Mais uma vez nos juntamos para falar sobre a segunda parte do festival brasileiro mais legal do ano: o Lollapalooza. Com um domingo regado a muita música boa e empolgação geral, o Lolla se redimiu e tivemos shows memoráveis que precisavam ser comentados.
Com uma produção muito bem organizada e executada, o festival rolou no último final de semana (12 e 13/03), juntando muita diversão, afeto e música em um só lugar. Nesse ano, tivemos Marina and the Diamonds – dessa vez ela veio! –, Eminem, Halsey, Jack Ü, Zedd e muito mais. E cada show que assistimos teve seu toque fascinante do seu jeitinho. Tivemos alguns mais pirotécnicos, outros mais intimistas e cativantes, porém todos unindo tribos apaixonadas por música.
Confira o que achamos do segundo dia de shows:
Karol Conká (por Peterson Augusto)
Começando da melhor maneira possível um domingo de Lollapalooza que ficará na minha memória pra sempre, Karol Conká trouxe muito empoderamento negro ao palco e deu aula de feminismo a uma plateia que a ovacionava sem parar ao som de seu rap eletrônico. A cantora soube mesclar seus maiores sucessos com algumas músicas menos conhecidas, mas que tiveram o mesmo impacto, já que o público não ficou parado em nenhum momento dos – infelizmente pouquíssimos – 45 minutos de show. Contando também com o lançamento de uma promissora faixa nova e com uma participação mais que especial, foi lindo ver Karol representando um gênero que vem ganhando cada vez mais destaque no mainstream brasileiro e que já vende muito lá fora.
É difícil escolher um melhor momento quando tudo o que foi apresentado foi extremamente contagiante, mas quando MC Carol subiu ao palco ao lado de Mamacita só consigo descrever como “tombamento” geral. Assim como o hip-hop, o funk também anda alcançando uma massa jovem que está desconstruindo preconceitos e dando abertura a ritmos diferentes e tipicamente brasileiros que merecem seu reconhecimento. Duas mulheres negras que quebram padrões e que derrubam os opressores em suas letras levantando uma multidão de festival definitivamente fez história.
Já vou começar falando que o show do Twenty One Pilots foi simplesmente o melhor show da minha vida – e isso não é modo de falar. Na minha opinião, ninguém que se apresentou no festival sabe performar tão bem quanto Tyler Joseph (vocais) e Joshua Dun (bateria). Eu nunca fui em um show com um artista tão energético como esse duo tão autêntico de Ohio, EUA.
Twenty One Pilots já tinha uma boa quantia de fãs lá no palco Skol esperando pela banda – assim como eu –, porém havia muitos que não conheciam o trabalho dos meninos, e que até estavam curiosos para saber o que ia acontecer naquele show. E quando Tyler e Josh entraram no palco ambos caracterizados com máscaras, em homenagem ao conceitual álbum Blurryface, o público claramente notou que aquele não seria um show comum. E não deu outra. A apresentação contou com diversas trocas de figurinos, de posicionamento, e até de interpretações (sim, é tão profundo que dá pra fazer um TCC da apresentação deles). Quem era fã, saiu de lá apaixonado pela personalidade tão marcante daquele conjunto original e diversificado. E quem não era fã, virou. Dos amigos que fiz no show, nenhum conhecia direito o trabalho deles, porém todos, ao final, estavam com sorrisos estampados em seus rostos, e vieram até me cumprimentar, falando que realmente eu tinha razão quanto ao talento do Twenty One Pilots – sim, eu fiz muita propaganda. E sem dúvida alguma, a dupla atraiu muita gente do festival para o mundinho deles, ampliando muito mais o reconhecimento da banda entre o público brasileiro.
Jack Ü (por Peterson Augusto)
Quem disse que só de indie e de rock clássico que se faz o Lollapalooza? Esse conceito já vinha perdendo força há alguns anos e a edição de 2016 provou que os fãs da música eletrônica também compõem uma enorme parte de seu público, e as apostas nesse gênero foram bem grandes. Skrillex e Diplo tiveram em 2015 talvez o melhor ano de suas carreiras com o lançamento do primeiro álbum da parceria, que aumentou exponencialmente seu reconhecimento nas massas que reproduziam sem parar seus major hits. O Jack Ü, então, mostrou que também faz um trabalho impecável ao vivo e foi definitivamente o ponto alto do dia, da semana, do mês, do ano, rs.
Foi frenético e, parando para pensar, bem insano. Mal vi o tempo passar e todo o espetáculo de luzes, imagens e sons parecia me transportar para um outro universo, só desgrudando os olhos do palco quando todos acenderam as lanternas do celular e os colocaram para cima, revelando a multidão que lotava o maior palco do festival. O duo subia nas pickups, dava cambalhotas, interagia a todo momento com o público e mostrava alto conhecimento da cultura brasileira ao incorporar o funk e o sertanejo ao seu setlist. O telão era um complemento ao dubstep característica de Skrillex somados à criativa mistura de ritmos de Diplo, com muitas cores e animações lúdicas. A energia toda era incrível e me marcou bastante, espero ansiosamente por outro show deles aqui.
Optando por continuar no eletrônico, encerrei o Lollapalooza de 2016 no palco de um dos DJs que mais gosto no cenário pop-eletrônico: Zeddinho. O rapaz fez um show relativamente diferente de Jack Ü, apostando em uma setlist de músicas bem similares às originais, mais completas e sem muita remixagem ao vivo, o que não é algo ruim, já que esse é o estilo dele, mas que não alcança o mesmo nível do duo. Comparações à parte, o show teve ótimos momentos e fechou meu domingo perfeitamente bem, principalmente pelas participações surpresas que subiram no palco.
Debaixo de chuva, o público não se deixou abalar e curtia o som com muita animação e energia, proporcionadas pelas batidas pesadas e pelos refrões bem marcados e fáceis de serem cantados – ou berrados, no meu caso – dos hits do DJ. Fiquei bastante contente com o set todo, as músicas que eu mais queria estavam presentes, e confesso que surtei mais que o normal com Break Free, sua parecia com Ariana Grande. Mas o ápice de tudo veio quando Halsey e Skrillex se juntaram ao Zedd no palco. Que momento sensacional. Além de dançarem Macarena, a menina ainda aproveitou para cantar os refrões de Clarity no lugar da Foxes, levando todo mundo à loucura. Foi um show diferente, mais contido, mas igualmente bom, que entregou tudo o que propôs.
Bônus:
Florence + The Machine
Ai, que decisão difícil. Queríamos ter nos dividido em quatro, mas infelizmente tivemos que escolher e optamos pelo show do Zedd ao invés de ver a Deusa da floresta, Florence :(. O máximo que conseguimos ver foi uma único música, Shake it Out, mas só por ela já pegamos um pouquinho da vibe do show e fomos abençoados por sua voz e por sua presença de palco. Como não podíamos fazer um post sem falar dela, vamos deixar um comentário do nosso querido amigo-colaborador-júnior, Júnior (rs), que assistiu à apresentação: “Parecia que ela era um ser mágico tentado passar seu amor pra todo mundo. Foi muito atenciosa, interagiu e trocou presentes com as pessoas da plateia e correu muito no palco de um lado para o outro, de modo a entreter todos ao seu redor”.
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