Primeiro a gente grita “HINO” e depois ouve, certo? Após muita expectativa em torno do novo single de Iggy Iggz, que inauguraria propriamente a carreira internacional de Anitta, tivemos uma internet dividida entre os que gostam de reclamar e os que souberam reconhecer um hit que o pop precisava: para nós, para Iggy e para Anitta.
Até agora, Iggy talvez tenha sido a cantora com a carreira mais curiosa dos últimos anos. Com um início modesto no cenário do rap americano, que a lançou como uma grande novidade no mercado por ser uma rapper branca e estrangeira, ela teve seu estouro com "Fancy" e "Problem", parceira com Ariana Grande, alcançando o primeiro e o segundo lugar, respectivamente, nos charts e vendendo como água. Porém, com a mesma rapidez que ela viu sua ascenção, ela viu sua queda, e o impacto foi forte. Por ter se envolvido em polêmicas, a rejeição e a ridicularização de seu público não vinham deixando nenhuma música sua emplacar, mesmo nessa nova era, com singles de desempenhos de péssimos a regulares, ainda que com qualidade. Iggy precisava de "Switch". E de Anitta.
De forma bastante similar, a carreira de Anitta nem sempre foi mil maravilhas. Seu status de diva pop brasileira foi conquistado com muito suor e merecimento, repaginando a imagem prepotente que passava e desconstruindo muitos de seus comentários polêmicos, dando a volta por cima na rejeição. Além disso, a cantora entendeu seu lugar no mercado e trabalha isso a seu favor, entregando sempre exatamente o que está em alta na cultura americana e que o brasileiro consome. Por isso a necessidade se lançar em carreira internacional e aumentar ainda mais sua visibilidade e reconhecimento, e essa foi a oportunidade perfeita. E deveríamos estar agradecendo por isso.
Em época de vacas magras na música pop, com novatos em pausa e veteranos lançando singles questionáveis, "Switch" vem como um suspiro de alívio para nós que estávamos necessitados de coisa boa. O single se destaca pelo refrão contagiante, com versos fáceis de serem absorvidos na voz de Anitta, sobre empoderamento feminino em estar no controle de sua própria vida. É um midtempo que funciona por ser alegre e divertido, sem precisar recorrer ao EDM, mas utilizando batidas marcantes e harmonias deliciosas que dão o tom certo do verão americano. O que incomoda na verdade é apenas a constante interrupção de Iggy nos pré-refrões, atrapalhando o ouvinte pelo excesso.
Acredito que a música tenha muito potencial comercial, principalmente no Brasil. Iggy continua consistente na sonoridade de seu novo álbum, já lançando expectativas do que esperar em sua era. E Anitta também reserva muitas surpresas, com participações com Diplo e Pabllo Vittar.
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