá muito a vibe de vocês. Como foi essa gravação? Como rolou esse convite pros Vovôs TikTokers?

Deco: “Coladin” é a última música da fase do início e fala como você já está entregue em um grande e bonito amor. Você já fala: te amo, te guardo, te cuido, quer casar comigo. Então tem muito essa coisa de vamos ficar juntos pra sempre e a gente quebrando a cabeça pensando no clipe, tivemos essa sacada de chamar os vovôs TikTokers porque nada como eles para representar o amor infinito e também mostrar que não existe idade para amar. Eles são muito alto astral, eu acho que essa música é um reggae também, bem alto astral. A gente pegou as cores da capa pro clipe, acho que tudo casou. Queríamos fazer uma linguagem meio anos noventa, né? Foi onde a gente cresceu, a gente é bem inspirado nessa década e acho que tudo casou e sincronizou.



KT: Como vocês já mencionaram, Tó Brandileone produziu o disco e ele tem feito tantos trabalhos incríveis e não tinha como dar errado, né? Como foi esse processo de produção do disco?

Deco: Foi muito maneiro! Estar lá no estúdio dele, você aprende muito. O Tó tem um conhecimento muito grande sobre a vida, muito bonito e sobre música também, então decidimos fazer esse álbum com ele. Mandamos dezoito músicas para ele e ele nos ajudou a escolher. Foi massa, estávamos ensaiando na pré-produção, ele colou aqui em casa, ficou dando uns pitacos. Nos preparamos bem para entrar no estúdio dele, ensaiando aqui no nosso estúdio. É uma experiência muito gratificante gravar com ele, ele é um cara que faz tudo com um coração gigante, dá ótimas ideias. Muito talento!

KT: Qual foi a maior dificuldade que vocês encontraram durante a criação do álbum?

Conrado: Lançar!

Deco: É, acho que lançar, porque esse álbum tá pronto desde abril de 2020. Íamos lançar ele inteiro, mas veio a pandemia e a gente decidiu aguardar porque não tá podendo fazer show. E aí acabou sendo muito positivo para nós essa espera, porque aí veio a Sony e tudo mudou. Começamos a organizar a casinha com eles, veio essa ideia de lançar por EPs… Enfim, acho que a maior dificuldade talvez tenha sido estar com esse álbum pronto há um ano e ficar nessa ansiedade, mas assim, tudo no seu tempo.

Julinho: Eu acho que a gente não pensou nisso, mas a maior dificuldade desse álbum foi gravar esse álbum. Porque não tínhamos dinheiro, na época não existia a Sony em nossa vida, então fizemos nosso financiamento coletivo e nossos fãs ajudaram, foram maravilhosos, conseguimos ultrapassar a meta antes do tempo. A maior dificuldade era a grana mesmo e depois que a gente conseguiu, o processo de gravação foi muito maravilhoso, muito leve e gostoso.

KT: Atualmente, qual a música favorita de vocês?

Julinho: As músicas preferidas vão mudando, né? Como você falou atualmente, a minha é “Por Um Triz”.

Deco: Acho que a minha também é “Por Um Triz”, até pensei em falar outra agora, mas assim… Continua sendo “Por Um Triz”.

Conrado: A minha preferida chama “Pra Onde Vai?”. Eu gosto muito desse som porque ele é diferente ritmicamente, tem uma vibe diferente das outras músicas. Quem nunca passou por um momento de “ou vai, ou racha”. Acho que a composição toca em um ponto muito especial, bem específico. Ela tem umas referências de bandas que eu gosto muito, que a gente quis colocar lá no final aquelas vozes do “Pra Onde Vai” meio inspirada no Blink-182, tem umas oitavas inspiradas no Blink também no refrão, então eu gosto muito da construção completa dela.

KT: Houve alguma música que quase ficou de fora? Ou alguma que chegou inesperadamente?

Julio: Teve uma música que quase ficou fora do álbum e é bem engraçado, o nome dela é “Deixa Fluir”. Na época a gente não sabia se gostava dela ou não, foi uma discussão aqui. “Será que ela entra?” Ela acabou entrando e hoje em dia a gente vê que é uma das que a galera mais gosta.

Deco: Isso só prova que a gente não sabe de nada! (risos)

Quando eu e o Julinho escrevemos “Por Um Triz”, na nossa cabeça, ela abordava a morte. Eu escrevi para uma tia minha que faleceu, o Julinho escreveu pensando na avó dele e aí quando a gente estava montando o quebra-cabeça do CD, eu falei que essa não tinha a ver entrar no CD, porque ela fala sobre morte. Daí o Tito falou que ela poderia entrar como a morte de um relacionamento e os sentimentos que se envolvem e também sobre a esperança que se envolve, tipo “Beleza, esse relacionamento acabou, mas outros virão”.

KT: Quais influências vocês diriam que esse disco tem?

Deco: Acho que o Hotelo é uma mistura de vários ritmos, somos bem ecléticos. Às vezes fica até difícil definir, afinal somos quatro pessoas e cada um tem uma influência. Acho que a gente é muito influenciado por bandas como Skank, Paralamas do Sucesso.

Conrado: Nesse disco a gente até trouxe algumas referências ali, principalmente na parte do “Fim”, que são ritmos que não estávamos acostumados a gravar. A gente trouxe um pouquinho de Kings Of Leon, do John Mayer. Tem essas pitadinhas aí.



KT: Quais os planos para depois do lançamento?

Conrado: Férias! (risos)

Julinho: Férias! Brincadeira, queremos trabalhar bastante ainda esse ano, não sabemos ao certo o que vai rolar. Queremos muito trabalhar esse disco e aí quem sabe a gente lança mais alguma coisa até o final do ano, de repente um single… Porque dá muito trabalho fazer um álbum, né? Então eu garanto que um álbum completo esse ano não sai (risos).

KT: Nove das doze músicas já foram escutadas, vocês já tem uma noção de como o público anda recebendo as músicas de vocês. Como têm sido essa resposta do público e como vocês esperam que a obra inteira seja recebida?

Deco: Tem sido muito maneiro. A gente está no WhatsApp com uma galera que gosta bastante do som e têm sido muito massa a reação deles, os comentários na internet. A gente sempre vê um “não vejo a hora de ir no show”, então a gente fica aqui sonhando com esse momento porque a gente também tá com essa saudade do show e muito curiosos pra saber como vai ser a galera cantando essas músicas no show. Estamos nessa expectativa máxima, mas aguardando nossos braços serem vacinados e o de todos.

KT: Para finalizar, qual recado vocês deixam para quem vai escutar as músicas?

Deco: Abra seu coração, é um álbum que passa muito a nossa verdade, o que a gente acredita e eu acho que ele tem temas como: Em um relacionamento, a conversa tem que ser muito transparente. Então, converse sempre, não fica com aquela coisa de guardar mágoa da pessoa, guardar rancor. Seja sincero, porque acho que você seguindo essas coisas o amor tende a dar certo e regue sempre ele. Diga aqueles “eu te amo” cheinho, mas cheinho de amor, porque isso muda tudo no dia da pessoa às vezes.

Julinho: E escute o disco na ordem! Pra você realmente entender o que a gente quer dizer nas letras, a continuidade das coisas, e as fases porque acho que vai fazer sentido pra galera e vai agradar ainda mais!

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