Luke Hemmings lança poderoso álbum de estreia, "When Facing the Things We Turn Away From"

13 de agosto de 2007. Luke Hemmings, frontman da banda 5 Seconds of Summer, iniciava sua carreira, criando um canal de covers no YouTube. Agora, 14 anos depois e na mesma data, o cantor lançou seu primeiro álbum solo, When Facing the Things We Turn Away From. Ao longo de 12 músicas, Hemmings mostra vulnerabilidade, mesclando letras confessionais com vocais primorosos.

Lançar um álbum solo não estava nos planos de Luke antes da pandemia. Com o lockdown e o tempo livre, o artista explicou que, ao revisitar memórias de sua juventude e encará-las, seu processo criativo alterou-se. Hemmings passou a compor diariamente e quando se deu conta, tinha várias faixas prontas, querendo juntá-las em algo, como contou para a Billboard .

Bon Iver, Pink Floyd, Neil Young e The War On Drugs são alguns dos artistas que influenciaram Luke em seu novo trabalho. A produção ficou por conta de Sammy Witte (um dos produtores de Fine Line, do Harry Styles) e John Hill. Rotulado como um álbum “Alternativo” pela Apple Music, When Facing the Things We Turn Away From mistura pop, folk e tem até uma pitada de rock clássico.

Há faixas potentes, que gradualmente crescem, como o carro-chefe “Starting Line” e “Comedown”, encerrando o disco. “Mum” faz parte desse grupo e é uma das mais poderosas, com riffs de guitarra no final da música que dialogam com a difícil mensagem passada. Quase uma carta aberta para sua mãe, Liz, Luke pede desculpas por todas as vezes em que esteve distante, entoando no refrão “Você não sabe que eu sou jovem demais?/ Você não me escuta te chamando?”. Numa live, ele confessou que Liz chorou ao ouvir a canção.


Em alguns momentos, a composição das faixas é dominada por autorreflexões. Nessas músicas, Luke desprende-se de qualquer amarra e passa todas as sensações possíveis, não só pelas letras impecáveis como pelos vocais sinceros, às vezes mais suaves, em outras, mais altos. “Repeat” ilustra o conceito da capa do álbum, avaliando o fato de não se reconhecer com tantas mudanças. O tópico já havia sido explorado no último álbum do 5SOS, Calm (2020), mas aqui, ele está diretamente relacionado à experiência de Luke.

O australiano parece pensar sobre seus erros em relacionamentos em “Place In Me” e “Slip Away”.  Com refrões extremamente sensíveis, Hemmings pede perdão e explicita arrependimento. As produções são mais cruas, intensificando toda a carga emocional das faixas e a beleza dos vocais de Luke.

“A Beautiful Dream” é um dos pontos mais especiais do disco, não só para quem ouve, como para o próprio cantor. "Foi a última música escrita para o álbum e foi escrita em casa. Essa música vem da palavra ‘zenosyne’, que é a sensação de que, conforme você fica mais velho, o tempo passa mais rápido", relatou para a Apple Music. Carregada de sintetizadores, ela termina com um recado de voz distorcido de Liz.

“Baby Blue” e "Bloodline” são faixas compostas juntamente com sua noiva, Sierra Deaton, cantora. Os dois já haviam trabalhado juntos na composição de “forgive”, do gnash, e de “Lover of Mine”, do 5SOS. “Baby Blue” é enérgica, brilhante, com uma vibe sonhadora, enquanto “Bloodline” (que quase foi o título do álbum) é pesada, mais sombria. As duas faixas são bonitas de formas distintas.


O 5 Seconds of Summer está, já há algum tempo, preparando seu quinto álbum de estúdio. Assim como Ashton Irwin, baterista, havia dito depois de lançar um projeto solo, Luke confirmou que fazer um álbum sozinho tornou seu lado artístico melhor em todos os sentidos, o que vai ajudá-lo na banda.

Apesar de não ter data de lançamento, sabemos que o próximo disco do 5SOS terá a produção de John Feldmann, responsável pelos primeiros álbuns do quarteto e por vários sucessos no mundo pop-rock. Ver a evolução, não só de Luke, como de todos os meninos do 5SOS, traz ainda mais empolgação para esse trabalho.

O poder de composição de Hemmings já havia ficado claro com o 5 Seconds of Summer, porém nesse álbum, ele está em seu auge. When Facing the Things We Turn Away From é exatamente o que o título sugere. É uma viagem até seu passado, suas falhas, seus períodos árduos. É reconhecê-los, enfrentá-los, aprender com eles e entender que, assim como a vida, a gente também muda.

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