Daparte dá início à nova com era com “Meus Poucos Amigos” e “Belo Horizonte”

A banda mineira Daparte está de volta com os dois primeiros singles de seu terceiro álbum de estúdio. Seguindo uma linha mais minimalista e uma composição reflexiva, o grupo surpreende ao abraçar as nuances das relações humanas nas canções "Meus Poucos Amigos" e "Belo Horizonte".

Após o encerramento da era Fugadoce, que foi recheada de faixas pop rock no melhor estilo "dançar chorando", os mineiros da Daparte voltaram abordando tópicos muito presentes na geração atual de jovens: a sensação de incerteza com o futuro, o medo, as frustrações e o grande dilema de sentir que não está aproveitando a vida. Quem se identifica, levanta a mão o/

Com uma produção mais minimalista e lenta, "Meus Poucos Amigos" é aquele tipo de música que te cativa pela mensagem, como um conselho que você não sabia que precisava ouvir. No incômodo provocado pela monotonia, a banda acalma o ouvinte ao dizer que está tudo bem viver dias iguais e ainda relembra que a amizade pode – e muitas vezes é – um forte pilar para lidar com esse dilema do cotidiano, como nos versos iniciais: "Deitar, dormir e acordar / Eu sei, eu já decorei / Já tá tudo bem / No mais a vida até que vai / Meus poucos amigos me amam / E acho que eu também".

A ideia é reforçada quando chegamos no refrão, que canta: "Eu durmo mas não sonho com ninguém / E até me sinto bem / Os meus infernos também vão dançar / De alguma forma eu sei". E, por mais estranho que possa soar, saber que os seus infernos também vão se divertir faz com que a vida pareça muito mais leve, mesmo que seja um dia difícil.


A faixa "Belo Horizonte" relembra a cidade de origem da banda e ainda conta com a participação especial da cantora Ana Caetano, integrante do duo ANAVITÓRIA.

A produção é um pouco mais agitada, com um ritmo mais marcado e um refrão que grita, que é exatamente o que o nosso personagem deseja fazer ao cantar: "Eu quero é gritar de graça / E fazer a festa / Sem ter motivo algum / Se eu não for morrer de pressa / Isso é o que me resta / É viver essa vida comum".

Refletindo sobre a “pequenez” do ser humano vivendo em um mundo tão amplo e agitado, a canção aborda a sensação de vazio e isolamento que sentimos em diversas situações da vida. A verdade é que todo mundo já se sentiu assim em algum momento, e que se pudesse trocaria de lugar imediatamente com alguém para fugir dessa sensação inquietante. E não é a toa que o próprio eu lírico deseja isso ao cantar "Eu só queria por / Alguém no meu lugar / Belo Horizonte não tem graça nessa chuva / Quem sabe algum ator / Queira me interpretar / Essa semana dura um ano e nunca acaba".

Com esse gostinho do terceiro álbum, a banda Daparte mostra que é possível evoluir de forma natural, sem perder a sua essência. Agora, só nos resta aguardar o terceiro álbum de estúdio, intitulado Baterias de Emergência, que sai no dia 17/10!

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