O primeiro post em conjunto do “Keeping Track” não poderia ter um tema mais especial: o Lollapalooza. Tivemos a chance de comparecer nos dois dias do festival e, claro, decidimos contar tudo o que achamos dos principais shows que assistimos.
Com uma produção muito bem organizada e executada, o festival rolou no último final de semana (12 e 13/03), juntando muita diversão, afeto e música em um só lugar. Nesse ano, tivemos Marina and the Diamonds – dessa vez ela veio! –, Eminem, Halsey, Jack Ü, Zedd e muito mais. E cada show que assistimos teve seu toque fascinante do seu jeitinho. Tivemos alguns mais pirotécnicos, outros mais intimistas e cativantes, porém todos unindo tribos apaixonadas por música.
Confira o que achamos dos shows do primeiro dia:
Confira o que achamos dos shows do primeiro dia:
Ego Kill Talent (por Gabriel Bonani)
O primeiro show do festival ficou por conta da banda brasileira de rock Ego Kill Talent. Ainda emergindo no cenário musical, os caras já tem experiência, já que todos vieram de grandes bandas do rock nacional, como Sayowa e Sepultura. E por incrível que pareça, foi uma das grandes revelações do festival. Eles tem uma atitude bem rock n’ roll, com muito headbanging e presença de palco. E ainda, o som deles tem uma pegada hard rock que contagiou todos que assistiam à banda. Com certeza ainda ouviremos muito deles pela frente.
Supercombo (por Gabriel Bonani)
No palco AXE, logo depois da Ego Kill Talent, era hora do Supercombo, já muito querido pela plateia por conta do Superstar – o reality show que abriu portas para a banda. Eles se apresentaram com uma setlist impecável, contando com seus hits do álbum Amianto e outros sucessos. Os integrantes da banda conectaram a plateia ao show de tal forma que os problemas técnicos ficaram quase imperceptíveis. É praticamente impossível ficar com baixo astral com um show tão animado como este rolando. A baixista, Carol Navarro, e o guitarrista, Pedro Ramos, iam de um lado pro outro sem parar, deixando a performance deles longe de ser monótona (um dos grandes desafios que artistas nacionais enfrentam em festivais de grande porte). E como se não bastasse, no final do show, a banda trouxe convidados mais do que especiais que agitaram ainda mais a galera: Negra Li e Criston Lucas, vocalista da banda Versalle. Na minha opinião, foi o melhor show nacional do festival.
Of Monsters and Men (por Gabriel Bonani)
No palco Onix, Of Monsters and Men animou o final da tarde do sábado com muito folk, é claro. Não sei definir esse show com alguma outra palavra a não ser “mágico”. Foi uma experiência única poder ouvir aqueles instrumentos fantásticos combinando com as vozes tão doces de Nanna Bryndís Hilmarsdóttir e de Ragnar Þórhallsson. E o mais interessante: não foi necessária nenhuma tecnologia muito avançada, pois a banda já tem essa personalidade encantadora e apaixonante. Porém, o grande highlight do show foi quando Nanna foi para o corredor entre as pistas para interagir com a plateia, espalhando muito amor com seus saltinhos e gestos que lembravam facilmente os de fadas (sim, ela é muito fofa).
Sendo um dos shows mais esperados do dia, Of Monsters and Men entregou um show repleto de delicadeza, que obviamente não deixou nem um pouco a desejar e, muito pelo contrário, arrancou muitas lágrimas de emoção dos fãs.
Halsey (por Peterson Augusto)
Dando início ao ápice da noite de sábado incrível que tive no festival, a nova americana já não parecia mais tão nova assim no palco AXE, onde uma multidão muito fiel cantava junto todas as suas músicas e jogava balões azuis para o alto, como se ela já fosse de casa mesmo. Halsey muitas vezes é criticada nas redes sociais por seu temperamento, mas aqui no Brasil tudo o que mostrou foi o contrário, deixando transparecer uma personalidade carinhosa e extremamente grata pela fanbase que tem. Dava para ver em sua expressão o quanto estava gostando de estar performando e se sentindo muito bem ali no palco. Foi lindo. Foi sexy. Foi poderoso.
Ashley já começou mostrando toda a sua potência com Gasoline e sua atitude no visual com um casaco de pele azul e um salto alto azuis – que já não existiam mais algumas músicas depois. A setlist toda foi ótima e não tenho do que reclamar, já que ela cantou quase todas de seu primeiro e único álbum Badlands, que é recheado de canções pop poderosas que me conquistaram ainda mais ao vivo. Um ponto interessante é que seus vocais não mudam quase nada da versão de estúdio, a cantora segura muito bem os tons e entrega tudo o que propõe. As artes visuais variavam de acordo com as músicas e mesclavam muito bem com as mesmas, deixando tudo mais bonito e empolgante. Empolgação, aliás, que não faltou em nenhum momento, já que Halsey explorou todos os cantos do palco para interagir com a plateia e mostrava energia ao correr para lá e para cá descalça. New Americana e Colors foram os melhores momentos para mim e me marcaram muito positivamente. Amei, amei, amei, amei.
Mumford and Sons (por Gabriel Bonani)
Acredito que, junto ao Eminem, Mumford and Sons teve a maior quantidade de pessoas na plateia – e vamos combinar que não foi à toa. A banda de folk rock estava lá no palco do Lollapalooza, pela primeira vez em solo brasileiro, arrancando arrepios facilmente de quem assistia ao show. De todos que eu assisti no festival, nenhum eu tive a pura sensação da “música pela música”, em sua nua simplicidade, como no show de Mumford and Sons. Tinha muita gente lá, e todos pareciam estar muito apaixonados por aquele som que ecoava com a multidão cantando junto. Não acho justo dizer que foi o mais emocionante de todos, porém eu facilmente descreveria como o mais “medicinal”, já que para mim serviu como uma terapia para a alma. O momento que melhor resume o que estou querendo dizer foi quando a banda cantou “Believe”, com o público cantando junto e iluminando o ambiente com luzes memoráveis.
Essa foi a grande surpresa do dia para mim. Confesso que não sou nem um pouco fã do trabalho do duo e que só vi o show por ele estar entre dois outros que eu queria muito assistir, ou seja, por questões de praticidade e comodidade – e por zero possibilidades de locomoção, já que eu estava muito a frente do palco –, mas ao final minha cabeça era outra e desconstruí alguns preconceitos que tinha em relação a eles. O esquisito deles era demais para mim e eu sempre senti uma energia muito ruim vinda de suas músicas e clipes, mas depois de sábado eu reconheço que tudo o que fazem é genuíno e demonstram um talento enorme. Comecei com um pé atrás e no final já estava pulando junto e cantando o refrão das duas músicas que conhecia, rs. Com um ótimo repertório, jogos de imagem e luz e mais trocas de figurinos que Halsey e Marina and the Diamonds juntas, Die Antwoord entregou um belo show.
Yolandi e Ninja sabem como entreter uma plateia e parecem aproveitar cada momento da apresentação tanto quanto o público que estava presente. Eles tiravam a roupa, dançavam, pulavam, se jogavam na plateia e ainda conseguiam manter muito bem o ritmo frenético de seu famoso rap-rave, que ainda contava com a ajuda de seu assustador DJ Hi-Tek. Apesar de intercalarem entre o agudo e o grave, o fofo e o agressivo, os dois se completavam perfeitamente e mostraram muita sintonia e cumplicidade, dividindo os vocais para as letras que misturavam o inglês e o africano. O telão era bastante lúdico, muitas vezes amedrontador, curioso ou bem engraçado, com destaque para os “dollynhos” bem-dotados que me divertiram bastante. Foi tudo muito animado e enérgico, definitivamente um ótimo momento tanto para quem já os conhecia, como para os que não tinham familiaridade com o duo, que preparou o terreno para os headliners do dia.
Marina and the Diamonds (por Peterson Augusto)
Como eu esperei por esse show. E como eu amei cada segundo do espetáculo. Quem me conhece sabe do carinho que tenho pela Marina e que vê-la ao vivo sempre foi uma grande meta de vida. Após mais de um ano desde o anúncio da turnê no Brasil, sucedido pelo seu cancelamento por problemas técnicos e por um novo anúncio meses depois, posso dizer que a espera valeu a pena e que foi uma experiência muito memorável, principalmente para quem é realmente fã. A cantora entregou um show conciso e muito bem estruturado, com visuais impecáveis de figurinos e artes no telão e um setlist maravilhoso que veio diretamente de sua Neon Nature Tour original, diferente dos sets que utiliza para festivais.
The Family Jewels, Electra Heart e Froot, as três eras de Marina, foram celebradas cronologicamente em três atos, com direito a interludes com a verdadeira tecnologia Intel (rs) que mostravam seus visuais diferentes ao longo de sua carreira, deixando a nostalgia tomar conta do início ao fim. Apesar de não ter conseguido tirar o sorriso de orelha a orelha do rosto, escolhi a segunda parte como a minha favorita, quando mais senti a energia da plateia no coro de Primadonna e a felicidade da cantora ao ver o enorme reconhecimento de seu trabalho ali. Aliás, posso estar enganado, mas não senti a presença da base em nenhum momento e seus vocais característicos não deixaram a desejar. Valeu a pena todo o aperto e o sufoco para ficar bem em frente ao palco, só senti falta de mais interação com o público mesmo. Volte logo, Marina Diamandis. <3
A minha expectativa para o Eminem era gigante, assim como a de muitos que estavam lá esperando pelo rapper. Depois de tanto tempo longe dos holofotes, ele mostrou que ainda está com disposição, apresentando um show cheio de clássicos e até algumas canções nunca cantadas ao vivo antes, como “Phenomenal” e “Fack”. Acompanhado do Mr. Porter, em quem ele se apoia muito durante as músicas, o rapper até que agradou bem quem o assistia. Porém, por outro lado, assim como eu, muitos sentiram falta de algo especial para que o show entrasse para a história do festival. Mesmo com tamanha produção e fãs histéricos – mais do que eu imaginava, aliás –, Eminem não apresentou nada de tão inesquecível. Mas, é claro, isso comparado com os outros headliners, que se saíram muito bem.
PS: Eminem não permitiu a transmissão de seu show, então não temos nenhum vídeo profissional.
PS: Eminem não permitiu a transmissão de seu show, então não temos nenhum vídeo profissional.
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