Quatro anos depois de seu último lançamento, que por um bom tempo foi dito como o último de sua carreira, Marina surpreendeu a todos ao anunciar o início de uma nova era, e todos os fãs sabem bem o que isso significa: nova face artística, novo conceito, nova vibe. Justamente, a épica “Handmade Heaven” foi escolhida como primeiro single do álbum e, ao que tudo indica, estamos diante de uma nova Marina, que encontrou sua voz na simplicidade de ser ela mesma.
Pessoalmente, acho muito fácil falar sobre Marina, mas muito difícil defini-la em uma coisa só. Acompanho a cantora desde o início do Electra Heart, um dos melhores e mais elaborados álbuns pop já lançados, e desenvolvi uma admiração muito grande por seus trabalhos. Seus três álbuns de estúdio foram embalados por conceitos que principalmente criticavam a indústria e o modo como a consumimos e vivemos nossas vidas. E ficamos acostumados às constantes mudanças de cenário, mas ainda sob um mesmo olhar crítico.
“Handmade Heaven” é uma surpresa de encher o coração dos fãs, que por muito tempo duvidavam que um novo trabalho de Marina veria a luz. Fruto da mesma indústria da qual critica, não vejo a cantora imersa em suas maquinarias produtivas, e isso ficou bem claro em entrevistas após o “Froot”, lá em 2015. Mas a pausa entre álbuns a fez muito bem, e acredito que ela tenha percebido que ainda possui uma plataforma muito potente para defender o que acredita e passar sua visão de mundo. A única diferença, agora, é que aparentemente veremos somente a Marina e sua verdade nua e crua, sem muitas alegorias, conceitos e superproduções, incluindo a saída do “And The Diamonds” de seu nome.
A melodia é encantadora. A letra é extremamente bem construída. Os vocais jamais decepcionam. Os conceitos são legais e divertidos, mas depois de “Handmade Heaven”, não acho que sejam tão necessários assim; a cantora segura a barra sozinha e entrega uma obra de arte. A canção, de produçao de Joel Little — que já trabalhou com gigantes como Lorde, Imagine Dragons e Sam Smith —, é uma baladinha poderosa com jeitão de hino e elementos vintage que já conhecemos bem. De maneira delicada, Marina explora a sensação de não pertencimento nesse mundo, sem propósito ou sincronia, e após uma conexão maior com a natureza, cria um paraíso ideal onde ela pode finalmente ser livre pra viver de verdade.
Apesar de o clipe ser muito mais simples do que meu gosto pessoal exige, não consigo negar que só tenho elogios a dar, e com o gostinho que “Handmade Heaven”deixou, fica claro que Marina ainda tem muita coisa pra falar e eu mal posso esperar para ouvir todo o resto. O álbum ainda não tem data de estreia, mas está programado para sair ainda em 2019. Nas palavras da própria Marina, o single não necessariamente se parece com o restante do álbum, e que podemos esperar por um “pop contemporâneo”. Que comece a era!
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